When The Mask Falls Off (CONCLUÍDO)

Le passé indéfini

Na manhã seguinte, a casa jazia silenciosa no andar de cima. Ackerman entoava algumas reclamações baixas, se revirando na cama como quem buscava algo. Sua mão tateava o lado oposto da cama, na busca do corpo de Eren, mas como nada encontrou, abriu lentamente os olhos para ter certeza de que estava sozinho ali. A cabeça doia e o estômago ainda embrulhava. Era aquela a verdadeira sensação da ressaca?!

— Tsk! – O homem se erguia alcançando o chão gélido. Lamentava tanto ter que levantar. Não saberia se estaria disposto para trabalhar em seu livro naquela manhã.

Em passos curtos e desconcertantes, seguirá para o banheiro. Apenas conseguiu escovar os dentes e se livrar de um rosto amassado. Totalmente descalça e com roupas adormecidas, desceu as escadas na busca daquele cheiro de panqueca. A mão direta era direcionada até a própria cabeça, acariciando o lado o qual mais lhe doía. E de certa forma, os fios negros ganhavam um volume mais sensual, todos caindo por aqueles dedos ossudos.

— Óh, senhor Rivaille!! Acordou?! – Sussurrará o ômega, distribuindo os pratos de panquecas sobre a mesa.

— Por quê está sussurrando? – O mau humor era nítido naquela voz ainda rouca, e as pequenas veias na testa demonstravam o quanto aquele homem estava frustrado com sua situação atual. As sobrancelhas franzidas lhe traziam um charme nada proposital. Mesmo quando não queria, Ackerman possuía aquele ar de homem galanteador.

— Eu pensei que estaria sensível a qualquer som, então prefiro não ser tão barulhento. Eu deixei um remédio para dor de cabeça sobre o balcão com um copo de água ao lado. Vai se sentir melhor quando o tomar!

— Você? Sendo gentil comigo? – Emitia um breve sorriso ladino. — Isso chega a ser bonitinho!

— P-por favor, sem provocações tão cedo, senhor! – De bochechas tingidas em um carmim suave, Jaeger se apressou para limpar a bagunça que fizerá enquanto preparava as panquecas. Levi que até minutos atrás estava ao lado do balcão tomando o remédio, já se prostrava atrás do menor, encontrando as curvas da cintura alheia. A ponta do nariz deslizava pela extensão da nuca, inspirando o aroma doce que apenas ele tinha, no ver do mais velho. — Por Deus!!! – Saltou Jaeger tentando se desvencilhar daqueles braços.

— Eu ainda não faço idéia de qual perfume você usa, mas o cheiro é tão doce. – Agarrava o corpo magro contra si, percorrendo a glândula de cheiro pela extensão dos ombros, roçando-se contra a pele arrepiada do outro.

— Ei, ei!! Solte-me, o que há com você?! – Grunhia afastando os braços de Ackerman de si. A forma que o homem lhe agarrava era tão firme, que conseguia sentir perfeitamente "algo" lhe cutucando por trás.‐Ele sequer está excitado e é tão longo?! – Pensava o mais novo ainda tentando se livrar dos braços do alfa.

— Certo, certo! – Suspirou o mais velho afrouxando seus braços e só assim se afastando de Eren. Obviamente lamentava ter que o fazer.

— Eu arriscaria dizer que ainda está bêbado. Mas é só as suas provocações idiotas como sempre. – Reclamou na busca de seu casaco, pronto para ir embora.

— Espera ai, você já está indo embora? Mas e a panqueca? Tem dois pratos na mesa, portanto você deve comer também. Se não tinha a intenção de comer comigo, por quê fez duas panquecas? Manter uma alimentação saudável é importante, assim como se alimentar três vezes por dia.

— Se quer tanto que eu fique é só me pedir. – Jaeger debochou trazendo uma coloração avermelhada para as bochechas de seu chefe. Coisa que lhe fez sorrir involuntariamente, e, discretamente.

— Não era isso que eu estava tentando dizer. De qualquer forma, eu preciso conversar com você sobre ontem.

   Ambos tomaram seus lugares sobre a mesa. Levi revirava seu café da manhã como uma criança que cutucava o prato quando não estava com vontade de comer e apenas se divertia com o alimento. Eren por outro lado, degustava da panqueca inúmeras vezes, pedaço por pedaço. O ambiente estava silencioso como sempre, nenhum dos dois tinha a intenção de iniciar o assunto, mas, o que parecia tenso para Levi, não estava sendo nada demais para Eren, que já se acostumava aos poucos com a presença alheia.