𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ

VII

●April Lockheart●

Contar todas aquelas coisas para Carl não me fez sentir mais leve, ao contrário, me fez ficar com um peso bem maior na consciência. Sempre soube que minha memória fotográfica me faria ficar daquele jeito, só que não pensei que pesasse tanto.

Era como se toda a responsabilidade do mundo estivesse em mim, como se cada pessoa do mundo ainda viva, estivesse em minhas costas, e eu não gostava daquilo. Nem um pouco.

Estava dentro do meu novo quarto, olhando para as paredes brancas tentando assimilar tudo que havia acontecido comigo nesses dois dias desde que eu havia fugido do Santuário. Foram dias tão estranhos e difíceis, mais difíceis do que quando eu estava dentro do Santuário. Fugir e se esconder não era mais fácil, eles encontravam as pessoas de uma forma inexplicável, ele podiam me encontrar.

Meus olhos seguiram para minha mochila sobre a cama e eu a puxei para mim. A abri e retirei meu ursinho, o qual meu irmão havia me dado, apertei o botão que havia nele e a voz do meu irmão apareceu.

"Hey April, meu pequeno girassol,

Hoje é  dia 15 de agosto, seu aniversário, sei que não estou aí com você, mais eu quero te dizer que te amo....Muito. Papai e mamãe devem estar orgulhosos de você, onde quer que eles estejam.  Assim como eu estou. Você é  a garota mais forte e  que eu já conheci. Os testes vão acabar, tudo isso vai acabar, eu vou voltar, vamos ficar juntos. Guarde isso com você, vai ser nosso segredo.

Eu te amo e feliz aniversário meu girassol."

As lágrimas rolavam em meu rosto e eu apertei o ursinho contra meu corpo. Eu sentia falta dele, falta das conversas até tarde, dos dias de pizza e de comer doces.

- April? - a porta do quarto foi aberta e o Grimes mais velho entrou, se sentando ao meu lado. - Está tudo bem?

- Oh, sim.

- Eu vim conversar com você, sobre os salvadores.

- Não gosto de falar disso. - ela diz se levantando

- Precisamos falar sobre isso, sabe, para podermos ter uma confiança maior. Você chegou agora e precisamos saber coisas sobre você,  sobre o que você passou.

Ela engoliu seco e se virou para o homem deixando a vista da janela.

- Eu entrei para o grupo dos salvadores, como uma forma de troca, uma mercadoria, meu grupo não tinha mais nada para oferecer a eles. Depois da troca, todos morreram, com tiros no meio do peito. 

- Você conhece os santuário?

- Como a palma da minha mão. Mas as coisas lá dentro mudaram, com certeza. 

- Mudaram como?

- Tem mais de um ano que eu fuji de lá.

- E quanto tempo você ficou lá?

- Uma semana.

Rick suspirou pesado e passou a mão no rosto, talvez ela não pudesse ajuda-los na guerra contra os salvadores.

- Oh...Obrigado. - ele diz se levantando.

- Eu sei o que você está pensando, pode ler sua face, e eu não sou um peso morto, eu posso ajudar contra os salvadores, eu me lembro de cada parte do santuário de antes. Conheço ajudas entradas e as saídas, a única coisa que preciso é  uma avaliação da segurança deles.

- Você tinha alguma amizade lá dentro?

- Eu nunca falei com ninguém de lá. Não gostava. Humanos machucam os outros.

- Desde de quando não conversa com as pessoas? - Rick pergunta parando em frente a garota. - Eu também sei ler pessoas e esses olhos castanhos, mostram já ter visto muitas coisas.

- Desde o começo do Apocalipse.

Hey
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