LXIII

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•April Lockheart•

Estava falando mais uma vez. Depois de tida a angústia e dor que eu havia passado horas atrás, eu finalmente estava podendo falar e para melhorar as coisas ainda mais, estava curada da mordida do que antes era meu irmão.

Carl estava deitado na cama enquanto me via cortar os cabelos, como eu disse que queria fazer. Seu olhar era brilhante e seu sorriso era grande. Eu o amava. Era verdadeiro. Era puro. Eu o amava.

- Pode me ajudar aqui? - peço me virando para ele.

A tesoura foi retirada das minhas mãos e ele colocou o cabelo já cortado no rumo do que não estava, alinhando os mesmos antes de cortar. Sorrio de lado ao ver a concentração dele em fazer o corte e mordo os lábios.

Seu olhar centrado, seus músculos expostos por debaixo da camiseta preta sem detalhes. Adirando cada detalhe seu. Ele era meu namorado. O cara que eu tinha pensado por anos em minha vida e não sabia se o veria de perto mais uma vez.

- April? Hey! - vejo Carl me encarar pelo espelho e sua mãos deixar a frente do meu rosto. - Estava viajando?

- Pensando na verdade. - confesso. - Ficou bom?

Ele concorda, passando suas mãos sobre meus ombros de dedilhando meus cabelos.

Suspiro criando coragem e me viro para ele, o beijando com toda a vontade e desejo que eu tinha guardado dentro de mim.

- Você me desposaria agora?

Carl engoliu seco em frente aos meus olhos e encarou as coisas ao nosso redor.

- Não. - ele diz - Não aqui pelo menos. - ele emenda fazendo carinhos em minhas bochechas - Você merece um lugar melhor do que a cama de uma enfermaria.

- Hum.

- April, eu te desposaria se não estivesse na situação em que estamos. Olha o nosso redor, não é isso que eu imaginei pra nossa primeira vez juntos. Quero que seja especial pra você.

Concordo com um aceno breve e me viro para a pia mais uma vez.

Não fique chateada

Minha mente disparou de uma só vez.

Pego o pente e encaro meus cabelos pelo espelho, passando o mesmo pelos fios e pego e tesoura mais uma vez. O desconforto em minha barriga estava aumentando e eu estava me sentindo uma idiota completa por pedir uma coisa que ele podia ter tido de boca pra fora. Merda.

- Você pode sair? Preciso... hum...você sabe...

- Oh, claro!

Carl deixou o banheiro e eu fechei a porta. Meus olhar ficou preso em meus braços e em meu rosto, onde haviam alguns curativos pequenos. Porque eles sempre estavam prontos para poderem dar aquele passo e quando...

Meu corpo vacilou e eu me sentei no chão, vendo as coisas ao meu redor flutuarem ao meu redor. Respiro fundo algumas vezes e faço as coisas voltarem aos seus determinados lugares. Meu pescoço estava queimando.

Pego a caixa de remédios dentro da minha mochila e abro a mesma, pegando as injeções de morfina que estavam lá dentro. Aquela sempre era a minha solução para poder viver melhor e sem aquelas malditas queimações.

Injeto a injeção em meu pescoço e sinto a dor sumir aos poucos. Jogo a injeção vazia dentro da maleta de remédios e estico minhas pernas e jogo a cabeça para trás.

- April?

- Oi! Pode abrir.

Carl abriu a porta e olhou para o chão, me fazendo sorrir fracamente e guardar minhas coisas na mochila.

- Tudo bem?

- Sim - respondo sem olha - lo - estava só tomando uma coisinha pra parar a queimação. - mostro a injeção. - Já estou liberada?

- Sim. - ele responde pegando a mochila - Não sabia que você tinha que tomar essas coisas pra poder acabar com a dor.

- Só tomo quando os poderes ficam descontrolados e causam dor. Vamos!

Pego o resto das minhas coisas e saio do banheiro, caminhando na frente de Carl, até sentir seus dedos tocarem os meus ao se juntarem.

- Você não aceitou bem o fato de eu ter dito não. - ele diz parando em minha frente assim que deixamos a casa -  Mas quero que saiba que isso não é questão de eu não querer, é questão de saber que você está doente, não está cem por cento curada ainda e que eu te quero bem.

- Não fiquei chateada.

- Ficou sim. Seus lábios tremem quando algo não sai do jeito que você deseja e aparece uma ruga bem aqui - ele aponta para o meio das minhas sobrancelhas. - Eu te conheço mais do que imagina.

Reviro os olhos e suspiro.

- É, eu fiquei chateada. - confesso - Mas tudo bem, como meu irmão dizia, tudo tem sua hora e seu lugar pra acontecer.

Ele sorriu fraco e tirou o chapéu, colocando o mesmo em minha cabeça e me puxando para ele, no meio de toda Alexandria, onde juntou nossos lábios e me olhou nos olhos segundos depois.

- Vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo.

- Eu espero por isso.

Na verdade eu sabia que aquilo poderia ser real, sabia porque depois de anos eu havia percebido que não existia vida sem amor,  que não existiria um futuro sem ter aquele homem ao meu lado. Ele era a razão da minha resistência, da minha não desistência em viver no meio do mundo morto.

Mais um...
Eu estou pensado no final do livro e agora que minha companheira de escrita está de férias, vamos poder pensar nas coisas com calma e planejar um final perfeito
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𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora