Capítulo 20

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- E agora vamos ao paquerador, tudo pronto aí.
- Sim doutora.
- Achei que iríamos para a sala da químio?
- Não, eu preferir, mante-lo aqui para o primeiro procedimento. Valu sorrir entendendo o que fiz, sabia que se colocasse Ruggero naquela sala ele iria ficar arrasado com a quantidade de casos que temos ali.
- Ruggero preciso que sente com ele naquela poltrona.
- Non papà fular non pufavo.
- Calma filhão, vai ser rápido.
Me abaixo para ficar da mesma altura.
- Ei mocinho, qual é o seu personagem favorito?
- Avin.
- Que legal, sabe que eu tenho um lindo boné do Alvin aqui para você.
Ele abre um sorrisão quando vê o boné com a letra A.
- Lari pode deixar que eu faço.
- Aqui está doutora.
- Obrigado.
- Então Alvin você precisa ajudar a tia Karol a matar o monstrinho que está bem aqui. Aponto para sua barriguinha. - Iai você pode me ajudar?
- Simmm. Que lindinho gente.
- Vai mesmo, então olha precisamos colocar todo o remedinho no seu corpo assim expulsamos o monstro.
- Ceto tia pode coiocar.
- Ok, estica o bracinho para tia e a outra mãozinha você vai dar ao papai, se você sentir medo aperta a mão do papai bem forte que ele vai te ajudar ok.
Ele faz que sim com a cabecinha.
E faço o procedimento pegando a véia rapidinho, ele da um chorinho mais logo se acalma.
- Prontinho, agora vamos destruir o monstro.
- Eeeeeeeeba.
Dou risada essa criança é a coisa mais fofa que já vi.
- Em algumas horas eu volto para ver como ele está, providenciem o almoço do Matteo, assim que ele terminar por favor.
- Sim doutora.
Os enfermeiros saem e ficamos só eu Ruggero e Valentina.
- Nao sei como você consegue convencê-los tão rápido. Fala Valentina e dou risada.
- Karol, obrigado por isso, eu não teria conseguido tranquiliza-lo assim, obrigado de verdade. Assinto.
- Bem tenho mais alguns monstrinhos para matar.
- Ridícula eu preciso matar o monstrinho do meu estômago que está gritando de fome. Resmunga Valu.
- Porque não foi ao refeitório, Martina me falou que tem lasanha hoje. Digo e pisco o olho para ela saindo da sala.

As semanas se passaram rápidas demais e entre o hospital e o curso de especialização que estou fazendo não tenho tempo para nada, e no meio de tudo tem o Matteo estou preocupada não tivemos o efeito esperado e terei que repetir espero muito que dê certo.
Nesse meio tempo refletir bastante e não posso guardar mágoa de Ruggero para o resto da vida ele foi um babaca comigo por não ter me contado e me deixado assim, mais passou consegui seguir em frente mesmo enfrentando problemas depois, problemas esse que me perseguem, Suspiro.

Entro no quarto onde Matteo está e encontro Antonella com ele, ela e Bruno tinham viajado e voltaram de viajem para ficar com o neto.
- Oi tia como está?
- Oi meu amor tudo bem na medida do possível quero levar meu pequeno pra casa.
- Eu imagino, onde está o Ruggero preciso falar com ele.
- Ele teve que subir.
- Ok então vou ver se o encontro.
Deixo um beijo no bebê lindo a minha frente que está dormindo.

Saiu do elevador chegando a recepção da presidência.
- Oi Bete.
- Oi Kah como vai?
- Tudo bem e você? Precisamos repetir aquela saída, foi dos deuses.
- Foi mesmo vamos marcar.
- Sim por favor. O Ruggero está?
- Sim na sala dele a segunda porta, pode ir lá ele está sozinho agora.
- Valeu.

Bato na porta mais não escuto nada então giro a maçaneta e entro.
Ruggero está de costas sentado olhando pela janela e parece perdido.
- Terra chamando o Pasquarelli, Ohhh. Ele se assusta e leva a mão ao rosto como se... Ele estava chorando.
- Ei... Me aproximo dele.
- O que foi, O que houve?
- Estou com tanto medo Karol, ontem a Carolina me disse que não tivemos resultado com a químio teremos que repetir. Faço que sim.
-  E se... E se eu perder meu filho Karol.
- Não fica assim não vai perde-lo,vai dar certo, você não pode perder as esperanças.
- Eu não sei mais o que pensar.
Me aproximo mais um pouco e levanto seu queixo para mim.
- Seu filho é lindo e forte, e você tem que ser o super herói dele então encha esse peito de confiança porque nós vamos conseguir ok.
Ele faz que sim e me abraça pela cintura pegando-me desprevenida, o abraço de volta acariciando seus cabelos e uma sensação de nostalgia me invade eu adorava esta assim com ele.
Me toco do que estou fazendo e tento me afastar.
- Eh desculpe Karol, você queria falar comigo e eu estou aqui te enchendo com os meus problemas. Reviro os olhos pra ele.
- Voce é um pai assustado como qualquer outro e não está me enchendo, eu vim justamente falar sobre isso, se você quiser pode levar Matteo pra casa, e trazê-lo somente nos dias da químio vou deixar uma enfermeira disponível para ele caso haja alguma alteração ela saberá o que fazer.
- Sério podemos levá-lo?
- Sim.
- Vou falar com minha mãe para arrumar tudo, não acredito que posso levá-lo pra casa. Não sei se pela felicidade ou sei lá... Ele me abraça novamente e acabo sorrindo porque ele é um pai maravilhoso para Matteo.
E seria também para...
Minha consciência grita e eu fico rígida, Ruggero percebe e se afasta.
- Posso te fazer uma pergunta? Ele diz.
- Claro que pode?
- Voce já considerou se podemos ser amigos?
- Pensei que já tinha considerado.
Faço cara de confusa.
Ele se aproxima e pega minhas mãos.
- É sério isso?
- Estou a semanas sem mandar você se foder, é acho que sim.
Ele sorrir e caramba... não, pode parar Karol essa página já virou.
Ele acaricia minha bochecha, ih porque estou deixando que ele me toque assim?
- E você poderia começar a pensar em considerar mais uma coisa?
- O q-que? Consigo falar que merda ainda gaguejei.
- Volta pra mim?
Fecho a cara na mesma hora tiro minhas mãos da dele e saiu batendo a porta.

Mais que merda ele tem na cabeça de achar que eu vou voltar pra ele.
Meu celular toca e o nome de Male pisca na tela.
- Oi minha pediatra favorita. Fala Male.
- Oi meu coração, c-como você está?
- Perai gaguejou o que houve? Me conte já o que aconteceu?
- Ele está de volta Male, ele voltou e eu estou tão perdida.
- Pera... Ele? O Pasquarelli voltou?
- Sim, é meu mais novo chefe tem um filho de dois anos que está com Neoplasia fizemos a primeira sessão, mais não tivemos nenhum resultado vamos partir para a segunda e por Deus Male acho que teremos que operá-lo e eu não posso fazer isso, você me entende?
- Espera Karol amiga calma você não perde essa mania quando está nervosa fala tudo atropelado, ok eu entendi o que está havendo mais você é forte e sabe disso, eu sei que é difícil pelo que já suportou mais você consegue.
- Male eu preciso tanto de você amiga tô perdida eu tenho tanto medo.
Me escoro na parede do banheiro que entrei para falar com Malena.
- Ele... Ele pediu para sermos amigos de novo, eu aos poucos cedi porque entendi que meu sofrimento maior foi causado por mim não posso culpa-lo por isso mais agora ele pediu para voltar com ele.
Estou apavorada.
- O que você disse a ele?
- Nada sai da sala dele sem dizer uma palavra, eu... Eu não posso Male eu...
- Eu sei, vai ficar tudo bem, estarei embarcando para o Brasil na segunda vou ficar ao seu lado para o que você precisar.
- Male você tem sua vida aí, você não pode... Ela me interrompe.
- Não so posso como já estou fazendo, você precisa de mim e eu estarei aí com você, agora preciso desligar me dê notícias sim beijos Kah.
- Beijos Male. Desligo o telefone e saiu para lavar meu rosto seco e saiu do banheiro, Ruggero não pode voltar assim e achar que me pode ter de volta, não pode mesmo.

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