trinta e cinco.

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Quinta-feira. 18:32 PM.

Tainá •

Encarei a Larissa por um tempo, ela olhava pra frente com a cara fechada. Nem falei nada não, fiquei na minha só olhando a garota.

Perfil dela era lindão, pô.

Tainá: Vem pra perto, garota... — Sussurrei me arrumando no sofá. — Vou deitar no teu colo.

Lara concordou sem reclamar, até estranhei essa porra. Deitei nas perna dela devagarinho, fiquei olhando ela.

Lara: V-Vai... Vai meter um tiro na... Na minha boca se e-eu fizer... Carinho em você?

Tainá: Tenta a sorte. — Cruzei os braços, sem desviar o olhar da menina, ela tava sorrindo.

Sorriso lindão dessa branquela pô! Vou negar não.

Tainá: Ainda tá com medo de mim? —
Devagarinho a Lara colocou a mão no meu rosto. — Cê tem mó coxona, é confortável.

Lara: Não... Não sei se ainda tenho medo de você... Mas não é todo dia que uma traficante deita em seu colo.

Tainá: Melhor no teu colo do que te arrastando pra um saco preto. — Ela concordou rindo.

Nem notei quando ela começou a alisar minha cara, só fiquei na minha olhando ela, demorou pra eu pegar no sono não.

******

Isso não podia tá acontecendo de novo. Não é possível que nem por eles tô sendo respeitada! Aqui não era pra me ajudar?

— Anda logo, Maria... A gente tem que ser rápidos, eles não podem ver. — Passou lentamente os dedos pelo meu corpo, fiquei nervosa na hora. — Nem te ouvir, e se ouvirem, você vai apanhar pra caralho... — Sorriu pra mim. Porra.

Tainá: O que... O que você tá fazendo? — Falei baixo, por ele estar em cima de mim ele tinha ouvido.

Dando sua dose de hoje... Eu vi você cuspindo os remédios.

Tainá: Eu tomei. Eu juro que tomei. — Falei afobada, mas continuei sussurrando de qualquer jeito.

Eu não estava mentindo, realmente tinha tomado aquilo. Meu pai dizia que ia me ajudar, ele que me colocou aqui então... É bom ouvir o que meu pai diz, né?

Então você está alucinando, Maria... Isso não tá acontecendo, é efeito dos remédios.

Concordei com a cabeça já entendendo a merda que ia acontecer, e o jeito que ele sorria pra mim me chamando de gostosa tá me deixando com medo.

******

Lara: Tainá?... — A garota falou me olhando, vi ela sorrir aliviada do nada. — Porra, você me... Me assustou.

Não sabia nem o que tava acontecendo, só continuei olhando ela. Meu corpo paralisado. Tava sem reação nenhuma, só estranhando a reação dela.

Tainá: Qual foi? — Fui tentar me sentar mas só depois peguei a visão que tava com a mão na perna dela. — Te apertei?

Sensação ruinzona no peito tá ligado? Várias fita na cabeça e uma vontade de chorar da porra. Mas num vou chorar na frente dela não, nem tenho costume de chorar! Só sonhar com essas fita e fico na merda.

Lara: Um... Um pouco. Quase levantou meu shorts. — Seu sorriso foi diminuindo, mas continuava ali. Só prestei atenção que ela ainda fazia carinho no meu rosto depois.

Tainá: Desculpa.

Larissa tava na dela, e eu também tentando raciocinar.

Lembrar do mano em cima de mim tá me deixando com nojo. Isso não é de Deus não pô, caô pra caralho.

Tainá: Ainda tô com sono. — Minha voz tremeu, mas ainda fiquei na minha.

Lara: É? — Concordei, ela sorriu de novo. — Você quer... Quer subir? Eu posso ficar com... Com você, se quiser.

Mina tava nervosa, quase sussurrando mermo.

Tainá: Tá.

Nem entendi o que ela tava falando, cheia de fita na mente.

Essas parada é pesada demais! Tô acostumada mas as recaída é forte, e nem cheirar alguma coisa ou beber ia ajudar.

Mexe com o psicológico pra caralho.

A Larissa me ajudou a levantar e depois foi eu e ela pro meu quarto, a mina me ajudou a deitar e ficou do meu lado na cama. Eu na direita e ela na esquerda.

Tainá: Tenho que resolver umas parada daqui a pouco, tu vai ficar sozinha. — Sussurrei me apoiando na minha própria mão.

Lara: De novo?

Concordei sentindo meus olhos pesarem. Tava cansada pra caralho, mas só de lembrar que eu ia sonhar aquela fita de novo perdia todo o cansaço tá ligado? Era foda.

Lara: Tá pensando em... Em que? —  Falou baixo, a respiração da menina tava batendo no meu rosto.

Tainá: Tu me encarando. — Levantei devagarin enquanto tirava o travesseiro, aquela porra me dava dor de cabeça.

Lara: Emendaram o... O feriado e eu tô na sua c-casa. O que tem p-pra fazer aqui de... De bom?

Tainá: Posso te foder nessa cama, sei lá.- A mina ficou quieta.- Na cozinha, piscina, no bar. Canto pra caralho.

A garota ficou vermelha, eu fiquei na minha.

Continuei com a cara emburrada sem desviar o olhar, até meu rosto deitado no colchão tava me dando dor de cabeça.

Engraçado que no colo dela eu tava tranquilinha, né? Essa porra.

Lara: Tá... Tá desconfortável? — Concordei serinha. — Deita em mim.

Tainá: Tu quer me sentir no teu corpo num é, garota?

Lara: Vai se ferrar... — Ela riu, ficando mais perto de mim. — Tô tentando te... Te ajudar.

Tainá: Hm.

Ainda tava meio assim das ideia, mas depois ela meio que me abraçou, meu rosto na curva do pescoço dela.

A gente tava grudada.

Lara: Você tá tremendo... — Apontou pra minha mão, enquanto sussurrava baixin no meu ouvido. A respiração dela batia na minha testa.

Tainá: Tô ligada nisso.

Lara: Tá nervosa? — Franzi o rosto sem me importar muito com as ideia dela, me aconcheguei no corpo da garota. —  Você ficou tremendo a-agora pouco.

Tainá: Tô tranquila, ruiva... — Sussurrei também, vi uns pelinhos dela se arrepiando.

Fiquei calada, não demorou pra eu dormir de novo. Com a mão dela no meu cabelo ficou até mais fácil, saporra.

Enrolo demais, mas relaxem. Eu sei o que faço. Capítulo alterado.

976 palavras.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora