Parte 16

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6 meses depois.

Valentina está estranha, não para mais em casa, será que está namorando mais não me contou, outro que também não vejo muito é o Ruggero o que é muito bom, toda vez que nos encontramos só discutimos, quer dizer eu discuto ele não fala nada, mais só o seu bom dia já me irrita, credo estou parecendo uma velha ranzinza, será que Valu está triste porque o trato assim e por isso esta se afastando de mim, tenho que pegar leve com ele, não posso perder minha melhor amiga e se pra isso tenho que tratar o imbecil do irmão dela mais cordialmente então farei.

Doutor Pasquarelli, recepção, Doutor Pasquarelli recepção.

O nome dele soa no auto falante e acabo suspirando.
O que? Te orienta Karol.
- Ai meu Deus que homem é esse? Alice fala enquanto preencho meus prontuários.
Tiro os olhos do papel e me viro na direção que ela e mais duas enfermeiras estão olhando.
Ruggero vem conversando com uma loira alta magra muito bonita, bonita até demais pro meu gosto.
Acabo fazendo uma careta e ele resolve me enxergar logo agora e franzi o cenho.
- Imagina esse homem te pegando, Deus deve ser uma loucura.
- Ele deve ter uma pegada daquelas.
- Ou vocês não tem o que fazer não? Vão contar catéteres, agulha carneirinho ao invés de ficar falando o quanto o chefe é gostoso.
- Sou? Sua voz soa bem perto de mim e um arrepio me sobe a coluna causando uma sensação gostosa no meu estômago, oh céus estou encrencada ele não....
- Que? Pergunto tentando disfarçar, e continuo preenchendo meus formulários.
- Eu escutei você dizendo o quanto o chefe é gostoso.
- Está ouvindo demais.
- Não, estou ouvindo muito bem.
- Não existe só você de chefe nesse hospital e-e-e...
- E?
- Estava falando de um outro chefe.
Ele sorrir sabendo que estou mentindo.
- Tudo bem. Ele diz mais antes de se afastar ele se aproxima e sussurra.
- Mais eu sei que sou gostoso, e você também sabe.
Mordo o lábio tentando me controlar para não gemer com aquele sussurro, que caralhos está acontecendo comigo eu transei semana passada, já estou assim afoita.

Mais não foi com ele, seu corpo quer ele.
Merda de consciência que fica gritando o tempo todo como se eu fosse surda.

Doutora Sevilla ala E, Doutora Sevilla ala E.
- O que temos?
- Eu não sei o que fazer ele não para de vomitar sangue, por favor me ajude. Uma mulher súplica.
Começo a examinar a criança mais está muito pálida.
- A quanto tempo ele está assim?
- Começou essa manhã, pensei que fosse só um enjôo mais depois veio com sangue e me desesperei, eu já tentei falar com o pai dele mais ainda não consegui.
- A senhora é o que dele?
- A babá.
- Tudo bem, eu vou medica-lo, mais preciso fazer alguns exames, pode tentar achar o pai dele. Ela assente.
- Lucas leva ele pra fazer esses exames aqui e pede urgência.
- Vamos cuidar dele ok.

Estou no meu consultório analisando uns exames quando a voz dele me tira dos eixos.
- Me chamou Karol? Pergunta encostando na porta.
- Na verdade chamei o chefe, já que veio você?
-

Ai me senti ofendido agora. Reviro os olhos.
- Temos um problema, um garotinho deu entrada mais a babá não conseguiu contatar o responsável ainda, e preciso da autorização para uma biópsia.
- A recepção já tentou entrar em contato com o responsável? Pergunta
- Ainda não tivemos resposta.
- Doutora o garotinho da ala E desmaiou, estamos tentando trazê-lo de volta.
Lucas me  avisa e saiu correndo.
Passo pela babá e examino o menino, mais escuto Ruggero falar com alguém e logo depois pular praticamente em cima da criança.
Com o olhar assustado e desesperado ele me encara, a principio eu não tinha entendido mais então olhei para o menino e só aí a ficha caiu os traços eram idênticos por isso achei ele parecido com alguém que conhecia, será? Acho que estou ficando doida.
Mando aplicarem o medicamento e o  transferirem  para um quarto.

- Olha eu não sei como contar isso e também fiquei sabendo a pouco tempo ainda estou  aprendendo a lidar com toda a situação mais quando o vi ali meu estômago foi parar nos pés, quer por favor me dizer o que ele tem?
- Quer fazer sentido por Deus homem.
- Ele é meu filho. Sinto o sangue sumir do meu corpo.
- Voce está bem? Karol ei, a que ótimo eu que devia ter um treco por descobrir um filho e vê-lo nesse estado e você que fica muda.
- Seu filho. Ele faz que sim. Engulo em seco e passo por ele preciso de ar.
- Onde vai mulher eu conto que descobrir um filho e você sai correndo não devia ser o contrário.
- Sua vida pessoal não me diz respeito Pasquarelli. Respondo e meu bip vibra.
- Os exames estão prontos, seu filho está no quarto 4 se quiser vê-lo.
- Tudo bem, obrigado.

Entro no quarto depois de pegar o resultado dos exames.
Eu nunca imaginei está nessa situação, não consigo encarar Ruggero.
- Bom eu pedi alguns exames mais específicos, mais pelo que fizemos até aqui e com os sintomas dele tudo indica uma neoplasie.
- O que é isso Karol? Ruggero pergunta.
- É um tipo de câncer muito comum que acometem crianças de 0 a 15 anos, eu acredito que está no início então temos chance com o tratamento, mais vou esperar o resultado dos exames para aconselhá-lo melhor.
Sei que ele está em choque assim como eu, e eu não queria está aqui nem dar essa notícia não mesmo.
- Bem eu já convoquei a doutora Carolina, ela é nossa oncologa e vai está cuidando do Matteo, outra pediatra responsável por esse tipo de quadro também já foi convocada então vocês estarão em boas mãos. Eu já vou indo tenho um paciente e volto aqui com os resultados.
Não consigo ver seus olhos agora, ele está concentrado no filho.
Filho...

Ainda Existe AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora