Ainda Existe Amor

Parte 35

Não acredito que Ruggero veio até a minha casa, minha vontade era de bater a porta em sua cara umas dez vezes.
Mais não tenho nem forças físicas para isso, daí ele se deita pertinho e me aconchega a ele, cuida de mim e se preocupa comigo não consigo afasta-lo.
- Dorme meu amor eu estou aqui com você agora. É a última coisa que ouvi ele falar.

Na manhã seguinte quando acordo estou sozinha na cama e fico imaginando se não foi um sonho, então olho ao redor e vejo suas roupas em cima da poltrona, seus sapatos perto da porta e logo depois ele entra no quarto com uma bandeja nas mãos, meu olhar cai em seu corpo ele está sem camisa, só com uma calça moletom e seu abdômen esculpido esfregando na minha cara.
- Acho que a senhorita não está em forças para isso. Fui pega e faço uma careta ele rir apoia a bandeja ao lado e senta ajeitando os travesseiros para mim, põe a bandeja em minhas pernas.
- Coma.
- Não estamos no hospital chefe.
- Não estou sendo seu chefe.
Bebo o café e o encaro.
- Porque veio Ruggero.
- Porque você precisava de mim, eu queria te ver e não tem outro lugar que eu queira está.
- Não parecia a duas semanas atrás.
- Eu sei, e não tenho ideia de quantas vezes vou precisar te pedir perdão por isso, e por mais um milhão de burradas que eu ainda vou cometer.
- Eu não deixei você se explicar e entendi errado mais isso não justifica ou diminui a dor que senti ao saber que perdemos um filho Kah.
- Eu sei.
- Você não tem que se sentir culpada, o único culpado sou eu.
- Não é verdade, Ruggero por muitos anos eu coloquei a culpa de todo meu sofrimento em você, a perda do bebe tudo de ruim que me aconteceu eu joguei em você, mais quando percebi que eu conseguia seguir em frente sozinha e que não dependia de você para isso foi que entendi que todo meu sofrimento foi causado por mim, eu me permiti sofrer, claro que doeu quando me deixou é claro que sofri mais, é uma escolha nossa se queremos continuar sofrendo ou se levantamos e damos a volta por cima.
- Você tem razão mais isso não me faz sentir menos culpado, nós perdemos ele mais eu poderia ter perdido você também e não me perdoaria.
Uma lágrima risca seu rosto.
- Quando eu acordei naquele quarto no hospital, me odiei por não está morta, Valentina estava comigo e quando me disseram que eu tinha perdido um bebê me odiei mais pelo mesmo motivo porque não fui eu e sim ele, um ser indefeso sofreu as consequências dos meus atos entendi? Ele faz que sim.
- Seus atos foram reações do que eu causei, eu não vim atrás de você antes, porque pensei que seria melhor que seguisse sua vida, que eu podia deixá-la ser feliz mesmo que seja com outra pessoa ao menos eu não a faria sofrer pois foi só o que eu trouxe pra sua vida e não suportaria olhar pra você e ver dor em seu lindos olhos e saber que eu fui causador de tudo.
Já não consigo me conter lágrimas pesadas rolam por meu rosto e me aproximo dele, não acredito que ele pensou isso mesmo, sento em seu colo e o abraço, choramos abraçados, colocando todo sofrimento e dor pelo que passamos separados e por nosso filho.
- Kah eu quero você, sou egoísta demais para deixá-la ir, fica comigo, eu me sinto culpado você se sente somos os dois, vamos só superar isso juntos, n-nao aguento ficar longe não me afasta fica comigo?
- Fico, eu amo você Ruggero. Ele sorrir e me beija com carinho.
- Eu também amo você minha pequena.
Voltamos a nos beijar e Ruggero me deita com cuidado na cama tirando a bandeja e apoiando no chão, ele se livra da calça e eu jogo o moletom longe, ele se deita entre as minhas pernas nos tornando um só e meu único pensamento é que eu não vou deixar que o nosso passado determine o nosso futuro, vamos construir cada pedacinho se estivermos juntos, enfrentaremos tudo que vier é uma promessa, eu achei que para mim não existia mais amor, que eu estava seca e vazia por dentro, não me apegava a ninguém mais hoje eu sei o porquê, meu coração sempre pertenceu a ele e não importa quanto tempo passe, nosso amor existe e sempre existirá.
Te amo, te amo...  ele sussurra.

No outro dia estou praticamente cem por cento e volto a trabalhar.
Estava na recepção terminando meus prontuários quando mãos envolvem minha cintura e beija meu pescoço.
- Senti sua falta na cama hoje.
Acabo sorrindo e quando olho pra frente.
Pigarreio.
- Temos plateia. Seu peito vibra e sei que ele está rindo, me desvencilho dele e o encaro.
- Elas vão enlouquecer sabia? Ele faz cara de confuso.
- Sabe o quanto eu escuto que o chefe delas é gostoso e elas estão doidas pra sentar nele. Ruggero joga a cabeça pra trás rindo e bato em seu braço.
- Aí malvada, eu não tenho culpa se as enfermeiras do hospital são taradas.
Estreito meus olhos para ele.
- Doutora Sevilla, que bom revê-la, como foi em Londres? Pergunta Sebastian se aproximando.
- Não posso dizer o mesmo Lobos, mais foi muito bom.
-  Sempre tão arisca, sabe que eu posso te ajudar com isso.
- Sim ela sabe, ela sabe que tem um problema, mais eu já estou cuidando disso amigão.
- É mesmo não sabia que tinha um problema. Ruggero me dá um selinho e estreito os olhos pra ele.
- Me sentir uma cadelinha toda molhadinha agora. Escuto Lobos engasgar e rir.
- Porra tá marcando território.
- Nah você precisa de sexo matutino meu amor, bem selvagem te deixaria menos arisca mais adoro beijar você.
- Pasquarelli estamos no meio do hospital tem noção disso.
- Tenho e isso é excitante. Reviro os olhos. E Agus chega de mãos dadas com Carolina que me abraça.
- O que está pegando?
- Karol quer esconder nosso casamento.
- Vocês se casaram? Pergunta Carol.
- Claro que não, ele que quer marcar território aqui no hospital.
- Se você aceitasse meu pedido de casamento eu não precisaria marcar território.
- Pronto virei cadela.
- Parem já os dois, parecem criança, Ruggero comprou um anel para minha amiga ao menos?
- É claro que sim.
- Você comprou? Questiono.
- Sim eu comprei, porque vai aceitar?
- Não, vou pra cirugia. Beijo seus lábios e vou trabalhar feliz e saltitante ele comprou um anel de casamento pra mim.