CAPÍTULO 28

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Stewart James

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Stewart James

        Algumas situações te transformam em alguém que você não desejaria, mas às vezes é difícil lutar contra o lado mais forte. A cada dia sinto-me afundar em um poço sem fundo, cada vez mais distante da pessoa que eu imaginei que seria.

        Não tenho muitas escolhas, a vida não me deu chances de ser diferente. Não tive uma família, não daquelas que te acolhem e dão amor, Hunter foi minha única figura paterna, nunca soube dos meus pais e, depois de um tempo, deixei de questionar e me importar. Fazer parte de uma matilha, trouxe a mim a ideia de que eu não seria mais sozinho, Hunter me ensinou que nós somos fortes e que nenhum lado é mais importante que o nosso. Acho que ele não estava certo. Têm muitos outros como nós por aí, talvez melhores, e de tudo o que aprendi com os Tenebris, dor e solidão são o que mais nos define.

        Aqui não te dão muitas escolhas, Jason exige, e nós fazemos, não há formas de ir contra ele, não se você não quiser ser banido. Lobos banidos são alvos fáceis, estima-se que eles não sobrevivem nem a primeira noite. Já ouvi histórias horripilantes e sei que agora ninguém deseja tirar prova.

— Essa noite é sua, Stewart!! — Ryder joga a chave em minhas pernas. — Não vai ter muito trabalho, ele é um idiota igual você!!

        Ele sorri feito um maníaco, e é exatamente o que ele é. Ryder é o irmão mais novo do Jason, não é tão difícil de entender de onde vem tanta perversidade.

        Levanto-me ainda calado, suas intenções sempre são as piores e prefiro não dar atenção, é a forma mais sábia de sobreviver aqui dentro.

        É a terceira noite que Dylan está aqui, Jason o trouxe como uma forma de atrair Harry e Christian, ele não fez questão de compartilhar exatamente o que se passa em sua mente, mas não se pode esperar nenhuma piedade. Imagino que ele seja capaz de qualquer coisa para cobrar as mortes que causaram.

        O quarto escuro começa a clarear conforme abro a porta, Dylan ergue seu rosto para mim, e logo meu corpo todo estremece, sua pele está marcada com sangue, algumas feridas nas bochechas estão se curando, sua dor fica bem evidente, e me atinge de forma assustadora.

        Fecho a porta e acendo a luz fraca do ambiente, Dylan aperta os olhos e solta um baixo gemido que ecoa brevemente pelos cantos.

— Veio se divertir? — questiona ele, com dificuldade.

        Dylan puxa os braços para si, causando um barulho estridente das correntes que o seguram.

— Eles vão procurar por mim, Stewart... quantas pessoas precisarão morrer para que se dê conta de onde você está?

— Não sei o que quer dizer com isso, Dylan. — Aproximei-me um pouco mais. — Vocês começaram, e não nós!!

        Ouço seu riso completamente sem humor. Cruzo meus braços e ainda o observo em seu estado calamitoso.

ACEITE-ME - OS LOBOS (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora