CAPÍTULO 24

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								Sei compreender as intenções de Alice, mas o ódio nítido que Lucy sente por mim vai além do que qualquer outro sentimento que já me foi lançado

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Sei compreender as intenções de Alice, mas o ódio nítido que Lucy sente por mim vai além do que qualquer outro sentimento que já me foi lançado. Seus olhos raivosos me encontravam a todo o tempo durante aquele jantar torturante, e em boa parte do tempo, eu me peguei questionando o porquê de ter aceitado.

Caminho lentamente pelas ruas de Daley Hill, deixo o ar fresco bater em meu rosto e inalo o cheiro das plantas noturnas que juntamente ao silêncio, trazem ao meu peito uma tranquilidade que não sinto muito ultimamente.

Começo a pensar em Alice, na forma como tenta consertar as coisas, o modo como nos defende mesmo que nem ao menos mereçamos, sinto-me culpado por não ter ficado mais tempo ou me esforçado mais para convencer outras pessoas de que ainda sou uma pessoa boa.

Mesmo que não seja tão bom assim.

Antes de voltar para casa, decidi passar em um lugar. Encaro a porta branca a minha frente e pondero voltar para trás, mas me mantenho firme mesmo assim, talvez eu possa melhorar um pouco as coisas, não deve ser tão difícil.

Toco a campainha, duas vezes, afasto meus pés da entrada e guardo as mãos dentro dos bolsos da bermuda. Não demora muito e a porta é aberta, não sei o que dizer exatamente, é uma situação bem estranha, porém, necessária.

—  Podemos conversar?

Lucy ergue as sobrancelhas e faz menção de fechar a porta, sou mais rápido e seguro a maçaneta antes que me deixe feito um idiota, plantado na frente da sua casa.

—  O que você quer, Dylan?

—  Quero conversar de maneira civilizada, acho que nossa amiga merece isso, não acha? —  Lucy continua a me olhar, não é nada pacífico, mas ao menos não ouço nenhum dos seus xingamentos.

—  Não sei o que pretende conversar, não temos o que conversar, Dylan!!

Seguro o impulso de revirar os olhos, Lucy e eu nunca nos demos bem, e isso só tem aumentado com o passar dos anos.

—  Temos sim o que conversar, não vou mentir e dizer que quero —  Provo do seu olhar raivoso mais uma vez, mas não é nada que eu não tenha me acostumado ainda.  — ,mas estou disposto a tentar melhorar as coisas entre nós. Pelo menos tentar.

Lucy sorri, não é uma sorriso alegre, bem longe disso. Assisto enquanto ela fecha a porta e se aproxima de mim, com os braços cruzados e olhos fixos nos meus.

—  Quer tentar melhorar as coisas? Que tal ir embora? Sumir uma outra vez? Vocês são ótimos nisso!! Vão embora sem se importar com o que acontece com quem deixam para trás. — Seus passos duros continuam em minha direção, algumas lágrimas escorregam de seus olhos. —  Você não faz ideia do quanto machuca ser deixada depois de achar que era especial para alguém.  E acha mesmo que desculpas são o suficiente?

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora