XLIII

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•Carl Grimes

A voz de April invadiu minha mente no meio da noite e me fez acordar e não conseguir dormir mais. Ela pedia socorro do mesmo jeito de mais cedo. Parecia que ela estava sentindo dor.

A cada sonho com ela uma coisa dentro de mim mudava. Parecia que ela estava ainda mais próxima de mim e por mais que eu soubesse que ela estava longe (morta), me sentia bem com aquele sentimento.

Engoli seco e desci as escadas para o andar de baixo. Gritos de dor invadiram minha mente me fazendo ajoelhar sobre o piso de madeira e gemer.

" Para"

" Não faz isso"

" Não esta...eu perdi"

" Carl, por favor"

Silêncio. Apenas silêncio depois dos gritos.

- Carl? O que esta fazendo no meio da sala ajoelhado no chão? - Daryl questiona aparecendo.

- Bati meu dedinho na quina da mesinha. - minto- Estou tentando aliviar a dor. 

- Isso é  uma merda. Coloca gelo, vai melhorar!

Daryl subiu as escadas, sumindo na escuridão da casa mais uma vez. Me sentei no sofá e fechei os olhos, passando minha mão sobre meu rosto e suspirando pesado.

Aquilo tudo estava me deixando maluco. A falta dela estava me fazendo enlouquecer de uma forma que eu nunca achei que fosse acontecer. Só de pensar que ela tinha sofrido antes de morrer me fazia desejar que eu pudesse ter poderes, que eu pudesse voltar no tempo e salvar ela de tudo.

A primeira vez que olhei para ela foi na interestadual, anos atrás e havia sido apenas por alguns segundos. Rápido demais para me deixar admirado ou "apaixonado". Seus olhos aquela noite estavam brilhantes por causa das luzes e ela parecia pedir ajuda por eles. Uma ajuda que não veio, uma que eu não pude dar.

Algumas lágrimas  vieram e eu tratei de as secar. Iria me vingar da morte dela.

Juntaria o maximo de zunbis que eu pudesse  e os levaria para os postos de vigia, mataria todos e quem ainsa estivesse sobrevivido me daria o que eu queria. Me daria a verdade sobre quem havia matado April.

_

- Já vai sair? - minha mãe questiona assim que passo em frente a cozinha. - Não vai tomar  café?

- Vou com a Enid pra floresta, preciso ficar um pouco fora daqui. - respondo - E sobre  a comida, eu já coloquei algumas coisas na mochila.

Caminho para fora de casa e peço para abrirem os muros, eu já tinha avisado que iria sair, então era só atravessar os portões e me embrenhar na floresta em minha frente. Enid estava encostada em uma parte da casa velha que ainda existia com sua mochila em seus pés  e algumas armas grandes em seu ombro.

- Onde conseguiu as armas?

- Eu invadi a cabana velha no meio da floresta e peguei. Eles nem vão sentir falta. Vamos?

- Sim. Lembre - se o primeiro zumbi que acharmos, precisamos das  vísceras dele.

- Sim senhor! - ela exclama fazendo posição de sentido e rindo. - Vamos embora.

Minutos depois de deixar a comunidade e nos enfiarmos dentro da floresta, já tínhamos 15 zumbis nos seguindo. Iriamos revezar á noite sobre quem ficaria de vigia com eles e quem dormiria, seria uma viagem longa e demorada, então precisavamos de toda energia que podíamos. 

Enid me cutucou e apontou com a cabeça para o lado. 

Um grupo grande e de no mínimo 100 zumbis seguia a alguns metros de nós. 

- Vamos nos juntar com eles. - sussurro dando alguns passos em direção ao grupo e fazendo barulhos para chamar a atenção dos que nos seguiam. 

Nosso grupo se juntou com o outro e dei alguns passos à frente, ficando em uma ponta e Enid em outra. Precisavamos de mais. 

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora