PRÓLOGO

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											O solo frio causa uma energia a mais sobre os meus pelos, sinto-me confiante, esse lugar me pertence

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O solo frio causa uma energia a mais sobre os meus pelos, sinto-me confiante, esse lugar me pertence. Daley Hill pouco a pouco passou a ser mais que um lar, o tenho agora sobre o meu domínio, não há nada que eu não possa controlar.

Ouço ele se aproximar de mim, o mesmo menino de sempre, cheio de si, sinto pena, afinal, não lhe restou muita coisa, talvez nada. É uma vida triste, sem sentido algum, compreendo sua ira, mas sozinho não há muito o que fazer.

Deixo que venha, feito um tolo, como se pudesse de alguma forma me vencer. O animal quase pula sobre mim com sua ânsia em me derrotar, mas jogo seu corpo com força, ouço o impacto dos ossos sobre o tronco da grande árvore. Não sufoco o riso, é divertido vê-lo assim, empenhado em algo que não vai conseguir.

Achei que fosse um pouquinho mais forte do que isso. Você me diverte, obrigado pela noite esplêndida.

Chuto seu corpo mais uma vez, ouço o barulho de algo se quebrando, sinto-me satisfeito, não tenho a menor intenção de matá-lo e deixar que seja assim tão simples.

Espero que tenha sido apenas uma costela, caso contrário, vai doer à beça!!

Caminho devagar por entre a neve recente, ajeito as mãos dentro dos bolsos da calça, e me recordo de uma canção, ela me lembra uma pessoa especial, estico os lábios e, num momento de nostalgia, a melodia salta da minha boca.

Você é só um cara muito ferrado. —  Paro no mesmo instante que volto a ouvir sua voz. Ele tosse, cuspindo um pouco do sangue. — Acha que alguém tem medo de você?

Ou você é muito confiante, ou muito burro... A segunda suposição é a que mais se encaixa. — Virei-me para ele. — É noite de lua cheia, é normal que fique assim tão corajoso. É a primeira vez que tenta atacar alguém, não é?! Deixe-me te explicar... — Caminho novamente até ele, que agora está em pé. — Quando se perde uma batalha e continua vivo, o melhor a fazer é ir embora.

Por que acha que eu perdi?

Antes de respondê-lo, ouço a presença de mais alguém. Abaixo dos nossos pés o chão treme, olho em volta procurando o causador disto, mas não o vejo.

Trouxe um amiguinho pra te ajudar? —  Cerro os olhos sobre ele. Carson nega, assim como eu, busca com seus olhos o nosso visitante.

Tem razão, essa batalha terminou, Hunter!! —  diz, afastando seus pés. —  Mas só por hoje...

—  Já desistiu? — Alguns risos escapam de mim. — Mande lembranças para a Clark quando a vir, infelizmente não posso me aproximar, o que é uma pena...

Percebo a ira tomar o seu rosto, é realmente divertido vê-lo assim, ainda parece só um menino impulsivo demais e fácil de dominar.

O uivo de um lobo soa pelo ambiente, ele aparece, mantém seus olhos sobre nós, um misto de raiva e medo. Sem avisos, ele corre, pula sobre mim e juntos vamos ao chão. Jogo seu corpo para longe, mas ele mantém seus olhos em mim. Sinto o sangue correr em meu braço, rapidamente a ferida se fecha.

Cansado da noite entediante, liberto o animal que há em mim, não tenho tempo a perder, os olhos antes raivosos são consumidos pelo medo, e devagar ele afasta alguns passos.

Abruptamente sou arremessado para o outro lado, o som das patas apressadas sobre o chão se aproximam e, um tanto atordoado pelo o ocorrido,  coloco-me de pé. Ainda mais irado. Antes que eu possa reagir, sinto seu impacto sobre mim mais uma vez. Rolamos pela terra, onde a neve ainda não havia consumido, e dentes afiados fincam em meu pescoço, fazendo-me perder as forças enquanto os segundos parecem infinitos. Talvez tenha o subestimado.

Com pouco fôlego, e sentindo a dor tomar conta da minha pele, assisto enquanto ele se levanta. Enxergo seu rosto, e, ainda ofegante, diz:

—  Ainda acha que valeu a pena destruir a minha família?

Não tenho forças para manter o lobo em mim. Mas posso me recuperar e acabar de vez com a vida dele.

Valeu... Valeu a pena... E faria de novo se fosse preciso.

Suas mãos me alcançam mais uma vez. O outro lobo se aproxima, é tudo muito rápido e confuso. Um lobo corre até mim enquanto Carson me mantém em seu encalço.

É só o silêncio, um silêncio irritante, e uma escuridão quase familiar que me consome.

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Esse é só o começo da confusão, acreditem!!
PS: Estava com saudades 💛

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora