𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ

LXXXVI

N A R R A D O R

   Negan  e April seguiram por Hilltop até o homem encontrar Glenn e o grupo que sairia, deixando a garota para trás enquanto os outros se juntavam para almoçar. Seu olhar caiu sobre as mulheres que carregavam as panelas e ela caminhou até elas, ajudando a carregar algumas das panelas com o auxílio de seus poderes.

Carl apareceu, entrando na comunidade ao lado de Michonne,  ambos sujos de sangue e barro. Eles se aproximaram e entregaram algumas das sacolas para um dos cozinheiros, o vendo sorrir e agradecer pelo o que havia dentro.

- Oi! - Carl lhe cumprimenta com um beijo nos cabelos, sem tocar suas mãos sujas na mulher. - Tudo bem?

- Sim. Pra onde você foi porquinho? - ela questiona o afastando da mesa.

- Estava com a minha mãe já floresta, o cozinheiro pediu algumas mudas de plantas e acabamos encontrando algumas abóboras no meio do mato. E a sujeira, foi os mortos que partiram pra cima e acabamos escorrendo. Acho que enferrujado do dia pra noite, ti meio lento.

Eles riem.

- Vou me limpar! - ele a beija novamente, desta vez nos lábios. - Guarda um lugar pra mim?

- Sim.

Carl correu para o trailer e se limpou, tomando um banho rápido, apenas para tirar a sujeira e o cheiro de morte que impregnava sua pele. Ainda dentro do quarto, seus olhos pararam na poltrona ao lado da cama, onde April mantinha suas coisas. Uma foto.

Ele a pegou e a encarou. Era uma foto dela, com Negan, Enid e Judith, todos sorrindo como senão houvesse amanhã. Atrás haviam algumas palavras, escritas a mão e pela letra, ele sabia que pertencia a namorada.

" Parte da família que o mundo me deu de presente!"

Ele sorriu ainda mais e a colocou de volta no lugar, buscando pelo álbum de fotografias que estava fazendo. Fita adesiva, tesoura e uma página do álbum. Era o que ele precisava para guardar aquele momento deles junto com os outros.

As outras fotos foram encaradas por alguns segundos e ele então fechou o mesmo, seguindo para fora do trailer com o álbum em mãos, caminhando até a namorada já sentada à mesa e esperando por ele.

- O que é isso? - ela questiona recebendo o objeto em suas mãos. - Carl?

- Só abre!

April encarou as pessoas ao redor e abriu o álbum. Encarando o namorado por alguns segundos antes de deixar um sorriso largo escapar por seus lábios e folhear as outras páginas.

- Achei essa aqui saindo pra fora da suas coisas, acho que vai querer deixar ela em um lugar especial! - ele diz apontando para o canto onde havia colocado a foto. - Eu não a colei com cola, deixei as pontas debaixo soltas pra você poder ou pra sei lá, nosso filhos, poderem ver a mensagem atrás.

April prendeu a respiração ao ouvir o homem ao seu lado falar sobre "filhos",  seu coração se tornou um motor de tão forte que batia e ela sorriu largo, deixando a alegria tomar conta de si.

- Podemos ir até sua antiga casa, podemos pegar fotos ou...

- Não acho que seria uma boa sair agora.

- Não precisa ser agora, amor, podemos ir quando as coisas se acalmarem e tido ficar bem. Você pode visitar sua antiga vizinhança, você pode recolher suas coisas que você gostava, as que ainda estiverem lá e pegar as fotos. Ninguém rouba fotos num fim de mundo.

Ela suspirou, pensando em sua casa e na sua vizinhança.

- Tudo bem, eu aceito! Agora vamos comer, ainda tenho que ficar com Enid e ajudar a... - Carl a beija, a fazendo parar de falar - O que foi?

- Você tá muito acelerada. Não tem nem tempo pra mim mais.

April gargalhou e segurou o rosto do namorado, encarando o olhar cristalino de Carl e vendo o mesmo fazer um bico e causar risadas também na irmã, que estava sentada em frente aos dois.

- Você tem que entender que...

- Eu sei amor, eu sei. Estou brincando, a gente se vê a noite!

- Na verdade - ela torce o nariz tentando não fazer o namorado não criar expectativas- vou ficar com Enid essa noite, então só amanhã pra gente se ver e eu poder dormir em casa.

Carl concordou com um aceno fraco e entendendo a razão de tudo aquilo. Ele sabia que era a parte que a namorada estava fazendo e não iria a impedir de cuidar da amiga, ele também já havia pensando em ficar na enfermaria, mas o trabalho estava tão pesado que ele dormiria na cadeira em vez de ficar de olho em Enid.

Livro está chegando ao fim...