A P R I LOs gritos. Meu nome sendo chamado. A voz de Carl. O sangue em minhas mãos. O gosto amargo na boca. E a imagem que não deixava minha mente. Um deles estava morrendo!
O carro foi freiado com violência, fazendo que com cada um dentro do mesmo acordasse e ficasse assustado. Meu corpo estava tremendo e o carro estava parado no meio da estrada com alguns mortos ao nosso redor e outros se aproximando.
Minhas mãos estavam tremendo e minha boca estava seca.
- April?
- Quem deixou ela dirigir?
- Amor?
O toque quente em minha pele me fez encarar quem estava ao meu lado. Era Carl. Minha visão se tornou embaçada e eu o abracei com força.
- O que houve? Ei! O que foi?
- Alguém vai morrer! Não sei quem, ou quando, mas um de vocês vai morrer - respondo limpando as lágrimas e encarando os outros homens - Merda!
A imagem ainda estava em minha mente, ainda se repetia, mas sem nenhum dica de quem poderia ser ou de onde iria acontecer. A dor em meu peito era mais forte que qualquer outra coisa ao meu redor. As premonições de morte sempre eram as piores e as que mais machucavam.
Para piorar nossa situação havia uma horda de zumbis em nossa frente e agora todos vinham em nossa direção. Balancei minha cabeça algumas vezes e encarei a imagem em minha frente, a verdadeira imagem.
Dei marcha ré e pisei no acelerador, seguindo com a van por entre os corpo de zumbis que apareciam, parando quando cheguei no cruzamento e virei o carro na direção contrária. Aquela estrada não iria dar para ultrapassar, aqueles corpos mortos amontoados um ao lado do outro iriam encher o motor com vísceras.
Os primeiros clarões do sol estavam vindo, invadindo o céu e tomando conta de cada parte daquele grande espaço que se tornaria azulado e cheio de nuvens.
A van parou minutos depois, por falta de gasolina e no meio de uma estrada com alguns carros, parecia a entrada de alguma cidade antiga. Desci do carro e me abaixei ao lado da estrada, deixando meus cabelos caírem sobre meu rosto e podendo chorar.
Carl parou ao meu lado e se sentou, puxando minha cabeça até seu peito e me deixando chorar ali. Deixando carinhos em meus cabelos e tentando me acalmar. As imagens estavam fortes em minha mente.
- Me desculpa por acordar vocês - peço limpando o rosto- Eu, droga e se essa visão se concretizar? E se alguém realmente morrer?
- Se acalme amor, apenas se acalme, ok? Vamos lá, respire fundo e apague isso da sua mente.
Fiz o que ele me pediu e abri os olhos, vendo as árvores em minha frente e alguns mortos vindo no meio delas. Tínhamos que levar comida para as pessoas de Hilltop e das outras comunidades, tínhamos que levar esperança de um possível recomeço.
Me levanto do chão e caminho até o carro. Pegando as mochilas e os galões, caminhando na frente do grupo e seguindo até os carros em busca de um pouco de gasolina que fosse. Eu tinha que pensar num jeito de não deixar ninguém se machucar, de ninguém morrer.
- Ela está bem? - ouço Glenn questionar a Carl.
- Vai ficar. Mas eu tenho que ficar de olho nela, as visões, elas acabam com muitas coisas dentro dela e pode apostar que ela vai fazer de tudo para nos impedir de enfrentar alguma coisa ou de fazer alguma coisa.
Ele me conhecia bem pra saber que eu faria aquilo mesmo que ele estava pensando.
_
A cidade apareceu depois de horas, do mesmo jeito que tantas outras, mas no ar, havia algo errado. Era como se tudo estivesse mostrando que algo errado estava pra acontecer ali.
A arma em minha minhas mãos foi segurada com ainda mais força e meu punho foi erguido e os três homens atrás de mim pararam. Encaro ao redor e vejo zumbis se aproximando.
- São só zumbis e... - Glenn começa.
- Shii - exclamo fazendo o homem se calar. Meus olhos percorreram cada centímetro do nosso a redor. - Fiquem juntos e saiam de perto dos carros.
Armadilhas. Haviam armadilhas nos carros. Bombas prontas para serem explodidas a qualquer toque no mesmo. Crio uma redoma ao redor do carro ao meu lado e jogo o pedaço de madeira que estavam em minhas mãos pelo buraco do vidro, vendo a explosão ser criada e ser abafada pelo meus poderem
- Não encostem nos carros! - digo mais uma vez.
- Acha que tem pessoas morando aqui? Protegendo esse lugar? - Barry questiona empunhando sua arma e faca.
- Somos 9 pessoas, cada um de nós fique com os olhos abertos em cantos diferentes, sons ou qualquer coisa que seja, parem e tentem achar a razão do problema. - digo.
Os olhares sobre mim em sua maioria não eram bons, mas o que me importava era manter todos a salvo.
- Eu não quero que vocês morram! Com essas armadilhas em carros, não temos chances de conseguir um automóvel. Não quero ter que ver vocês morrendo, ok?
- Você podia sabe...criar uma redoma de proteção ao redor da gente, sabe, pra nós proteger se algum louco nos atacar com armas ou até flechas. - John fala parando em minha frente e apertando a AK- 47 em suas mãos. - Estamos juntos, então se vamos entrar nessa cidade juntos, pode nós proteger?
Deixo um sorriso fraco escapar e concordo com um aceno, antes de mover minhas e criar a redoma ao nosso redor.
- Vamos!
Quem quer que estivesse no meio daquela cidade, morando ali e tentando proteger alguma coisa e tentasse nos atacar, levaria a pior. Eu só tinha que ser o suficiente para conseguir manter nossa proteção.
- Amor? - encaro Carl e sorrio para ele, o beijando - Eu te amo!
- Te amo mais ainda!
- Quanta melança - ouço Glenn diz e sorrio largo.
- Como se você e Maggie não fossem assim. Sabia que eles transaram numa farmácia abandonada? - Carl conta fazendo todos rirem. - Eu era pequeno e descobri depois de um tempo o que eles tanto faziam escondidos.
As gargalhadas eram altas e podiam até estar chamando a atenção dos mortos, mas eles estavam se sentindo protegidos e era aquilo que eu queria.
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𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ
FanfictionData de inicio: 26/01/2019 Data do fim: 31/10/2021 TWD|ST O mundo tinha morrido tinha 31 de outubro, o Halloween havia sido verdadeiro, parecia que o todo poderoso não ia levar aquilo na brincadeira, e depois de horas pudemos perceber que ele não qu...