Ao abrir a porta, enxergo Dylan, meu irmão parece perdido em seus pensamentos enquanto encara o chão. Sento-me ao seu lado em silêncio e, por fim, sou notado por ele.
— Como foi? — Ele me observa de canto. — Você não parece muito bem.
— Foi como eu imaginei, mas bem longe do que eu gostaria que fosse.
Seus olhos curiosos observam meu rosto, sou incapaz de olhá-lo agora. Não quero que veja em meus olhos o quão devastado me sinto com a situação.
— Falou sobre mim? — Assinto. — Ela me odeia?
— Não, não odeia. Mas não quer nos ver e nem manter nenhum tipo de contato. — Encosto a cabeça no estofado e deixo um longo suspiro escapar. — Não posso nem julgá-la por isso. Alice tem todo o direito de querer distância...
— Ela tem. — Dylan encosta ao meu lado. — Nunca imaginei que estaríamos tão distantes, pensei que nossa amizade duraria por muitos anos, quem sabe a vida toda. Sinto muita falta dela, não vou negar, mas não posso insistir que fique por perto, nossa realidade é outra.
— Ainda assim é difícil, Dylan. Muito difícil.
O silêncio pairou entre nós mais uma vez, e não me importaria de ficar assim pelo resto da noite, porém, não depende só de mim.
— Voltou do seu encontro secreto! Como foi? — Nathan pula no sofá e se senta, esperando minha resposta.
— Podemos anotar em uma agenda e deixar marcado esse milagre? — Vince se aproxima, trazendo Julian também.
Agora todos estão sentados esperando por explicações minhas, e mesmo sabendo que não tenho obrigações, decidi responder. Talvez me ajude a amenizar a dor.
— Não foi bem um encontro. Precisava conversar com uma antiga amiga... A conversa não foi tão boa como eu desejava, e agora estou de volta. — Ergo os ombros.
— Foi se declarar? — Julian questiona realmente curioso. Apoio os braços nas pernas e reflito sobre sua pergunta. Eu disse que a amava, e não sei se isso pode ser considerado de fato uma grande declaração. Essas palavras soam naturais para mim quando se tratam dela.
— Acho que não.
Dylan se inclina para encarar meu rosto com o cenho franzido.
— Como assim, Harry? Se declarar? — questionou meu irmão. Apenas respiro fundo.
— Não quero falar sobre isso!
— Eu acho que o Harry precisa de álcool. É só o que eu acho! — Nathan se levanta indo de encontro a cozinha. Para ele quase tudo se resolve com bebida, e hoje, posso me permitir pensar assim também.
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ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)
WerewolfCinco anos se passaram e Daley Hill enfrenta agora novas ondas de casos de morte e desaparecimento. Uma grande guerra no mundo sobrenatural está prestes a chegar, Harry precisará lidar com a volta do seu tão amado passado junto da nova obscura reali...