LXVII

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Narrador 

Quando o dia amanheceu April já estava fora da cama, caminhando pela floresta em busca de mortos para poder treinar a barreira invisível da noite anterior. Ela estava com sua mochila cheia com suas facas, comida e uma roupa de chuva que ela não largava. 

Sua capa preta estava esvoaçante por causa do vento da manhã e ela sorriu pela sensação de se sentir livre e sem nenhuma culpa por estar usando seus poderes. 

O som do primeiro morto se aproximando fez ela deixar a mochila de lado, pegar uma faca e a colocar na cintura. Seus olhos foram fechados e ela respirou fundo procurando pela mesma força interior da noite passada. 

Quando ela abriu os olhos, o zumbi estava em sua frente com suas mãos a procura de sua carne, mas parado à centímetros dela enquanto tentava se aproximar. 

April sorriu e riu ao ver o que antes era um homem tentar passar pela barreira que ela havia criado. Mas não durou muito tempo, suas mãos tremeram e a barreira sumiu, fazendo o morto cair sobre ela.

A faca ficou presa, já que estava na frente da barriga de April e ela estava perdendo as forças  de seus braços.

- Acho melhor você passar a deixar a faca ou arma atrás de você ou na lateral do seu corpo. - Paul diz matando o morto e o tirando de cima da garota. - Foi uma barreira boa.

- Foi fraca do mesmo jeito da de ontem a noite. - ela se levanta e limpa sua calça. - Como me achou?

- Carl disse que você poderia estar aqui, acho que ele ia vir atrás de mim, mas não apareceu ainda. Quer treinar mais?

Ela concorda com um aceno simples.

Paul caminhou para longe de April e a mesma o seguiu, caminhando pela lama que havia se formado no chão. Suas mãos estavam formigando e ela as abria e fechava sem parar, tentando libertar aquela parte de seu corpo da sensação ruim.

- Ali. - Paul exclama - 5 zumbis. Se prepare!

O homem caminhou para frente da garota mais uma vez e ela concordou, estralando os dedos e respirando pesadamente algumas vezes antes de ouvir ele chamar a atenção dos mortos.

- Estou aqui pra te ajudar!

April fechou seus olhos e quando os abriu, a barreira estava sendo criada por suas mãos, protegendo não só ela como também Paul que estava alguns metros ao lado. Ela viu o que antes eram homens e mulheres avançarem para perto dela.

- Concentração. - Paul diz.

O brilho da barreira contra a luz do sol o fez sorrir, ao perceber que estava ao redor de ambos, formando um círculo perfeito de proteção.

- April? Paul? - Carl grita ao longe, chamando a atenção dos mortos para ele e fazendo com que a garota se desespera - se.

A barreira falhou e ela deu passos para trás, pegando a faca que tinha em suas costas e avançando para cima dela.

- Merda Carl! - ela exclama matando o primeiro morto. - Não podia ficar calado?

- Use seus poderes e os mande para longe - Paul diz - Agora April, você consegue.

April encarou o corpo que ela tinha acabado de matar e encara ambos os homens perto dela, ambos ficando rodeados pelos outros mortos que passavam. Ela estava ficando desesperada. Suas mãos arderam e ela as fechou, deixando seus poderes saírem e os mortos serem jogados para longe, como havia acontecido em Alexandria meses atrás quando ela gritou e os Salvadores caíram.

Paul comemorou ao ver os mortos caírem desta vez realmente mortos e com suas cabeças esmagadas. Carl sorriu para a namorada e caminhou para ainda mais perto.

- Você conseguiu! - ele a beija - Conseguiu.

- Você tem que usar o medo para fazer o seu poder vir com mais força- Paul exclama - Sua válvula de escape para o poder é o medo.

- O quê?

- Quando você fica precissionada seus poderes não são potentes o suficiente para mandar os mortos para longe, mas quando você vê alguém que ama em perigo, eles explodem de dentro pra fora. A válvula de escape para esse em específico é o medo. Só basta usar isso ao seu favor agora.

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora