XVI

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Os olhos de April estavam no céu, enquanto ela se deixava esquecer da dor em seu ombro e de sua perna. O som dos caminhões indo embora, dos sussuros das pessoas, estava tudo distante o suficiente para ela pensar que estava tudo acabando.

- April? Está me ouvindo? - os olhos castanhos de April viajaram até encontrar os rosto de Carl, que estava abaixado ao seu lado. - Você vai ficar bem, a médica já está vindo.

Os dedos dela se entrelaçaram nos de Carl e ela se sentiu bem fazendo aquilo. Mesmo com todo o sangue nas mãos de April, Carl não se importou com o toque.

- Fico feliz em saber que você está bem! - ela diz dando um sorriso fraco para o garoto em sua frente. - Pensei que não daria certo.

- Não sei o que você fez, mais obrigado! - Carl responde a pegando no colo - Você vai ficar bem. Eu prometo!

- Eu sei que vou!

A médica chegou minutos depois e fez o que tinha que fazer ali mesmo. O ombro de April foi imobilizado assim como seu braço, impossibilitando qualquer movimento do lado direito da garota, sua perna foi inspecionada de forma cautelosa e todos os fragmentos de bala retirados.

- Consegue levantar? - a médica pergunta.

Com a ajuda de Carl, ela se levantou. Deixando suas mãos sobre os ombros do garoto.

- Quer que eu te leve até em casa? - ele questiona encarando o rosto próximo ao seu.

- Ela não pode ir para casa, pelo menos não agora! - a médica exclama - Acho melhor ela passar uns dias na enfermaria, tentar se locomover normalmente e cuidar dos ferimentos lá.

- Oh, tudo bem! - Carl responde triste. - Posso ficar um pouco com ela?

- Pode sim. Os remédios que eu dei para ela vão fazer ela ficar sonolenta, então se ela dormir no meio da conversa, você já sabe.

_

- Eu queria ter te tirado de lá - Carl diz andando de um lado para o outro dentro do pequeno quarto da enfermaria. - Só que nunca dava certo, todos os meus planos não tinham uma boa estrutura e...

- Tudo bem! Você não precisava se preocupar comigo. Eu fiquei bem...Eu acho.

- Quanto tempo você acha que isso vai continuar?

- Eu realmente não sei. Queria que tudo acabasse agora, só que não vai. Eu sei que não vai. - April diz se sentando com dificuldade sobre a cama - Ele sabe sobre a cura e não vai desistir tão fácil dela.

- Eu queria falar com você sobre isso. Você me salvou, me deu a única dose de cura que existia, por que não contou pra ninguém? Que testes são aqueles que seu irmão fala?

- Não podia contar. Não confiava nas pessoas, não até te ver de novo, até ver que você precisava de mim naquela caverna. Eu nunca esqueci seu rosto Carl, sempre cheguei nos lugares que você estava depois de todas as merdas, atrasada como sempre e...

- Como?

- Eu não sei se você está pronto para ouvir toda a história, a minha verdadeira história.

- Eu já cansei de ouvir isso! - ele diz se exaltando - Já cansei de você escondendo as coisas de mim. Eu preciso saber April, eu preciso de respostas.

Ela mordeu os lábios e encarou Carl que estava com o coração acelerado. Ela não tinha visto como  aquilo ia acabar, na verdade ela nem sabia antes se ia conseguir sair viva dos tiros que recebeu da arma de Negan. Todos as coisas que ela sabia que iriam acontecer, estavam acontecendo e ela tentava a todo custo mudar o rumo das coisas.

- Tudo bem! Você merece saber.

A verdade vai vir a tona
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𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora