CAPÍTULO 32

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      Existem situações e sentimentos que não podemos mudar, os dias passam, mas a dor e a saudade não mudam, não cessam nunca. É comum que as pessoas acreditem. por pelo menos boa parte de suas vidas, que outras são eternas, uma mãe, uma avó...um pai, e num momento de discussão ou qualquer desentendimento bobo, o orgulho se coloca em posição de ataque, mas como lidar com ele? Porque a vida é ótima em pregar peças, não daquelas que te faz rir depois, mas daquelas que destroem seu coração lentamente, é exatamente assim que me sinto ao me lembrar de meu pai.

        Sei que a dor continuará ali, machucando-me sempre que alguém mencionar seu nome, sempre quando eu sentir a necessidade de contar uma história que o envolva.

        Agora meu pai está em algum lugar, espero que feliz e em paz, porque não conheço outra pessoa que possa merecer isso mais do que ele. Na noite em que o perdemos, pensei por alguns segundos que todo o problema tinha se acabado, Michael enfrentou Jason, mas a luta não teve um vencedor. Do outro lado, Stewart e Dylan tentavam lidar com Ryder, e conseguiram. Stewart conseguiu.

        Não existem razões para uma comemoração, porque sempre haverá mais deles por aí, e não, não haverá outros como meu pai, minha mãe e Bruce, isso seria impossível.

        Jogo a última pedrinha, que está em minhas mãos, diretamente na água. Ouço ao mesmo tempo alguns passos, sinto seus cheiros e acabo sorrindo fracamente para o ar. Desde quando descobri esse lugar, imaginei que o teria só para mim, mas estive enganado e fico feliz por isso, gosto de saber que tenho com quem dividi-lo, saber que não estou sozinho ajuda a amenizar a dor, até que aos poucos ela deixe de ser algo a mais e se torne apenas uma parte pequena de mim.

        Alice apoia o corpo em minhas costas e coloca as mãos sobre os meus olhos enquanto tenta sufocar o riso.

— Sério mesmo que tem a esperança de que ele não saiba que é você? — Dylan diz, como se Alice estivesse fora de juízo.

— Dylan, não pode estragar a brincadeira de um casal assim! — reclama Lucy.

        Acho que eles vão começar mais uma briguinha boba que sempre só deixa mais evidente que existe sentimentos amorosos gigantescos entre os dois. Digo isso porque Alice tem certeza de que eles estão apaixonados, e sempre quando ela diz algo, eu acredito.

— Vamos, Harry!! — Alice cochicha como se isso fosse disfarçar a voz dela.

— Não faço ideia de quem seja. — Tento entrar em sua brincadeira, isso parece tão divertido para ela que acabo sorrindo feito uma criança.

— Quais são seus palpites?

        Quase posso ver Dylan revirando os olhos. Alice me faria mesmo entrar nessa, sei exatamente o que deseja.

— Bom... É uma mulher... receio que seja linda e encantadora. Tem um cheiro ótimo... — Sinto o ar do seu sorriso em minha nuca. — Mas é sempre tão teimosa quanto uma criança birrenta.

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora