dezoito.

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Terça feira. 21:57 PM.

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A traficante permanecia dentro do seu carro à longos minutos. O veículo havia sido estacionado por si na frente de sua casa a algum tempo, e agora esperava pelo rapaz para fazerem o combinado.

Por algum motivo, Tainá acreditava que ver o homem ajudaria a esquecer seus ataques de pânicos, afinal Victor sempre cuidou da morena enquanto ela ficava vulnerável. Porém, no momento, sentia necessidade de tocá-lo, oferecia o seu corpo em troca da ajuda. Mas a morena estava longe de saber que estava agindo daquele jeito.

Se perdia em seus pensamentos enquanto fumava, assim que ouviu algumas batidas no vidro soube que Coringa já estava alí. Não tinha como ser outra pessoa pois sua casa era isolada do restante da população.

Tainá: Enrolou muito. — Saiu do carro, Victor a seguia em direção à casa.

Coringa: Queria que eu viesse voando pô? Tive que passar na farmácia pra comprar o negócio lá e o trânsito num tava legal não. — Murmurou observando a casa, fazia algum tempo que não entrava ali.

Tainá: Devia ter vindo voando mermo, alá.

Tainá: Preciso beber. Tem alguma fita aqui? Bebi nada hoje. — Aquilo era mentira, Tainá só precisava não estar sóbria na hora que fosse foder com o melhor amigo.

Aquilo era mais como se fosse pra ele do que pra ela.

Coringa: Se duvidar tem lá na geladeira, vê aí. — Apontou para a cozinha, Victor havia se escorado no balcão.

Tainá: Tudo eu nesse caralho, porra. — Escondeu um sorriso irônico, estava zoando o garoto. — Tu num presta pra nada cuzão.

Victor franziu as sobrancelhas enquanto tinha uma careta confusa em seu rosto, a traficante deu uma risada fraca. O mais velho fez questão de mostrar o dedo do meio para Tainá, odiava quando a mulher debochava de si.

Coringa: Para de rir, mandada do caralho!

Tainá caminhou até a geladeira, não demorou muito tempo procurando pois estava praticamente vazia. Os dois evitavam deixar comida alí porquê nem ela e nem Victor permaneciam na residência por um longo perdidos. Algo sempre passava da validade e acabava estragando, fazendo assim que o cheio ficasse insuportável.

Tainá: Tem nada aqui não. — Resmungou.

Coringa: Vê no bar, lá deve ter alguma coisa.

Tainá: Nem sei onde tem bar nessa porra, vai pra mim cuzão. —  O rapaz deixou suas chaves no balcão da cozinha enquanto fazia outra careta indignado, achava que a morena estava o zoando novamente.

Coringa: Maria Tainá, a casa é tua. Tu num sabe mermo onde tem um bar?

Tainá: Tu fica aqui mais tempo que eu vilão, chapou o côco? Claro que eu num vou saber! — Caminhou até a sala, sentou no encosto do sofá. — E num me chama de Maria, caralho! — Exclamou enquanto fazia Victor rir baixo.

A traficante sempre deixou claro que odiava ser chamada pelo primeiro nome, mas odiava ainda mais quando Victor a tratava carinhosamente ou com apelidos. E com muita sorte, isso não era algo que acontecia por muita frequência.

Coringa não ficava atrás, não era bom demonstrando afeto pois nunca chegou a receber em uma grande quantidade e sempre ficava meio receioso. Ele apenas reproduz o que acha que Tainá irá gostar, ou algo do tipo.

Esse era um dos motivos para os dois se tratarem mal, com xingamentos e palavrões toda hora. Não era estranho ou até mesmo incomum para os membros da Tropa de Elite, afinal os dois sempre agiram dessa forma. Nenhum carinho vindo de nenhuma parte.

Coringa: Fica paz, vou catar algo pra tu beber gatona. — A morena segurou o riso, permanecendo calada. — Alá... Qual foi?

Tainá: Gatona é foda. — Acabou rindo fraco. — Gostei disso pô, apelido bom.

Coringa: Melhor que os teu.

Tainá: Aí já é demais, mané! Tá marolando na parada. Meus apelido é bonzin. — Murmurou enquanto fumava novamente.

Victor não respondeu, apenas observava a traficante fumando. Ele achava Tainá extremamente atraente, fazendo qualquer coisa.

Coringa: Vou ver se tem alguma parada pra tu tomar.— Deu meia volta indo em direção as escadas, curtos sorrisos de lados permaneciam em seu rosto.

Coringa: Peguei Bourbon, tu só bebe isso. — Coringa já estava no andar de cima novamente, a mais velha se assustou com o barulho mas continuou quieta.

O homem não falou nada mesmo percebendo o que havia acontecido. E então, começou a preparar dois copos com gelo.

Tainá: Operação no Morumbi, rende... — Parou por alguns instantes enquanto pensava no valor. — Rende dois pau pô, anima?

Augusto assentiu com a cabeça durante várias vezes, também entregou o copo para a morena.

Tainá: É só pra gente num ficar parado mermo, vai demorar também pra ser essa fita. Tem que resolver direitinho pra num dar b.o que nem a última vez.

Coringa: Aluguel dos irmão tá tudo atrasado chefinha, vai dar bom não se num vier antes.

Tainá: Tua mãe tá fora disso? — Victor negou. — Tu também é foda, ein porra? Pão duro pra carai, num compra uma casa pra mulher.

Coringa: E tu acha que eu já num tentei? Tu sabe como dona Angélica é, pô! Vou conseguir comprar nada pra ela não com a mulher negando.

Coringa: Ela ainda tá com aquela fita de comprar um apartamento na zona sul, com a grana que ela ganha com o salão e as roupa que começou a vender, alá. Quer minha mão na casinha dela não.

Tainá: Faz que nem eu pô... Compra uma goma e deixa guardada, é a merma fita com a minha mãe e tu tá ligado. — Bebeu todo o líquido do copo até a metade. — Se ela quiser meter o pé, dona Maria só vai mané.

Coringa: Vou dar um jeito de resolver isso aí, é trampo pra caralho. — Também tomava o uísque enquanto cruzava os braços. — Mas eai, tu sabe como vai liberar o Moura? Porque o mano tá privado vai fazer quatro meses já.

Tainá: Falar pra tu? Serinha mermo? — Victor arrumou a postura. — São Paulo vai parar mané! PCC vai entrar no meio pra lili do irmão cantar, perrengue pra caralho.


Capítulo demorou um pouco nas duas vezes de postagens, sinto muito. Alterado.

1024 palavras.

Uma das primeiras capas de Tropa de Elite.

Uma das primeiras capas de Tropa de Elite

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𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora