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Rhysand tinha as asas dolorosamente fechadas atrás do corpo, com um punho apoiando o queixo e os olhos violetas fixos no chão. A expressão quase... chocada.

O Grão-Senhor estava em silêncio há algum tempo.

Cassian, ao lado dele, batia o calcanhar no chão impaciente. Feyre, a direita, encarava o parceiro com o cenho levemente franzido em preocupação. Amren estava silenciosa, com braços cruzados e um semblante assustador, em pé nas portas da varanda atrás dos senhores e do comandante.

Mor, por outro lado, caminhava de um lado para o outro no pouco espaço da varanda da casa da cidade de Rhys, passando os dedos pelos cabelos e esbravejando em fúria.

Astéria estava escorada contra o parapeito de ferro da varanda. Os braços cruzados no peito como Amren e aguardando a decisão de Rhys, como todos os outros. Azriel estava bem ao seu lado, apoiando o corpo com o braço esticado no parapeito por trás da cintura da encantadora. Os quadris dos dois quase colados, e o ombro dela roçando na lateral do corpo do mestre espião.

A expressão de Azriel estava séria. Sublime. O encantador parecia estar atento a cada sussurro que as sombras se remexendo nos ombros lançavam, pronto para interferir os pensamentos de Rhysand com mais alguma informação, se necessário.

Mas mais nenhuma havia chego. Nada além do que o espião de Azriel, Callum, havia descoberto: o traidor na Corte dos Pesadelos, que abrira caminho para a rota do comércio do acônito em Prythian pelo território da Corte Noturna.

Azriel havia encontrado Duan na primeira vez em que ela, Amren, Mor e Feyre haviam ido até a Cidade Escadava como uma distração para que o encantador descobrisse quem estava abrindo o cais para o veneno. Mas não sido havia descoberto quem da Corte Noturna era cúmplice de Duan.

Até uma hora atrás, quando as sombras sussurraram enquanto Astéria e Azriel caminhavam por Velaris o que o espião do encantador descobrira.

Rhysand soltou um suspiro longo, esfregando o rosto. Cassian bateu ainda mais rápido o pé no chão, fechando os dedos nas palmas das mãos como se sopesasse o peso da espada neles, enquanto Mor parecia prestes a abrir um buraco e cair no andar debaixo. Feyre mordeu os lábios, nervosa.

Amren, Azriel e Astéria se mantiveram silenciosos e impassíveis, aguardando.

– Iremos até lá depois da reunião com a Corte Diurna, a Invernal e Vassa. – Rhys murmurou, sombrio, mas levando os olhos para os de Feyre.

A Grã-Senhora ergueu os dedos e os passou nas mechas dos fios negros do parceiro que caíam sobre a testa. O illyriano moveu o punho que descansava sob o queixo para pegar a mão dela e deixar-lhe um beijo na palma manchada de tinta. Astéria tinha certeza de que Feyre se derretera com o ato, apenas pelo olhar transbordando de amor que respondeu para Rhys.

Astéria quase se encolheu ao lado de Azriel pela menção da reunião, ao qual eles haviam ficado sabendo há poucos minutos, e que fora arranjada de última hora naquele dia.

Mor soltou um suspiro igual ao de Rhysand segundos antes.

– Eu jamais soube, Rhys. Eu jamais- – A loira se interrompeu, fechando os olhos com força.

Rhys ergueu o olhar para a prima.

– Não se preocupe muito com isso, Mor. Mas tenho certeza de que ele sabia. – E seu pai também, era o que Rhysand não precisava completar. O Grão-Senhor tentou dar um sorriso tranquilo para ela, mas a expressão tremeu e ruiu em segundos. Mor suspirou pela segunda vez.

As asas de Azriel estremeceram atrás dele, uma roçando no ombro de Astéria, enquanto o maxilar trincava ao observar a frustração do irmão.

– Como se manteve escondido todos esses anos? – Cassian perguntou, ainda batendo o pé no chão – Por que não veio até você? Por que sequer escolher se aliar com as Rainhas Mortais?

Herdeira de Sol e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora