CAPÍTULO 7

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										Os dias têm passado lentamente, o ar gélido ainda que natural, não passa despercebido por sob a pele

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Os dias têm passado lentamente, o ar gélido ainda que natural, não passa despercebido por sob a pele. Gosto de subir no alto da montanha, de longe avistar grande parte da cidade e imaginar como seria uma vida normal. Por certo nem aqui estaria, às vezes preciso fantasiar coisas para não me perder na escuridão que anseia por me cobrir.

Passam horas e horas, e eu continuo perdido no silêncio e pensamentos tumultuosos. Decido libertar o lobo de dentro de mim, caminhando pela montanha, marcando minhas pegadas que me definem como o monstro que talvez Alice imagina. Mesmo que inconsciente, lembro que seus olhos me analisavam com certo pavor, ela viu o lobo em mim e não pôde enxergar nada de bom. Se houvesse enxergado, teria me procurado outra vez, teria se aproximado e me daria o tão sonhado abraço que eu tanto desejo.

Deixo um alto rosnado escapar, ecoando por boa parte do espaço. O silêncio me traz paz, mas ao mesmo tempo me preocupa. Jason havia prometido uma guerra e sabíamos que o novo alfa cumpriria sua palavra, só não fazíamos ideia de quando.

Estamos em alerta, revezamos a ida até a reserva de Daley Hill porque sabemos que o ponto preferido de caça é concentrado ali. A situação só tem piorado com o tempo, mas tentávamos de várias formas prevenir alguns ataques, uns davam certo e outros não. Mas mantínhamos a esperança de tentar algum acordo com os Tenebris, porém, agora nossas chances de conseguir estão afogadas dentro de um poço profundo.

A noite se aproxima, percebo que já é hora de voltar. Desço a montanha, marcando a neve fofa por debaixo de minhas patas. Avisto ao longe a casa de madeira e, mesmo que seja triste, entendo que aquele lugar será meu refúgio pelo resto da vida. Talvez esteja sozinho, mas terei que me acostumar.

Na hora do jantar, Bruce se acomoda na mesa, cortando o pedaço do pão para comê-lo junto do caldo de frango, a refeição predileta dele.

— Nathan, quero que acompanhe o Caleb na sonda desta noite. Como temos feito nos últimos dias, quero que se atentem a tudo em volta da casa.

—  Sim, senhor chefe. —  Nathan responde, como sempre de seu modo brincalhão. Às vezes me irrito. Bruce, depois de tanto tempo, só tenta ignorar.

—  Quer dizer que esta noite estou livre? — Vince pergunta, curioso e ansioso por um "sim".

—  Livre de sair, Vince. Temos sempre que ficar em alerta. Jason deixou bem claro que não está disposto a continuar seguindo com o acordo. Ele pode atacar a qualquer momento ... — Ouvimos seu suspiro. É a primeira vez que o percebo preocupado. Isso é um sinal de que devemos nos preocupar ainda mais.

—  Não temo por mim, já estou velho e de certo modo já cumpri com muitas obrigações, mas temo por vocês.

—  Não fale desta forma, pai! —  Christian repreendeu, incomodado.

—  O Chris tem razão, tio Bruce, não fale isso. Vai ficar tudo bem ...

O silêncio se instalou após Bruce apenas assentir, mesmo com o olhar distante. Ele parecia pensar, sentir medo, acho que havia algo preso em seus pensamentos, porém percebo que não está disposto a compartilhar. Chris me olha, fazendo sinal para que o seguisse. Ele se levanta da mesa, retirando seu prato, faço o mesmo enquanto o restante se preocupa em terminar de saborear a refeição.

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora