LXXIX

1.3K 91 32
                                    

NARRADOR

April acordou assustada com o sonho que havia invadido sua imaginação. Um sonho que envolvia Enid e a morte da mesma. April se sentou na cama improvisada e encarou o corpo ao lado do dela e viu a luz do sol brilhando pela fresta da parede.

Seus olhos se fecharam e ela limpou o rosto tirando o suor e os cabelos do rosto. Sua respiração descompassada e a forma que ela se mexeu sobre a cama chamou a atenção de Carl e ele acordou, a tocando pelas costas enquanto ouvia ela suspirar.

- Ei! O que houve?

- Enid. - ela passa a mão sobre o peito - Tive um pressentimento ruim, um sonho ruim com ela. Eu a vi morrer!

Carl se sentou na cama e abraçou a namorada, puxando o corpo dela para perto do seu e beijando os cabelos da mesma enquanto acariciava. O corpo de April tremia enquanto ela chorava compulsivamente contra o peito do namorado. Tinha sido vivido demais, como uma das suas visões.

- Eu não posso perder a Enid, Carl! Não posso perder minha melhor amiga!

- Vamos encontrar ela. Vamos para Alexandria ou Hilltop, vamos ir até ela e você vai ver que tudo vai ficar bem, que ela esta bem.

Carl se levantou e procurou as mochilas com as roupas, pegando uma muda de roupa e entregando para a namorada e a incentivando a se vestir e ficar pronta para poder sair.

- Vou fazer uma comunicação, vou saber onde Enid está e te levar até lá. Comemos no caminho!

April se levantou e ajudou Carl a pegar as coisas, deixando tudo pronto e se sentindo culpada por atrapalhar o momento que eles estavam tendo sozinhos e todo o trabalho que ele havia tido para conseguir fazer cada detalhe.

- Carl! - ela o chama antes do mesmo sumir pela pequena escada.  - Me desculpa!

- Você não precisa pedir desculpas por nada amor, nada mesmo. Tivemos nossa noite e nosso momento, uma hora ou outra íamos ter  que voltar para nossa realidade. Agora vamos encontrar Enid e tudo vai ficar bem.

April suspirou pesado e concordou tentando não se sentir culpada por estragar o dia dos dois.

_

Enid estava em Hilltop, resolvendo os problemas que haviam surgido durante o ataque dos Salvadores. Ela tinha sua roupa suja de barro R corria de um lado pro outro junto à Maggie e Paul. Annabeth, a garota que Enid estava conhecendo havia sido ferida, o que fez com que a garota de cabelos longos e bochechas fartas ficasse desesperada.

Ela estava ficando entre a enfermaria e as plantações da comunidade, cuidando para que a colheita fosse produtiva e que fosse ajudar a salvar as vidas das pessoas no meio daquele Apocalipse imerso em fome.

O que eles não imaginavam era que um único Salvador ainda vivo estava armando sobre eles, observando a rotina de cada um e escolhendo sua vítima. Eles não sabiam era que uma horda de mortos comandada por este Salvador estava vindo para cima deles dia pós dia. Aumentando cada vez mais.

April entrou no carro depois de matar os mortos que cercavam a garagem e viu Carl sair com o carro logo em seguida. Seus olhos castanhos estavam presos na estrada e suas pernas estavam tremendo, assim como suas mãos, o que fez com que Carl segurasse a mão da mesma e acariciasse o local tentando acalmar a namorada.

O rádio chiou e April o segurou. Era Enid.

- April? Carl me disse que...


- Enid, por favor só me escuta. Não saí de casa até eu chegar aí, tá bom? Por favor, não saí do trailer ou da casa da Maggie.

- April, não vai acontecer nada. Estamos todos bem.

- Enid, por favor - a voz de April se tornou ofegante e as lágrimas molharam seu rosto - Eu vi você ser esfaqueada, eu vi você morrer em meus braços...por favor, não me deixa te perder também.

Enid engoliu seco do outro lado da linha e concordou com um simples "ok". Ela entendia a preocupação da amiga em relação a ela,  sabia que seus sonhos e suas visões eram verdadeiras, mas estava tudo tão calmo em Hilltop que ela não se preocupa em ouvir, apenas saiu de casa e deixou o rádio sobre a bancada da casa de Maggie.

April pediu para Carl acelerar o carro e assim que eles passaram pela montanha, tiveram a visão da imensidão de mortos que rumava em direção a Hilltop.

Carl olhou para a namorada e engoliu seco, sentindo ela apertar sua mão. Seria aquela enorme horda que destruiria por completo Hilltop?

- Faça comunicação de novo, eles precisam saber da horda.

April pegou o rádio mais uma vez, mas existiam apenas chiados do outro lado da linha. Ninguém estava por perto para poder lhe responder, ou eles já estavam enfrentando os primeiros mortos.

A garota se lembrou que no porta malas de todos os carros haviam sinalizadores de emergência, e que com eles, pelo menos uma parte da horda se afastaria de Hilltop e que as coisas não poderiam ser pior que uma horda grande daquele tamanho.

Carl parou o carro ao pedido da namorada e a viu descer do carro e correr até a encosta do morro. O primeiro tiro certeiro no meio dos mortos e logo depois acima deles, chamando a atenção da maior parte dos mortos.

O porta malas foi aberto e Carl encontrou a bolsa de granadas.

- Acha que vai dar certo? - April questiona indo até ele.

- Com seus poderes as arremessando? Sim. Comigo jogando? Não.

April segurou a granada e a fez flutuar em sua frente, ela retirou o pino e a jogou com a ajuda de seus poderes para o meio dos mortos. O barulho veio segundos depois e Carl pediu para ela continuar arremessando as granadas. O som chamaria a atenção das pessoas de Hilltop e também de mais mortos.

- Vamos!

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora