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Rhysand atravessou Astéria para o lado Oeste da fortaleza das Rainhas Mortais, pedindo para que ela tomasse cuidado e apenas observasse o perímetro aquele dia, sem tentar se infiltrar de maneira imprudente. Ele atravessou de volta para Velaris com receio estampado no rosto.

O Grão-Senhor perguntara várias vezes durante aquela semana se ela tinha certeza de que queria fazer a missão, e Astéria confirmara em todas elas. Rhys estava apreensivo. Não queria arriscar Azriel, mas com a previsão de Elain, eles precisavam agir. Feyre e Elain foram para o território de Jurian e Vassa naquela semana, e ele estava nervoso e preocupado por Feyre ter preferido que ele não fosse junto – visto que Rhys e Lucien não tinham um bom histórico. Agora, Rhys também estava nervoso e preocupado com Astéria, mas ela garantiu ao macho que ficaria bem.

Rhys explicara para Astéria durante toda aquela semana o que havia sido descoberto do território das Rainhas – que era quase nada, na humilde opinião de Astéria, mas ela não falara isso ao Grão-Senhor.

Azriel tentara muitas vezes infiltrar seus espiões ou infiltrar a si mesmo, mas as muralhas construídas ao redor da cidade eram impenetráveis. As Rainhas possuíam uma fortaleza imensa. Os muros formavam um território quadrado, e abrigavam o palácio principal das Rainhas e a cidade. Havia guardas por toda a extensão no alto da muralha, além do feitiço protetor que os guardava praticamente em uma redoma de vidro. Uma floresta cercava a fortaleza no lado Leste, Norte e Oeste, fechando-a como se fosse um círculo, com cerca de vinte metros de distância do perímetro das árvores até a muralha. O lado Sul, onde ficavam os imensos portões de entrada da fortaleza, havia apenas uma estrada de chão batido e campo aberto em volta.

Assim que Astéria subiu em uma enorme figueira e acomodou-se em um galho grosso o bastante para sustentar seu peso, e alto o bastante para que pudesse ter uma boa vista da muralha, ela sentiu a magia que estalava dos imensos muros.

Não era, nem de longe, como a antiga Muralha que separava o território feérico do território humano, feita com o Caldeirão.

Não. Aquilo era completamente diferente.

Astéria fechou os olhos e se concentrou no poder que emanava do feitiço protetor, sentindo-o, atraindo-o, chamando-o para que respondesse a ela. Arabescos começaram a aparecer em sua mente, que aos poucos, foram tomando formas de símbolos antigos – losangos, pentagramas, triquetras, bindrunes, sóis, luas... havia muitos símbolos combinados. Alguns que Astéria sequer conhecida.

Supriu a respiração quando finalmente entendeu a magia: aquilo não era apenas um feitiço protetor, aquilo eram muitos feitiços protetores ligados entre si, emaranhados em seus símbolos.

Havia pontos em que a proteção era mais fraca, por se tratar de feitiços mais simples – especialmente o lado Leste. Eram magias selvagens e primitivas, simples o bastante para serem quebradas com a força da mente; mas também havia pontos que se tratavam de símbolos complexos demais, fortes demais. E para quebrar a proteção, precisaria se quebrar todos aqueles feitiços.

Era um trabalho praticamente impossível. A menos que ela tivesse outros quebradores de feitiços ajudando-a, e eles derrubassem as magias ao mesmo tempo.

Se pudesse usar todo seu poder livremente, e tivesse Kayn, Asaph e Helion ao seu lado, juntos eles desfariam os feitiços – com certo esforço e talvez até esgotamento, mas conseguiriam. Porém ela não os tinha. E sozinha e com apenas um feixe de luz de seu poder, Astéria daria sorte se fosse capaz de desfazer um feitiço sequer.

Além de, é claro, toda a muralha física em si ser impenetrável. Uma extensão de pedra de cerca de dez metros de altura, com muitos guardas no topo dela, armados em arcos e flechas e balestras.

Herdeira de Sol e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora