When The Mask Falls Off (CONCLUÍDO)

Être mon idéal

   Muitos vivem apenas porque estão vivos. Vivem sem objetivos, sem metas, sem ideais e sem sonhos. Não sabem como lidar com suas fragilidades e lágrimas. Sabem lidar com os aplausos, mas desesperam-se diante das vaias. Muitos acreditam que, seguir seus ideais os levam a um caminho melhor, mais iluminado. Mas, se há algo mais triste que falharmos em nossos ideais, é termos conseguido realizá-los. Alguns possuem os mais complicados, outros os mais exigentes, e outros, os mais impossíveis. Não é como se fosse fácil realizá-los se, estes ideais de vida em especial, são um tanto quanto rigorosos.

   Eren vagava pelo imenso pátio da faculdade, observando seus próprios pés competirem para ver qual seria o que daria o maior passo. A proposta de Levi martelava em sua mente. "Não é como se eu estivesse pedindo para marcar você", dizia a voz do alfa em replay dentro de sua cabeça. Não era tão simples, afinal, decidir se comprometer com um só parceiro durante todos os seus cios, tornaria a relação complicada se ambos não estivessem pensando a mesma coisa. Não seria apenas uma foda, porque, daquela foda poderia surgir algo cujo nenhum dos dois estaria preparado, ou talvez apenas um deles não estivesse. Quando dormindo com um só alfa, o cheiro daquele alfa estaria impregnado em seu corpo, isso traria certa vantagem pois, se outros alfas sentissem os feromonios de um determinado alfa naquele ômega, não se atreveriam a se aproximar, e muitas das vezes, nem mesmo conversar se aquele cheiro em especial estivesse dizendo claramente "aproxime-se e morre". Em outros casos, a possessão não era uma amiga.

   Havia algo com que sonhava, um mísero sonho ou ilusão que se apegava. Agarrava-se firmemente a aquilo, e não soltava de forma alguma. Uma família, um emprego, uma casa, filhos, um casamento. Obviamente, a vida é um jogo e apenas os que saibam jogar se dão bem, no entanto, até mesmo aquele sem experiência nenhuma, um malen'kiy¹ como ele, poderia também se dar bem, se, perseguisse os seus ideais e conquistasse-os.

[...]

O garoto dava curtos e silenciosos passos até a porta do apartamento de seu chefe. Estava pronto para ir embora assim que suas aulas acabassem, mas, no caminho, recordou-se que ainda havia um alfa em seu apartamento o esperando para o trabalho. Os cinco minutos ao lado de fora da porta haviam lhe dado coragem para finalmente entrar. A semana passou depressa após o dia dos namorados, e, durante todos os dias, vinha da faculdade diretamente para o apartamento de Levi, mas sempre evitava falar sobre a proposta. Estava decidido a finalmente o dar a resposta, só não sabia se era a resposta que Ackerman gostaria de ouvir. Dentro da construção, a sala silenciosa e as persianas fechadas. Levi não estava na sala, nem mesmo na cozinha. Como sempre, imaginou que o homem estaria em seu escritório, e, quase como se tivesse adivinhado, o mais velho fixava a tela do computador enquanto digitava freneticamente algo no pc. Eren o observou da porta. Os fios negros bagunçados, olheiras ao redor dos olhos escondidas pela lente do óculos que refletia a iluminação da tela em sua frente e uma xícara de café ao lado na mesa. Havia-ei de ficar acordado a noite inteira. Era o último dia para a entrega do manuscrito, e Ackerman gostaria de entregá-lo o quanto antes possível. Foram longos minutos até que o homem soltasse um longo suspiro e se apartasse do computador. Levi era belo quando em estados deploráveis como aquele. Era o que Eren pensava.

— Finalmente acabei! – O suspiro de alívio preencheu o cômodo. Levi esticava lentamente os braços buscando a sombra que o encarava do chão. Eren estava na porta em silêncio, encostado sobre a quina. Os braços cruzados e as pequenas rugas na testa davam a entender que aquele estava prestes a iniciar um dialogo extenso. — A quanto tempo você está aí?

— Não muito tempo. Eu estava esperando que terminasse porque eu quero conversar com o senhor, senhor Rivaille!

— Já disse para não me chamar de senhor. Não há necessidade de formalidades quando estamos trabalhando juntos a bastante tempo.