cinquenta.

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Coringa •

Nós continuou andando no maior silêncio um do lado do outro, tava maluco pra perguntar pra ela da parada porém cada vez que a gente chegava mais perto do condomínio, mais gente aparecia. E eu tava moscando pra ver se iam reconhecer a gente ou não, só conseguia pensar na Tainá e na cabeça dela.

Tava a milhão pensando se ela cuida da criança ou se ela deu pra alguém cuidar, a mulher num tem tempo mermo. Comecei a imaginar também se foi por conta dos negócios do passado dela, aquela porra de hospício... É coisa demais, se tiver saído de estupro só fudeu mais ainda a mente dela.

Nunca demos esse mole de andar por aí tranquilo, mas isso tá acontecendo várias vezes recentemente e tinha que ficar no papatinho pra certas coisas. Nem notei quando uma mulher gritou o nome da Costa e fez questão de sair correndo, aí caiu a ficha de que nós tava fudido.

Tainá: Abre o olho Augusto, bora porra, bora! - Já foi apressando o passo virando a rua, num tava correndo pra não atrair mais atenção pra ela e eu fiz questão de dar meu boné pra mulher. Mais fácil lembrarem dela do que de mim, namoral.

Dava pra ouvir umas sirenizinha de longe, e aí ela deu um jeito de pular o muro e eu fui atrás. Voltei a pensar na parada da criança dela quando a gente tava mais tranquilo, num tinha visto ninguém, acho que só tava eu e ela.

Tainá: Uns quinze minutos e a gente mete o pé, condomínio tá perto.

Terreno era vazio de pessoa, mas tinha um galpão e só de estar escuro a gente foi entrando na maior cautela. Tainá tava na frente com o cano na mão caso alguém aparecesse, mas estranhei pra caralho quando o negócio caiu da mão dela do nada, fazendo o maior barulho. Ela num é de deixar cair, cuida mais das arma dela do que da própria vida, namoral.

Coringa: Costa?

[...]

Tainá: Filho... Filho da puta. Filho da puta. - Ela sussurrou toda nervosa do meu lado enquanto eu tava apontando a arma pro menor que tava sentado com um fuzil na mão, não ia parar de mirar não. Mas a Tainá nervosa com uma parada simples foi o que me fez repensar se eu tava fazendo o certo mermo.

Coringa: Tainá, ei. - Chamei sem tirar o olho do cara, a mulher não parava, continuou mordendo a boca até sangrar e o menor que tava sentado riu dela. - Tá maluco, caralho? Fecha a boca!

Tainá: Victor... Fica quieto. - Pediu toda marrenta, fiquei preocupadão e o cara ainda tava rindo. Maluco pra enfiar duas bala na boca dele, esse aí é dodói mermo.

Coringa: Que que deu? - Perguntei todo calmo pra não deixar ela mais nervosa ainda, Tainá continuou em silêncio olhando pro cara na nossa frente.

A gente entrou aqui e pelo visto já tava no nosso aguardo, Tainá só derramou o pente porque entrou em choque de nervoso. Tive que pegar pra ela e mermo assim continuou tremendo pra segurar.

Tainá: Cadê a garota, Henrique?

O cara levantou e aí eu fui perceber que era da minha altura, continuei marrentão olhando a Tainá pelo canto. Num saí do lado dela e fiquei encarando o menor pra valer mermo, se mexer na Costa tá fudido.

Henrique: Tá comigo. - Segurou o cordão que tinha uma inicial, num deu pra enxergar direito porque tinha mais umas juntas no pescoço. Mas encarei mermo assim, até enxergar alguma coisa. - Num abandonei a garota que nem tu e a outra mãe dela.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora