• Tentativa de sequestro •

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Romana

Alguns dias se passaram depois da conversa que eu e minha tia tivemos. Foi muito difícil para compreender, e pra ser sincera, eu ainda não aceito e acho que nunca vou aceitar.

Sob o céu estrelado e a lua cheia, eu me sentei na faixa de areia da praia central. Havia algumas famílias e casais caminhando pela praia, sendo pessoas normais. Bem diferente de mim.

ROMANA: Por que vocês me esconderam isso? Por que não me contaram? - Fecho os olhos e questiono meus pais. - Estou tão confusa! Isso só pode ser um pesadelo!

Lágrimas grossas insistem em cair.

DESCONHECIDO: Estou vendo que está passando por um momento difícil. - Abro os olhos e um homem loiro, com braços fortes e tatuados está a minha frente. - Quer conversar?

Ele se senta ao meu lado.

Olho ao redor e não vejo nenhum dos homens vestidos de preto ao meu redor. Que tipo de proteção era essa?

Viro para olhar o homem desconhecido, ele era lindo! Seus olhos eram azuis, tinha uma barba baixa e no canto de seus lábios tinha um sorriso.

Ah ele não parecia tão perigoso assim.

DESCONHECIDO: Meu nome é Marco, e o seu?

ROMANA: Romana!

MARCO: Muito prazer Romana! É um nome diferente, você é daqui? - Ele insiste em conversar.

Sinto meu celular vibrar na bolsa e o pego para ver as mensagens. Era Isaque enchendo a caixa de notificações me perguntando onde estava e que era para voltar pra casa.

ROMANA: Preciso voltar para casa, com licença! - Me levanto.

MARCO: Posso te dar uma carona. - Ele também se levanta rapidamente.

ROMANA: Não, obrigada! Eu estou de carro. - Me viro para sair dali mas ele me puxa pelo braço.

MARCO: Não seja teimosa, eu a levo! - Ele anda no sentido ao contrário do qual eu estava indo, me levando de arrasto.

ROMANA: Me solte agora! - Ele ignora, então grito para que as pessoas me ouçam. - ME SOLTA!

MARCO: Cala essa boca ou vou te estraçalhar aqui mesmo! - Ele puxa uma arma e aperta contra minha cintura.

Sou levada para dentro de uma SUV preta, o homem que não aparentava ser perigoso há alguns minutos atrás me amarra brutalmente no banco de trás. Ele dá a volta, entra no carro e dá partida.

Eu estava nervosa, sem reação, minhas pernas estavam trêmulas e um frio na barriga persistia. Penso o quão fui ignorante em não ouvir minha tia para ter cuidado ao sair sozinha.

De repente, o carro perde o controle e capota por várias vezes.

Horas depois...

Abro meus olhos com dificuldade por conta da claridade que vinha da janela. Lentamente, olho para o lado e vejo que estou ao redor de aparelhos hospitalares.

ISAQUE: Ela acordou! - Ouço a voz de Isaque e tento me mexer mas sinto dores pelo meu corpo.

TIA EVA: Não se mexa, querida! Você sofreu um acidente. Chame a enfermeira, Isaque!

Isaque sai do quarto e tento lembrar o que aconteceu, mas sem sucesso! Dentro de alguns segundos, a enfermeira estava ali na minha frente.

ENFERMEIRA: Como está se sentindo? - A moça de sorriso simpático pergunta.

ROMANA: Dói! - Foi a única coisa que consegui falar.

ENFERMEIRA: É normal, você sofreu um acidente! Por sorte, não quebrou nada. - Ela ajusta o soro. - Vou avisar o médico que você acordou.

Ela anota algo na prancheta e sai do quarto.

ROMANA: Como eu vim parar aqui? - Pergunto olhando para meus tios e Isaque.

ISAQUE: Massimo nos ligou, avisando que você estava no hospital. - Isaque fala com os braços cruzados.

ROMANA: Ele armou aquilo? - Pergunto incrédula.

TIA EVA: Por Deus, Romana! - Minha tia repreende. - É claro que não! Massimo te seguiu para a sua segurança e você está bem graças a ele.

Claro! Massimo! Tudo o que acontece é porque e por causa de Massimo! Ela o defende como se ele fosse um santo.

ROMANA: Pobre coitado de Massimo! - Tenho nojo dele.

ISAQUE: Como você é ingrata, menina! - Isaque bufa e se senta no sofá em frente a cama.

ROMANA: Você não tem o direito...

TIO ANTONIO: Já chega, Romana! - Meu tio me interrompe antes que eu pudesse terminar o que iria falar.

Logo em seguida, a porta abre e um senhor de meia idade entra no quarto. Ele deveria ser o médico!

MÉDICO: Olá Romana! Como você vai? - O homem de cabelos um pouco grisalhos se aproxima.

ROMANA: Quero ir para casa! - Falo baixo.

MÉDICO: Nós sabemos! Vamos fazer o exame e se você se sair bem, poderá ir pra casa. - Dá um sorriso.

Desço com cuidado da cama com a ajuda dos meus tios. Eles me ajudam ir até a outra sala, faço os exames que o médico pediu e volto para o quarto assim que termino.

TIA EVA: Vou pegar um café, eu já volto. Se comportem! - Ela e tio Antonio saem do quarto e me sento na cama.

ISAQUE: Romana, podemos conversar? - Isaque caminha até o meu lado.

ROMANA: Diga!

ISAQUE: Eu quero pedir perdão sobre aquela noite, nunca quis te magoar, você sabe. Eu não aguento mais ficar sem conversar com você, você veio para cá para se divertir e eu estraguei com tudo, me perdoa! - Ele olha no fundo dos meus olhos.

ROMANA: Você gosta do que faz?

ISAQUE: Eu sou obrigado a gostar! Sou o único herdeiro da nossa família. - Ele desvia o olhar para a janela.

ROMANA: Quando pretendia me contar?

ISAQUE: Quando fosse o momento certo. - Ele me olha novamente, com um olhar triste.

Eu não vejo minha vida sem o Isaque me irritando e pegando no meu pé. Sei que ele queria me proteger, da única forma que ele poderia. Respiro fundo e chego mais perto para o abraçar.

ROMANA: Tudo bem, eu te perdôo! - Ele retribui o abraço sem me apertar muito, devido as minhas dores.

Fizemos as pazes, recebi alta e fui levada para casa.

Chamas em perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora