• Por água abaixo •

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Romana on

Eu tinha adorado o presente que Massimo havia me dado, não é todo dia que se ganha um restaurante.

Era meu primeiro dia naquele lugar como dona do restaurante, eu já tinha ideia de nome, ideias de decoração, uniformes, estrutura... O restaurante tem uma decoração chique porém brega, possuía uma vista linda da praia em sua frente mas não havia mesas na rua e nem uma escada que levasse a mesma.

Massimo havia demitido o gerente e os outros funcionários mas consegui contratá-los novamente, com a ajuda deles não seria difícil cuidar dos clientes e do restaurante ao mesmo tempo.

Contratei um arquiteto para me ajudar na ampliação do restaurante na entrada, na cozinha e  no banheiro. A decoração seria por conta de uma design de interiores com base no meu gosto.

Alguns dias se passaram e com muitos construtores cíveis foi rapidinho a mudança. O meu sonho de ser dona de um restaurante estava finalmente se realizando. 

Eu estava em meu escritório resolvendo a contabilidade do meu restaurante quando escuto batidas em minha porta.

ROMANA: Pode entrar!

ANNE: Oi amiga! - Sorri. - Como está a vida de empresária? - Se senta na cadeira.

ROMANA: Está uma maravilha, Anne! Você lembra como era esse restaurante? Era chique mas a minha transformação trouxe vida para esse lugar e sem contar que as mesas estão cheias desde a hora que abrimos. - Falo empolgada.

ANNE: Isso é ótimo, eu estou feliz por você! - Sorri. - Romana.. eu queria te perguntar uma coisa. - Fala preocupada.

ROMANA: Pode perguntar! - Direciono meus olhos para ela.

ANNE: Você e Massimo já tiveram discussões sobre a máfia?

ROMANA: Com certeza! - Rio. - Mas isso foi no começo, hoje eu não me meto mais e nem gosto de saber o que se passa dentro disso... Mas por que a pergunta?

ANNE: Eu briguei com Domenico porque ele está sempre mexendo com essas coisas, é toda hora, Romana! - Anne tem um olhar triste. - As coisas entre nós pioraram quando vocês foram para lua de mel, Domenico ficou sobrecarregado e chegava 3 da manhã em casa, bêbado pra variar. - Algumas lágrimas caem dos olhos dela.

ROMANA: Ah amiga! - Me levanto da cadeira e a abraço. - Eu vou falar com Massimo, tá? - Vou até uma mesinha e pego um café para ela.

ANNE: Não, por favor! Ele vai pensar que falei pra você e vai brigar comigo. - Se desespera.

ROMANA: Não, ele não vai fazer isso. E se fizesse, eu mesma daria uma lição nele. Vai ficar tudo bem, eu prometo! - Dou um beijo na cabeça dela. - Agora me conta, como está indo a faculdade?

ANNE: Difícil! - Revira os olhos. - Mas é o último ano, tenho que me esforçar.

ROMANA: Isso mesmo! - Sorrio. - Você já falou com Alessia? Eu não tive mais contato com ela.

ANNE: Ela foi passar uns dias na casa dos pais e lá não tem sinal.

ROMANA: Mas ela foi com seguranças né? - Anne concorda. - É a única desvantagem nossa. - Reviro os olhos. - Andar sempre com segurança.

ANNE: É verdade. - Rimos.

Passamos a tarde conversando e depois fui para casa. Entrando para dentro escutei gritos vindo da sala, caminhei até lá e vi Massimo e Domenico jogando videogame e alguns homens sentados no sofá rindo e assistindo os dois crianças jogarem.

ROMANA: Rum! - Coço a garganta e todos voltam sua atenção para mim menos Massimo e Domenico. Vou até a TV e tiro o cabo da tomada.

MASSIMO: AAAH! Eu estava quase ganhan... Ah você tá aí! - Da um sorriso e se deu conta que estava encrencado.

ROMANA: Que bagunça é essa? - Olho para o chão cheio de garrafas de cerveja, maços de cigarro, cocaína e potes com aperitivos.

MASSIMO: Eu só quis comemorar a vinda de um novo Torricelli, não é rapazes? - Se vira para seus amigos.

ROMANA: São 23:00h, Dom Massimo Torricelli! Domenico!- Ele me olha. - Pra casa agora!

MASSIMO: Mas ele vai dormir aqui. - Tenta se defender.

ROMANA: NÃO! - Grito. - Pra casa todo mundo... Agora! - Todos vão embora, deixando eu e Massimo sozinhos. - Você está encrencado! - Saio da sala. - E NÃO SUBA ATÉ ARRUMAR ESSA BAGUNÇA.

Subo as escadas e vou para o quarto, tomo um banho, visto um blusão cinza queimado e vou me deitar.

Estava quase pegando no sono quando sinto mãos percorrer meu corpo e uma respiração ofegante bater em meu pescoço.

ROMANA: Sai Massimo! - Afasto sua mão mas ele volta. - Massimo, por favor! - Me sento na cama.

MASSIMO: Não fala assim comigo! - Prende meus braços na cama.

ROMANA: Ou o que? - Tento me soltar.

MASSIMO: Romana, você já me viu estressado. - Ameaça.

ROMANA: Já vi sim e foi uma promessa sua não me tratar mais daquele jeito! - Aponto para ele. - Ah e outra coisa, você deveria dar um de estressado com Domenico. - Me deito na cama e puxo o cobertor todo para mim.

MASSIMO: Como assim?

ROMANA: Pergunta para ele como está indo a vida dele com Anne que você vai saber, agora me deixa dormir.

Ele fica um tempo parado tentando raciocinar e se deita.







Chamas em perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora