Responsabilités et amour

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   E lá estava aquela expressão. Eren temeu muito ver aquele rosto, tanto que nem mesmo arrumou coragem para contar a verdade no início. Ele suspirou e relaxou os ombros. Sabia que havia errado quando decidiu não contar a Levi sobre a criança. Ackerman estava atento em cada palavra que sairia de sua boca, mas Eren não conseguia pensar em por onde começar.

— Então? Tem algo para me dizer? Talvez um "eu deveria ter te contado"? – Muito impaciente, Levi começou.

— Eu sinto muito! – Eren ditou em alto e bom som. As palavras simplesmente escaparam de sua boca. — Eu sinto muito, mesmo. Eu errei, eu admito. Antes de mais nada, tente me entender. Eu fiquei com medo de sentisse repulsa ou desprezo, então escolhi não te contar. Eu não queria acabar com o que você havia começado. Você se esforçou muito para ajudar o senhor Smith. O quê eu poderia fazer? Não seria justo. – Eren finalizou, mas se arrependeu do silêncio que causou após se calar.

— O que não seria justo é você esconder a sua gravidez, garoto. – Suspirou acariciando a própria testa com as pontas dos dedos. O cruzar de pernas era a marca registrada do homem quando estava tenso. — Você se lembra daquela noite, não lembra Eren? A falta de cuidado foi minha também. Eu sei que estava tenso com a possibilidade de eu não aceitar bem a idéia, mas não muda o fato de que você tinha que ter me contado.

— Eu sei, e já disse que sinto muito. – Murmurou assumindo uma pose desleixada na poltrona.

— Sentir muito não vai me fazer ficar menos chateado com sua decisão idiota. – Ackerman manteu a calma trazendo uma boa quantidade de ar para seus pulmões.

— Me diz o que eu posso fazer para que me perdoe então, que eu farei. Cozinhar? Manter a casa do jeito que você deixou? Se quiser eu posso até mesmo passar as suas blusas se significar que me perdoará.

— De jeito nenhum! Você certamente queimaria o jantar, colocaria fogo na casa ou danificaria o tecido de minhas blusas. E você está carregando um bebê, e isso já é o suficiente para me fazer te prender em uma cama se for preciso. Você deve descansar. – Finalizou contra-gosto.

— Me prender em uma cama seria bom. – Jaeger sorriu sugestivo, mas Levi o lançou o seu famoso olhar intimidador, o fazendo engolir as próprias palavras. — Você está sendo super sério, entendi. – Respondeu rápido reprimindo os lábios.

— Se quer mesmo que eu te perdoe, siga de ponta a ponta as instruções da ginecologista obstetra e comece a pensar por dois. Eu tenho uma amiga antiga no hospital aqui do lado que é formada em obstetrícia. A partir de amanhã, você será paciente dela. – Levi continuou, sem dar espaço para que o menor proteste.

— Sim senhor. – Suspirou impaciente. O tom de voz era certamente desgostoso.

— E nós vamos dormir em quartos separados. – Finalizou diferindo passos em direção à escada.

— O quê?? Espera aí! O quê eu estar esperando um bebê tem a ver com dormir em quartos separados? Você sabe o quão esse apartamento é assustador de noite? Se não sabe, eu te digo: Essas janelas enormes vivem estalando com qualquer ventinho, e a iluminação é demasiada pouca. – Jaeger tentava justificar, mas Ackerman parecia estar decidido.

— Quanto a isso não se preocupe, nós vamos nos mudar no final de semana. Não sairemos da cidade, mas não acho que dê para criar uma criança em um apartamento. Amanhã pela manhã a Hange vai te ajudar com as malas. Você também deve ficar em casa, sem fazer esforços. E.. – Interrompeu os passos parando diante ao garoto que vinha ao seu encontro. — São seis longos, impiedosos e torturantes meses. Você aguenta, não aguenta? – Ironizou finalmente subindo as escadas. Eren foi abandonado no começo dela, sem argumentos.

When The Mask Falls Off (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora