LXVI

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Narrador

April não estava sendo rude ou má por acaso, muita das vezes a mente das pessoas mentiam sobre o que realmente queriam e acabavam a enganando, levando ela a sentir medo e ficar com um pé atrás.

Ela se sentou em um dos bancos da igreja e encarou as mãos, enquanto os outros conversavam com o tal Rei Ezekiel. Paul se sentou ao seu lado e sorriu para ela.

- Você que levantou o caminhão no dia do ataque do Negan? - ele questiona amarrando seus próprios cabelos.

- Sim.

- Consegue fazer de novo?

Ela encarou Paul e leu seu rosto, evitando os pensamentos que vinham em sua frente como se estivessem voando sem direção. Ela não queria ser do tipo que descobre as coisas sem as pessoas saberem, como ela tinha feito minutos atrás com Ezekiel.

- Consigo.

- E uma horda de zumbis? Já tentou controlar para que eles parassem em frente a barreira que você cria?

- Nunca pensei nisso pra falar a verdade, eu só fugia deles até então. - ela diz se virando para ele de corpo inteiro e ajeitando a perna sobre o banco - Onde quer chegar?

- Olha, você tem poderes e força que ninguém pode ter. O que é bom e ruim em certas e devidas ocasiões, certo? - ela concorda - O que acha que criarmos uma barreira com zumbis? Mortos que você pode controlar com o poder das suas mãos e mente.

- Está querendo que eu entre no meio de um exército de mortos e os faça flutuar sobre nosso inimigo e que depois faça chover zumbis?

- Não, não mesmo. - ele ri - Quero que tente os arrastar com seus poderes até o Santuário, que consiga fazer com que eles andem sempre em sua frente sem se desperçar. Assim poderíamos cercar o Santuário de mortos e nós dar tempo de continuar atacando os postos avançados como Carl estava fazendo.

April encarou Carl sentado ao lado de Jerry e pensou nas suas possibilidades. Em todas elas.

- Posso tentar fazer isso, mas tenho que treinar antes. - ela se levanta- E você, vai me ajudar.

- Feito.

April encarou a mão de Paul e a apertou.

Ela concordava com a ideia, e sabia que se treinasse, que se aprendesse a controlar seus poderes, ela conseguiria salvar não só uma vida ou outra,  mas uma comunidade inteira. E ela queria salvar pessoas. 

Carl e April estavam jantando na antiga casa de Enid, com Paul como convidado, dando assim, detalhes de uma das casas e trailers de Hilltop que ambos os jovens poderiam ter na comunidade dele. Enid estava sentada ao lado do homem de cabelos longos e tinha um sorriso no rosto enquanto ouvia as coisas que os amigos falavam. 

O talher caiu sobre o prato, causando um estralo fino e fazendo com que os três à encarassem. 

Os olhos arregalados de April estava focados na parede atrás de Enid e sua boca estava entreaberta enquanto ela respirava pesadamente. 

- April? 

- Os salvadores estão vindo pelo portão norte. Estão em dois caminhões - ela se levantou e correu para fora da casa, vendo as flechas com pontas flamejantes cortando o céu.  - Avise ao seu pai!

- Acha que consegue fazer aquilo? - Paul questiona correndo ao lado dela - Criar a barreira.

April parou e encarou um homem. 

- Torça para que sim. 

Seus passos ficaram mais rápidos mais uma vez e ela correu pela comunidade, até chegar no local que sua visão ganhava vida. Ela parou respirando fundo várias vezes e fechou os olhos, procurando pela força que ela tinha dentro de si. 

- Você consegue! Você consegue!

As mãos de April tremeram e ela sentiu o poder sair delas. Um sorriso orgulho escapou por seus lábios e ela viu a barreira transparente em sua frente, visível para apenas ela. A barreira cresceu e tampou todo o muro em frente a ela. Ela iria conseguir. 

Carl se aproximou e viu os olhos da namorada brilharem enquanto ela caminhava para o posto de vigia. O vento se intensificou e ele pôde ver o brilho do que April construía.

Os tiros começaram, mas ricochetearam e caíram sobre o chão cheio de lama. A bomba que era para ser jogada contra uma das casas ficou planando sobre a cabeça de April até ela fazer com que a mesma voltasse para cima dos caminhões dos Salvadores, antes de se explodir. Alguns salvadores morreram, caindo sobre a lama depois da explosão e um  dos caminhões começou a recuar. 

O corpo de April ficou bambo e ela caiu de cima da torre de vigia, exauta e com seu nariz sangrando.

Carl gritou para abrirem os portões e saiu em busca da namorada, a encontrando se levantando do chão lamacento. 

Um tiro acertou a árvore atrás dele e o fez desviar. 

Rick apareceu atrás do filho e o ajudou a continuar, atirando contra os homens de Negan e dando espaço suficiente para Carl chegar até April e a ajudar a se levantar.

- Vamos!

April caminhou ao lado de Carl e entrou na comunidade. 

- Preciso treinar mais - ela diz quando Paul para em sua frente. 

- Treinar? Treinar, o que? 

- Disse a April que se ela treinasse iria conseguir criar barreiras igual aquela. - ele aponta para o muro - Essa foi uma barreira forte, só não muito duradoura. 

- Ela caiu de cima de um muro, acha que ela não tentou?

- Não, não é isso! Ela foi bem. Agora imagine isso dez vezes maior e mais forte. 

- vamos deixar isso de lado e levar April para casa. - Rick aparece - Falamos disso depois. 

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora