XXII

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●Carl Grimes●

- Por que não usou a cura em você? - questiono passando a mãos sobre a barba rala que crescia em meu rosto.

- Não sou digna de te - la em meu corpo. Você é.

- Como assim? April se for pra escolher a dedo a pessoa mais digna, é você. Você é incrível, tem poderes, salvou pessoas e...

- Matei pessoas você quer dizer.

- Você me salvou, duas vezes. April se tiver um jeito de dividir essa cura com alguém, quero dividir com você.

Eu não falava da boca pra fora, estava falando a mais pura verdade. Ela havia me dado uma segunda chance e eu queria que ela também tivesse todas as chances que podia.

- Tem como aumentar as doses de cura. - ela diz se mexendo desconfortável sobre a cama, fazendo seu vestido subir um pouco. - Só que o processo é doloroso e demorado.

- Eu não me importo. Quero salvar mais pessoas e... Espera, teríamos que voltar para onde você foi mantida prisioneira durante anos de sua vida?

Vejo ela engolir seco e concordar.

- Não. - respondo. - Não vou deixar eles colocarem as mãos em você.

- Eles sempre me acham Carl, sempre. Não vou me importar de...

- Não. - me sento na cama e seguro sua mão, sentindo o misto de sensações com aquele toque. O frio na barriga, o bolo na garganta, a vergonha e a alegria no peito. - Você não vai voltar pra lá, vamos arrumar outro médico, vamos fazer de tudo pra não precisarmos dele.

- Acho que pode dar certo. - ela diz sorrindo e apertando minha mão.

- Esse calor que você sente, é  tão doloroso quanto parece?

- Sim. Já devia ter me acostumado, só que sempre parece ser pior.

-  Quantas vezes você já sentiu? Sabe, antes dos poderes vierem?

- Sem contar com às vezes que eles vieram, muitas. Já as que eram a preparação do meu corpo pra um novo poder, 2 vezes, 3 agora.

- As visões e...

- Estão mais pra premonições - ela ri - Mais tenho visões também. Agora é saber o que está por vir.

Deixei um carinho em seu rosto e a vi fechar os olhos, minha garganta secou e uma vontade louca de beija - la veio a tona. Balancei a cabeça e me afastei, sentando na poltrona ao lado da cama enquanto via April me encarar sem entender.

- Judith queria te conhecer. - falo.

- Assim que eu puder sair daqui, eu vou até sua casa e...Eu posso ir né?

- Mais é claro que pode, não precisa nem perguntar. Só não te chamo pra morar lá por que a casa esta cheia de demais.

Por mais que aquilo fosse verdade, eu queria que ela pudesse morar na minha casa, para passarmos mais tempo juntos se conhecendo.

Seu olhar estava preso na parede e ela suspirou pesadamente. Parecia estar com medo.

- April?

- Eu tô bem, não é nada.

- Pode me falar a verdade. - digo me aproximando mais uma vez, parando ao lado da cama.

- Não é nada, de verdade. - sabia que era mentira, seu pomo de Adão havia se movimentando mostrando que ela tinha engolido seco - Tem alguma coisa para comer?

- Tem maçã,  serve?

- Sim.

Lhe entreguei a maçã e sorri, encarando seu rosto fino e de bochechas grandes, seus longos cabelos que estavam presos em um coque bagunçado deixando - a com um ar de garota ainda mais sexy.

- Sabia que sua mente é  difícil de ler? - ela comenta - Já tentei ler você várias vezes, nunca consegui. Tento decifrar seu olhar e tudo que eu consigo é um grande nada.

- Bom pra mim - comento rindo. Se ela soubesse as coisas que penso, ficaria com medo de mim ou com receio.

- É, eu acho que sim.

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𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora