capítulo 44

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  Abri os olhos e sentei na cama.A luz do meu quarto ainda está apagada,olhei o relógio na parede e vi que são três e meia da manhã.A luz do corredor está acessa,claro né!é um hospital vinte e quatro horas.Levantei me sentindo tonta.Abri a porta do quarto e fui me segurando nas paredes.Parei ao ver o Charlie cantando e dançando uma coreografia enquanto separava algumas toalhas em um carrinho.Assim que ele se virou ele me viu.Ele soltou um grito alto e agudo.
   -Ahhhhhh-disse o Charlie pulando de susto-aí meu Deus.Mas o que é isso?uma assombração no meio da noite.
   Ri da reação dele.
   -Que susto você me deu menina.Precisa de alguma coisa?
   - Não,só...
   -Saiu andando no meio da noite porque está sem sono?não faz mais isso,se é a faxineira aqui no meu celular ela tem um ataque cardíaco,porque você me aparece as três da manhã,se apoiando nas paredes,usando essa camisola e o cabelo bagunçado não tem como não se assustar-disse o Charlie dando um sorriso e me conduzindo até o meu quarto novamente,por que tá todo mundo agindo como se eu fosse uma pessoa super frágil-volta a dormir que o meu turno já vai acabar,qualquer coisa aperta o botão amarelo que vai vim uma enfermeira da noite te ver.Eu volto as meio dia para ver você.Soube que aamanhã a médica vai te examinar de manhã,se der tudo certo você vai alta um dia antes das suas aulas voltarem.Boa noite querida.
   Ele saiu do quarto e fechou a porta ao sair.Vi uma porta do lado de um armário,entrei nela para dar uma olhada.Um banheiro,bem arrumadinho até,vaso,pia,espelho,box...voltei para a cama.Fitei o teto,não tem nada para fazer aqui.Depois de alguns segundos pensando em alguma coisa para fazer me lembrei do Miguel.Rapidamente fiquei de pé e coloquei a pantufa do hospital.Saí do quarto e andei pelo corredor tomando cuidado para não ser vista,o pessoal do hospital deve estar pensando que eu acordo sem me lembrar de nada.Assim que cheguei na porta do quarto do Miguel,entrei rapidamente e fechei a porta trás de mim.Ele ainda está com aquele negócio estranho em volta do pescoço.Fui até ele na cama e peguei na mão dele que estava na cama.
   -Miguel...-sussurei-dói tanto te ver assim.
   Será que ele pode me ouvir?
   -Mas você é o campeão,vai conseguir vencer isso,eu acredito em você.Você vai lutar contra isso e sobreviver.
  Ouvi passos no corredor.Acariciei o cabelo dele.
  -Amanhã eu volto para te ver amigo-disse dando um beijo na testa dele antes de sair.
 
       °°°°°°°Quebra de tempo°°°°°°°°

   No outro dia por volta das nove uma enfermeira entrou no quarto trazendo um bandeja com o café da manhã e uma outra camisola na mão.
   -Bom dia Alisson.Trouxe o seu café da manhã,depois pode ir tomar um banho,aqui está a roupa-disse a enfermeira pegando uma prancheta
   -Por que o meu quarto tem banheiro?o do meu amigo Miguel não tem-disse.
   -O seu é de quem tem um plano Premium-disse a enfermeira.
   -Eu não tenho plano Premium,que pagou por isso tudo?-perguntei confusa.Ela olhou a segunda folha da prancheta.
   -Um cara chamado Sid Weinberg,conhece?-perguntou a enfermeira-deve ser um doador.
   -É,deve ser...-disse desconfiada.
   -As dez a sua médica vai vim te ver.Pelo que está escrito aqui...,quer saber?não interessa.Olha só vaca eu não tenho o dia todo.Só tenta não se manter em confusões e ficar viva,de preferência não saia do quarto.Qualquer coisa já sabe,botão azul.
  Ela saiu logo em seguida.Não gostei dela.Logo fui tomar um banho e esperei a médica.Ela disse que tenho que ficar aqui por mais dois dias e ficar quatro em casa me recuperando.Por azar,é sorte também,no primeiro dia de aula vou estar bem o suficiente para ir.Depois que a médica foi embora fiquei um bom tempo sentada na poltrona de visitas na frente da janela,tô parecendo uma ssenhora de sessenta anos.Derrepente a porta do quarto abriu,me virei rapidamente.Uma enfermeira estava na porta.
   -Por incrível que pareça...você tem visita-disse a enfermeira abrindo espaço,e dando um leve sorriso.
   Esperei por dois longos segundos,me colocando de pé rapidamente.Então ele entrou,ele caminhou lentamente até mim como se não acreditasse no que vai.Assim que estávamos perto o suficiente um do outro ele me abraçou forte.Ouvi o barulho da porta do quarto se fechando,a enfermeira nos deixou sozinhos.Retribui o abraço.
   -Princesa...-começou o Falcão mas eu o impedi de continuar falando colando os nossos lábios,logo pedi passagem com a minha língua e ele cedeu.
   Nos beijamos por muitos segundos de forma carinhosa.Paramos por falta de ar,assim que abri os meus olhos novamente,nossos olhos se encontraram.Dei um leve sorriso.Vi ele fazer a cara de quem iria começar a chorar,o abracei novamente.
   -Alisson me desculpa-disse o Eli-me desculpa mesmo.Isso tudo...se Eu tivesse parado para te ouvir por apenas um segundo...
   -Ta tudo bem,eu estou bem-sussurei para ele.
   -Também me desculpa por não ter te visitado todos os dias,não aguentaria te ver daquele jeito-disse o Eli.
   Ele me conduziu até a poltrona de visitas e se sentou fazendo o sinal para que eu sentasse no seu colo,me sentei no colo dele de lado e deitei a minha cabeça no seu ombro.
   -Não faz mal.Você veio me visitar uma vez,isso foi suficiente-disse.
   -Como sabe que eu vim te visitar?
   -Eu escutei-disse vendo ele me olhar confuso-não me lembro de tudo.Só do eu te amo.Aliás,também te amo.
   Ele começou a acariciar o meu cabelo.
   -Eu acordei sem memória.Deporei alguns segundos para me lembrar de você.Mas aí eu vi esse aliança ontem e me lembrei de tudo,tudo,tudo mesmo-disse.
   -Eu não sei oque dizer para você,tem tanta coisa que eu gostaria de falar-disse o Falcão.
   Levantei do colo dele e me sentei na cama virada de frente para ele.
   -Se tem muita coisa é melhor começar-disse sorrindo,ele retribuiu o sorriso.
   -Tudo bem,eu achei que nunca mais veria esse sorriso-disse o Eli retribuindo o sorriso,mas logo ficou sério novamente-Quando eu cheguei na escada,primeiro encontrei o Miguel todo machucado,ele tinha acabado de cair.Me abaixei para vê-lo melhor,mas assim que abaixei olhei para o lado e vi você nos primeiros degraus,desmaiada,sangrando,e saía cada vez mais sangue da sua cabeça...achei que fosse te perder.Eu já estava péssimo por causa do Miguel,então ver você daquele me fez perder totalmente as esperanças...então o Kreese...
   -Ah não!Não em diz que o meu pai está envolvido nisso?ele nem sequer pagou para mim continuar viva.Ele foi embora,me abandonou,duas vezes!duas vezes!-disse me levantando e andando para um lado e para o outro.
   -Aí se acalma tá legal?a enfermeira me disse para não te deixar nervosa-disse o Eli.Ele rapidamente veio até mim e me puxou para perto pela cintura-foi o Kreese que me fez acreditar que talvez você sobrevivesse.Eu não sei se ele estava com boa intenções querendo me fazer acreditar nisso,mas ajudou.No mesmo dia da briga o sensei Lawrence sumiu,não apareceu para nos ajudar,mas o Kreese estava lá.Ele nos ajudou,quando o sensei Lawrence apareceu,o seu pai e ele discutiram mas o sensei Lawrence disse que tudo isso foi um erro e foi embora.Não o vi desde esse dia.Ele nos abandonou.
   -Não fala assim,vai ver ele só teve uma recaida-disse pensativa.
   Se foi só uma recaída por que ele não veio me visitar?ele disse que para mim que eu era como uma filha.Senti uma tristeza tomar conta de mim.O abracei forte.
   -Eu sei que eram proximos.Sinto muito por isso-disse o Falcão retribuindo o abraço.
   Derrepente a porta abriu forte,nos viramos rapidamente.
   -Aí!graças a deus-disse o Charlie parecendo ofegante-disseram que você tinha visita.Você nunca recebe visitas,cheguei a pensar que queriam te matar.Ainda bem que é só o seu namorado gato,porque se não fosse eu seria demitido.
   Ele deu uma piscadinha e um sorriso discreto para o Falcão antes de sair.Me virei novamente para o Falcao que estava com cara de confuso.
   -Ele tava dando em cima de mim?-perguntou o Falcão.
   -Não sei não-disse.
   O Falcão fez questão de me fazer companhia até às as cinco,ele iria ficar mais mas a enfermeira apareceu dizendo que a visita não poderia ficar mais de cinco horas e sei lá oque.
   A noite quando a maioria dos funcionários já tinham ido embora para a troca de turno,saí do quarto para ir ver o Miguel mais uma vez.Consegui chegar lá sem ninguém ver.Assim que cheguei o Miguel estava exatamente do mesmo jeito.
   -Oi Miguel-disse enquanto puxava um banco para me sentar.
  Pensei ter ouvido a porta abrir bem devagar,mas deve ser só a minha cabeça,por eu estar com medo de ser pega.
  -Estou me sentindo mal por ter um quarto super legal enquanto você está aqui,se eu pudesse te dava tudo...Hoje o Eli veio me visitar,foi muito legal.Você acredita que o enfermeiro deu em cima dele bem na minha frente?...fora o Falcão ninguém veio me visitar,a não ser o meu pai,mas ele não conta.
   Soltei um longo suspiro.
   -Sabe Miguel,o sensei Lawrence...segundo o Falcão...desistiu.Ele disse que tudo isso foi um erro,o Eli é meio dramático e passa dos limites as vezes mas eu não acho que ele estava exagerando.Confesso que fiquei bem chateada mas que diferença faz se eu ficar chateada ou não né?Eu não posso mudar nada disso.Ele disse que eu era como uma filha para ele,mas o sensei não veio me visitar nenhuma vez.
   -Me desculpa Miguel,eu poderia ter impedido tudo isso.Eu estava com a Tory quando ela chamou a Samantha,se eu tivesse dado um jeito de prender ela em algum lugar isso não teria acontecido...Toda hora eu me lembro de você,estou tão preocupada.Enfim,essas foram as poucas novidades de hoje,não é muita coisa mas até que foi um dia bem legal para quem está em um hospital,eles estão colocando os enfermeiros como se fossem babás para mim.Eu sempre digo:"Eu estou bem!me lembro perfeitamente quem eu sou e porque estou aqui".Um dos enfermeiros até é engraçado,o Charlie.Eles também não deixam eu te ver,devem pensar que eu vou ter algum tipo de ataque de raiva,ou sei lá oque.Hoje a tarde me lembrei do dia que estávamos sentados na calçada conversando,me fez perceber que eu sinto sua falta mas do que eu pensava que sentia...
   Toquei na mão dele com a minha mão direita e a esquerda acariciei o seu cabelo.
   -É melhor eu ir antes que alguém vá ver se eu estou viva e se depare com a cama vazia.
   Me levantei devagar.
   -Até amanhã amigão,acho que se eu levantar de madrugada consigo ficar um bom tempo conversando com você.
   Assim que me virei vi a mãe dele e a avó paradas me observando.Eu parei como se fosse uma estátua,elas devem estar pensando que eu sou uma maluca por ficar conversando com alguém em coma.Elas devem ter ouvido o suficiente para saber que eu não deveria estar aqui.
   -Eu...me desculpa...Eu deveria estar no meu...-disse mas antes que eu pudesse a mãe dele me abraçou com força,sem pensar duas vezes retribui o abraço.
  Deve estar sendo muito difícil para elas duas.
   -Fico feliz que esteja bem-disse a Carmem.
   -Obrigada-disse.
   Nos separamos do abraço e ela pegou nas minhas mãos.
   -Acha que ele vai ficar bem?-perguntou a Carmem.
   -Com certeza.Ele vai lutar contra isso,é oque ele faz.O Miguel vai vencer isso,ele é forte.Pelo menos espero que ele consiga vencer-disse,a Carmem sorriu para mim.
   -É difícil de encontrar alguém que diga isso com tanta certeza nesse lugar-disse a Carmem.
   Sorri de volta.
   -É melhor eu ir-disse-não quero que eles passem a trancar a porta do meu quarto.Foi um prazer vê-las denovo.
   Dei um abraço na avó do Miguel antes de ir para o meu quarto.Fui me deitar me sentindo satisfeita comigo mesma.
 
  
 
 
  
  

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