Être mon idéal ²

1.7K 213 197
                                    

Pouco depois do estranho mal-estar, Eren aquecia a ponta de seus dedos enquanto dedilhava calmamente a xícara com o chá quente. Mikasa estava na cozinha analisando alguns dos papéis que seu chefe havia lhe encarregado de tomar conta. Vez ou outra olhava para o menor que emitia uma careta toda vez que levava a xícara aos lábios.

- Como se sente? Suponho que depois de se alimentar tenha melhorado. - Sua preocupação para com Eren era extremamente grande, sempre forá assim.

- Sim, já me sinto melhor. Não precisa mais me dar sermões, eu já entendi que um ser humano precisa ao menos de um pão dentro do estômago.

- Isso é ótimo! Que bom que entendeu, me poupa saliva. - Suspirou aliviada. O silencio havia tomado conta do apartamento outra vez, até que a campainha acabasse com ele. Do outro lado da porta, Levi esperava ser atendido enquanto encarava os próprios pés.

A Jaeger mais velha levantou-se calmamente e se encaminhou para a porta, esquecendo-se de olhar pelo olho mágico. A figura que vislumbrou ao abrir a porta lhe surpreendeu. Não imaginaria receber Ackerman ali considerando o horário.

- Senhor Ackerman! Aconteceu alguma coisa? Está bastante tarde, não?!

- Sim, desculpe-me por bater em sua porta a essa hora. Mas preciso conversar com Eren.

- Imaginei que alguma hora diria isso. Pois bem, ele está na sala. Sinta-se a vontade! - Saiu do caminho na intenção de deixar o mais velho entrar. - Eren, senhor Ackerman o está procurando. - Berrou. - Pode ir até ele, eu vou pegar os papéis e ir para o quarto. Se precisar de algo, basta pedir a Eren que ele o servirá. - Apanhou os papéis da mesa e foi diretamente rumo ao quarto deixando ambos tratarem de seus assuntos.

O menor colocava a xícara na pequena mesa de centro observando o homem adentrar a sala.

- Suponho que esteja aqui para falar da minha decisão.

- Uma estúpida decisão, convenhamos. - Acomodou-se na pequena poltrona.

- Eu já lhe dei uma explicação e não estou disposto a mudar de idéia. O senhor compreendeu, pelo que me pareceu. Eu quero trabalhar em algo que reconheça o meu esforço.

- Você está dizendo que não reconheço seu esforço?

- Não!! Definitivamente não é isso. Não me entenda mal, me faz parecer horrível. - Deitou-se para trás acomodando-se no sofá.

- Eu realmente não entendo o que se passa em sua cabeça. Você dizia: Comum comum. Mas, isso não era comum o bastante? Você era apenas um secretário comum. Eu não estava colocando absolutamente nada em cima de seus ombros. Minhas expectativas em você são diferentes do que você achava ser.

- Ouça! Não é sobre expectativas. Eu nunca achei que teria grandes expectativas em mim dês do começo. Apenas não pretendo ser um secretário para o resto de minha vida. Sabe, eu estou quase concluindo a minha faculdade. Talvez eu foque em algo relacionado.

- Óh, vejamos! "Eren, o grande artista." - Suspendeu ambas as mãos no ar, ironizando ao ato.

- Esse título é muito grande. - Soltará um riso baixo curvando-se minimamente. - Eu imaginei algo elegante e sofisticado como o de Van Gogh.

- No que é que eu poderia ser útil, para o que poderia eu servir; existe algo dentro de mim, o que será então? - Sussurrará.

- Vejo que é um apreciador de Van Gogh, senhor Ackerman.

- Kenny era. Eu apenas decorei algumas frases das muitas que ele tomava como conforto quando resolvia bancar o pintor. Mas eu admiro as pinturas de Van Gogh, se isso lhe serve como resposta.

When The Mask Falls Off (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora