Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que incomoda, que entristece, que mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Rivaille era imperfeito. Cometia erros, aprendia com eles. Não era a imagem de um homem perfeito que queria passar. Este queria que vissem suas imperfeições, para somente quem fosse imperfeito também, reconhece-las. Jaeger era igual. Não gostava do perfeito, não via interesse no perfeito. Só o imperfeito pode evoluir. O perfeito já se estagnou, cristalizou-se. Portanto só o imperfeito tem futuro. Ambos, gostavam de pessoas com manias, com defeitos, ninguém melhor que alguém imperfeito pra lidar com suas milhares de imperfeições... aliás o imperfeito também costuma ser perfeito... e isso é lindo.
— Para onde estamos indo? – Os olhos esverdeados era fixo à janela ao seu lado. Ainda estava emburrado por ter que ir no banco de carona, de seu próprio carro.
— Minha casa! Eu quero te mostrar algumas coisas. – O outro do contrário, estava dirigindo no entanto com seus pensamentos distantes. Levi não sabia o porquê, mas Jaeger lhe despertava interesse. Não queria se apegar na dúvida que tinha em relação a ele.
— Está muito longe?
— Não, estamos quase.
— Vai demorar?
— Francamente garoto! Me sinto em um tribunal com tantos interrogatórios. – Ackerman o encarou por alguns segundos, mas logo sua atenção estava na estrada novamente.
— Tsk! Você sequer me deixou dirigir. E esse é meu carro. – Eren reclamava enquanto se acomodava melhor no banco de couro.
— Você parece uma criança que só reclama.
— E você um velho ranzinza que vive me chamando de pirralho. – Um revirar de olhos demonstrava o quanto estava impaciente com a demora.
O silêncio se instalou, Levi evitou ter uma discussão boba e infantil. Eren entretanto, estava observando os traços do rosto do mais velho. Eram traços delicados e incomuns. Seus fios de cabelos castanhos escuro quase preto era muito chamativo. Gostava do corte que o homem possuia, lhe favorecia muito bem, deixava metade de seu rosto a mostra o que dava um pequeno toque de elegância. Sua inspeção não durou muito tempo já que o homem tendo percebido, devolveu o olhar por míseros segundos até que voltasse a olhar a estrada.
— Admirando? – Ackerman emitia um pequeno sorrisinho.
— Quieto – Se acomodava no banco outra vez, envergonhado por ter paralisado no rosto alheio por muito tempo.
Finalmente o percurso havia chegado ao fim. Ambos desceram do veículo e Levi tomou a frente caminhando para dentro do lugar. Passaram por grandes portas de vidro. Subindo o elevador, Eren percebeu que o homem também morava em um apartamento. Mas ao julgar pela porta de entrada e o grande edifício, se notava que era bem caro. O triplo do valor de seu próprio apartamento, ou mais.
— Por aqui! – O mais velho adentrou o número 412 e foi logo retirando o casaco a pendurar no porta casacos ao lado. — Tire seus sapatos. – Ordenava recebendo um "tsk" como resposta.
Jaeger estava impressionado demais com o luxo do apartamento enquanto caminhava pela grande sala de estar. Ackerman se dirigia até o sofá e se sentava refinadamente aguardando o menor terminar seu vislumbre pelo lugar.
— Você mora em um lugar muito luxuoso, senhor Rivaille. – Sentava-se no sofá de frente para o outro descendo seu olhar até as expressões alheias.
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When The Mask Falls Off (CONCLUÍDO)
FanfictionEren Jaeger é um jovem universitário e um ômega dominante. Devido uma enorme dívida, ele estuda na faculdade durante o dia e trabalha como HOST durante a noite. Com a vida complicada que leva, jamais pensou que encontraria seu "Alpha Dominant" em um...