seis.

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Quinta-feira, 23:28 PM.

Lara •

Vi Tainá descer aquela rua com marra até demais, um tempo depois alguns homens a acompanharam. Outros dois ficaram me encarando. Por bastante tempo.

A trocação já tinha acabado, muitas poucas pessoas no morro. Eu não tinha ideia de onde o Gustavo estava, mas sinceramente? Não me importava.

- Aí, tu é a Lara? - Um garoto veio até mim, comecei a estranhar porquê ele tinha um fuzil em suas mãos.

Ou era gente do Gustavo, ou da Tainá.

Lara: Quem quer saber? - Cruzei os braços me apoiando na parede do lugar que Tainá me trouxe.

- Mal educada pra caralho, porra. Patroa explicou direitin. - Outro rapaz falou, não pude evitar revirar os olhos.

Esse eu acho que conhecia. Jordan ou JJ o nome dele. Não me lembro.

- Tu tem que vir com nós pô, vamos te levar pra tua goma.

Lara: Eu recuso.

- Tem querer não. - Agora mais um homem se aproximou, ele tinha a voz um pouco mais grave do que a dos outros.

Era impossível eu não perceber quem era.

Coringa.

Isso era coisa da Tainá, com certeza era.

Lara: Desde quando?

Coringa: Desde quando a puta te pariu, caralho. Mulher chata, euein. - Ele fumava também, qual é a graça que esse povo vê nisso? - A patroa mandou e a gente vai fazer, tá ligada?

Lara: Ela? Nem fudendo. Não ia nem se não fosse Tainá mandando.

Jordan: Teu coroa sabe que tu tá aqui no baile dona. Tu vai perder o cartão se tu num chegar em casa até meia noite.

Lara: Você tá mentindo. - Ele me ignorou, só esperando eu falar outra coisa. - Você tá mentindo, não é? Meu pai não pode saber que eu tô aqui.

- Só entra no carro garota, nós te leva correndo e num dá em nada não.

Concordei de leve já pensando em alguma forma de fugir caso me sequestrassem, mas eu não estava pensando em nada.

Coringa andava do meu lado segurando algo que parecia um fuzil de pequeno porte, continuava com um cigarro na boca.

A marra deles me arrepiava de medo, era desesperador.


[...]

Sexta-feira. 00:43 PM.

Por algum milagre de Deus meu pai não tirou meu cartão, ele me proibiu de ir em alguns bailes e isso me deixou aliviada.

Odiava ir pra esses cantos. Só ia por conta do Gustavo mesmo.

Tomei um banho pra ver se conseguia tirar a maioria dos respingos de sangue que tinham em mim, e funcionou. Já estava deitada na minha cama pronta pra dormir, só faltava eu colocar meu celular pra carregar e eu poderia finalmente descansar. Mas na hora eu ouvi uma voz falhando, não consegui evitar o susto.

- Teu velho tirou teu cartão, garota?

Lara: Puta merda, que susto! - Sentei na cama, tendo total visão da Tainá no meu banheiro. Ela não falou mais nada, só entrou no quarto e sentou na minha cama. Levantei na hora.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora