capítulo 19

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Dois dias depois.

Ei mano, vai lá pra casa tomar um banho e descansar eu fico aqui com ele.
- Voce não iria para Angra? Não quero que mude seus planos por mim Valu.
- Não se preocupe com isso, toma pega minha chave, vai descanse a químio deve começar por volta das cinco da tarde então vai tranquilo.
- Obrigado por isso. Abraço minha irmã e beijo sua testa beijo meu filho e saiu dali.
O apartamento está em completo silêncio, entro no quarto de Valentina e me permito algumas horas de sono se é que é possível.

Acordo com o corpo mais descansado e escuto uma música, levanto estou sem camisa, descalço só com uma calça que fui trabalhar, lavo o rosto e saiu do quarto, encontro Karol na cozinha fazendo alguma coisa para comer a música tocando é algo bem sensual e ela canta e rebola.
- Música interessante. Ela se assusta e me olha por cima do ombro e pela primeira vez não vejo a fúria em seus olhos e um pequeno sorriso invade seus lábios.
- Isso foi um sorriso direcionado a mim, pensei que nunca mais iria ter algo assim.
- Não se monte OK. Levanto as mãos em rendição.
- Conseguiu descansar? Está com fome?
-Um pouco, estou faminto não comi nada ontem. Ela assente e coloca uma omelete num prato para mim.
- É uma das minhas especialidades então aproveite não é sempre, não costumo alimentar marmanjo.
Coloco a mão no coração ofendido e depois sorrio.
Ela se senta no baquinho do outro lado do balcão com um prato e comemos em silêncio.
- Voce sabia que eu estava aqui?
Ela aponta para os sapatos.
- Nós não temos um par daqueles.
- Sério? é última moda em Paris e vocês ainda não tem. Ela joga a cabeça para trás numa gargalhada gostosa e eu me perco no som que saudade disso.
- Senti sua falta, senti falta desse som senti falta disso, senti pra caralho. Aponto de mim para ela.
- Ruggero... Ela fala se levantando, seguro sua mão.
- Não vai por favor eu só... Só esperei muito por um momento assim com você novamente, não me afasta por favor eu imploro sei que ainda não me perdoou, eu não me perdoei pelo que fiz mas...
Sei que é pedir muito Karol mas pode ao menos considerar sermos amigos de novo?
Ela respira fundo.
- Voce não perdeu a mania de fazer biquinho quando quer alguma coisa.
Ela revira os olhos.
- Essa cara de cachorro que caiu da mudança tem funcionado? Ela arqueia uma sobrancelha.
- As vezes.
- Ok!
E simplismente pega o prato e leva até pia e aumenta o som que estava ouvindo antes.
Não entendi, isso é um sim, levanto e entro na cozinha paro ao seu lado enquanto ela enche a lava louça cantando.
- Isso é um sim? Ela me olha pelo canto do olho.
- Isso é um vou pensar. Sorrio pois já é alguma coisa.
Ela sai da cozinha em direção ao seu quarto e eu a sigo.
- Virou cão de guarda agora?
- Não, estou esperando você pensar.
Ela rir alto e nega com a cabeça.
- Não vou pensar assim tão rápido querido.
- Pois então vou esperar aqui até você pensar.
- Então tá, depois não reclama.
Faço uma careta confusa e a maluca tira o blusão que estava vestida ficando só de calcinha e joga o blusão em cima da cama. O que ela está aprontando, meu cérebro vai em circuito com o seu corpo lindo e curvilíneo os seios oh céus, calma aí amigão eu não posso avançar agora.
Engulo em seco para tentar molhar minha garganta.
- O que está fazendo. Minha voz quase não sai.
- Vou me arrumar para o trabalho Ruggero e estou no meu quarto.
- Sim mais... Porra, porra caralho.
Enquanto resmungo ela me dá as costas se abaixa para pegar algo na gaveta e minha cabeça segue seus movimentos caindo de lado minha boca faz um uhh e só então noto que esse gemido saiu de mim.
- Está tudo bem aí chefe? Estreito meus olhos pra ela, que veste uma blusa lá azul e entra no banheiro sai de lá com uma calça jeans colada, arruma os cabelos, e eu sigo cada movimento seu até que ela termina, pega a bolsa e seu capacete.
Ainda estou parado na porta do quarto como uma estátua e deveria ganhar uma mesmo ou o Oscar porque puta que pariu tudo para não perder o que já conquistei até agora.
- Será que eu posso passar, tenho pacientes me esperando.
- Por mim eu não te deixaria sair desse quarto tão cedo. Minha voz sai rouca e me surpreendo por ter falo isso.
Ela me olha com seu sorriso desdenhoso.
- Ai você acordou, deixa eu passar Pasquarelli adoraria ficar e discutir com você o quanto eu sou gostosa mais o dever me chama.
Jogo a cabeça pra trás rindo e acabo relaxando ela me empurra de lado, mas acabo segurando sua cintura.
-Karol? Digo, quando ela me encara um pouco assustada.
- O que? Você ficou excitado eu sei todos ficam.
Arqueio uma sobrancelha para ela.
- Vai dizer que não? Então olha para baixo.
- Ok. Mais não era isso que queria falar. Ela se desvencilhar e caminha para a porta com a mão na maçaneta.
- Voce vai acompanhar o Matteo na químio é você a médica que vai ficar com ele?
- Sim, não se preocupe vai ficar tudo bem. Assinto e ela fecha a porta.
Respiro fundo me sentindo mais leve e um sorriso me escapa.
Não acredito que ela fez isso, cadê a Karol tímida e envergonhada que eu conhecia pelo que vejo não restou nada.

Olho a hora tenho que voltar para o hospital. Tomo um banho e me visto rápido.
Chego no hospital e vou direto ver meu filho, assim que entro no quarto encontro Michael com Matteo no colo e Valentina sentada os dois estão numa conversa que nem percebem que cheguei. Pigarreio para que me notem.
- Como está meu garotinho.
-Papa.
- Oi meu amorzinho como você está se sentindo? Pego ele nos meus braços.
- Bem, no tem masi febe.
- Que maravilha campeão.
- Então eu vou lá na sala pegar uns papéis que voce tem que dar uma olhada Rugge. Assinto.
- E você titia não vai trabalhar?
- Não estou de folga, apesar de já ter colocado dois ombros no lugar. Ela revira os olhos.
- Médico de folga dentro do hospital não fica parado.
Sorrio e uma equipe de enfermeiros entram no quarto e logo Karol aparece com uma tiara de coelhinho que a deixou mais sexy ainda e duas crianças fantasiadas ao seu lado.
- Olha só Batman e Superman que bebezinho mais fofinho temos aqui.
- É mesmo doutora coelhinho temos um bebê, como vamos salvá-lo?
Matteo estava exatamente como eu os olhos vidrados em Karol, e se não fosse pelo reflexo tinha deixado ele cair quando se jogou para os braços dela.
- Opa opa homenzinho, como você está se sentindo hoje heim?
- bem, vuxe e muto ninda.
- Olha só que garotinho esperto. Diz Valentina.
- E você é bem paquerador não é? Pergunta Karol. - É acho que teve a quem puxar. Completa.
- Lete pode levar nossos super heróis para almoçar.
- Ah não tia Karol queremos salvar o mundo com você.
- E vocês vão, mais antes tem que encher a pancinha e eu vou conferir heim.
Eles riem e saem do quarto correndo.

Ainda Existe AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora