CAPÍTULO 11

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															A noite tranquila me faz refletir,  deito-me sobre a montanha encarando o céu limpo, é uma boa forma de tranquilizar meus pensamentos e acalmar meu coração

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A noite tranquila me faz refletir,  deito-me sobre a montanha encarando o céu limpo, é uma boa forma de tranquilizar meus pensamentos e acalmar meu coração. No momento é a única maneira de respirar com tranquilidade e paz. É um momento especial que permito fazer parte dos meus planos diários, é como um lugar de refúgio que divide espaço com a guerra.

Deixo que as horas passem, não adormeço, mas sinto que poderia se estivesse em mim condições de pregar os olhos e talvez sonhar.  Gosto de estar aqui e lembrar os momentos felizes que tive ao lado da minha familia antes de ser atingido pela realidade dura. Em alguns momentos, temo por perder totalmente  a capacidade de sentir,  de ter boas sensações, de ter fé. Seria um fardo ainda mais pesado a se carregar, minha vida mergulharia em um black-out sem fim.

Levanto-me, e antes de descer, encaro o horizonte sem pensar em nada, atentando minha audição para o barulho do vento sobre as árvores ao longe, ele não me atinge, mas posso apreciá-lo desta forma.  Eu me envolvo em minha forma animalesca a qual tenho me acostumado depois de tantas negações e dores físicas, mas minhas orelhas se inclinam de imediato quando ouço a presença firme de um lobo a correr ferozmente em minha direção. Antes de me defender sou atingido por seu peso e força que me faz rolar pelo solo. ponho-me de pé, deixando meu alto rugido de puro ódio.

Sei com quem estou lidando e sua presença me traz lembranças e sede de vingança. É impossível controlar o que sinto estando na pele de um lobo, a sede e a fome por derramamento de sangue é quase consumidora e me tenta com firmeza.

Seus olhos raivosos entram em batalha com os meus, não espero por mais tempo e uso de minha velocidade para atacá-lo, sinto as unhas adentrarem sua pele abaixo dos olhos, sua ira se torna mais evidente e o faz ganhar força. Invertemos os papéis e com rapidez estou abaixo de suas patas firmes, seu hálito quente e repugnante me encontram e um alto grunhido outra vez soa de sua boca.

Jason se afasta me deixando confuso e  sem reações. Volta a sua forma humana e em seu rosto a marca do arranhão banhado a sangue fresco se torna ainda mais evidente causando-me um certo orgulho. Levantei-me também, e apertei meus punhos tentando me conter por um momento, mas não muito.

—  O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? —  Minha irritação com sua presença não é nenhum segredo para nós. Jason também mostra o quanto me odeia. Temos um sentimento bem recíproco.

—  Temos assuntos inacabados, Harry Carson! —  Sorri de forma irritante enquanto limpa o sangue do rosto. Seus ferimentos começam a desaparecer. Jason dá alguns passos a minha frente, respirando de forma profunda.  —  Gostou da surpresa que fizemos a vocês? Aliás, sinto muito pela morte do seu Alfa... Foi tão terrível... —  Seu riso cruel me traz exatamente os pontos necessários para acabar com minha paciência.

Acerto seu rosto com um soco de pura necessidade que tenho desejado durante tanto tempo. Prendo seu pescoço entre meus braços utilizando de toda a minha força. Jason não protesta por alguns segundos, como se não sentisse absolutamente nada. Ele inclina seu corpo segurando meus braços e me jogando brutalmente ao chão. Tento me levantar, mas tudo o que sinto são seus socos incansaveis que me impedem de me recuperar.  Jason é forte o bastante para me matar e pode fazer com facilidade neste exato momento. Porém, por um motivo desconhecido, ele levanta, dando dois passos para trás.  Ponho-me de pé, sentindo o gosto do meu próprio sangue. Seus olhos demonstram algum tipo de desdém.

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora