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– Não! – Astéria repetiu, cruzando os braços.

– Sim!

– Eu vou junto.

– Você vai ficar aqui.

– Você não manda em mim.

– Então eu lhe peço para que por favor, fique aqui.

– Não.

– Astéria!

– Azriel!

– Por que é tão teimosa?

– Porque eu estou cansada de vocês me esconderem as coisas além de me tratarem como uma boneca de porcelana. Eu sou tão velha quanto você, Azriel, pelo Caldeirão! Portanto, eu. Irei. Junto.

– Você não está pronta.

– E não é me mantendo presa aqui que irei ficar. Eu decidi que já estou pronta o suficiente para isso!

Azriel puxou o ar para os pulmões, comprimindo a boca em uma linha fina. Então fechou os olhos, massageou as têmporas e exalou com força.

– Certo, Astéria. Faça como quiser.

– Farei! – Sorriu cínica, dando as costas e voltando para dentro da Casa.

Todos estavam em silêncio em volta da mesa de jantar e assim que Astéria adentrou o cômodo, recomeçaram conversas aleatórias para fingir que não estavam ouvindo a pequena discussão entre ela e Azriel do lado de fora.

Astéria revirou os olhos, aproximando-se do mapa de um vilarejo illyriano estendido na mesa e analisou o ponto circulado.

Azriel adentrou a sala logo em seguida, os passos pesados contra o chão de mármore. Cassian lançou um olhar para o encantador e comprimiu os lábios para evitar escapar uma risada.

– Me explique a missão e o propósito dela. – Astéria ordenou, cruzando os braços no peito novamente, assim que Azriel parou a sua frente do outro lado da mesa.

O encantador retesou o maxilar antes de falar:

– Precisamos monitorar aquela taverna – Apontou com a mão destroçada o estabelecimento circulado no mapa – Há rumores de que o dono dela possui um sub solo feito para comercializar coisas ilegais. Recentemente, chegou aos acampamentos de guerra illyriano o boato de que os mercadores do sub solo conseguiram roubar um estoque do veneno de Hybern e estão vendendo por lá. Aparentemente, o nome do veneno é acônito.

– O arsenal do veneno de Hybern foi queimado na guerra. – Astéria rebateu.

– Aparentemente, não todo. – Cassian cantarolou.

– Os exércitos foram levantados às pressas. Muitos homens não guerreiros foram obrigados a servir seus Grão-Senhores por medidas desesperadas, inclusive ladrões, mercadores, charlatões, etc, etc. – Rhys comentou – Nosso melhor palpite é que alguns deles tenham chego neste arsenal antes que pudessem ser destruídos e contrabandeado muitos estoques para si. Agora estão comercializando o veneno. E estão cobrando caro!

– Há rumores de que esteja sendo comercializado em outras Cortes? Ou só aqui?

– Não sabemos, – Feyre suspirou – mas é possível. Os mercadores estão exigindo um voto de silêncio dos compradores, mas uma hora ou outra, algum rumor iria vazar.

– Principalmente nos acampamentos de guerra illyrianos. – Disse Cassian.

– Portanto, ainda não sabemos em que dimensão essas vendas estão ocorrendo. Se é apenas em nosso território ou nas outras Cortes também. – Azriel continuou – Nosso maior receio é que o veneno chegue as mãos dos humanos. E é isso o que precisamos descobrir: quem está vendendo, onde está sendo vendido e que proporção estas vendas já tomaram.

Herdeira de Sol e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora