Prólogo

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  Estava escuro. 

  Tão escuro que nem mesmo a visão feérica ousava se ajustar àquele breu. O cheiro pútrido do cadáver já estava impregnado em seu nariz há horas, dias, anos... ela não sabia mais quanto tempo fazia. Vomitava cada vez que ousava encarar o corpo.

  Às vezes ela gritava até que sua garganta sangrasse. Às vezes ela se encolhia no canto mais afastado da cela e apenas soluçava. Outras vezes ela arrancava os próprios cabelos enquanto olhava fixamente em um ponto na escuridão e duvidava de sua sanidade mental.

  Não podia ser real.

  O cadáver em putrefação ao seu lado, o frio, a cela, a escuridão. Nada daquilo podia ser real!

  Mas era. 

Herdeira de Sol e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora