vinte e três.

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Quarta-feira. 03:57 PM.

Lara •

Desci devagarinho sem vontade nenhuma, ia pegar o que a Tainá tinha me pedido e continuava sem acreditar que ela estava na minha casa de novo.

É muita coisa pra pensar. E isso me dá medo, não vou mentir. Peguei o copo com água e subi as escadas novamente, estranhei já sentindo um leve arrepio passar pelo meu corpo quando vi meu pai saindo do próprio quarto. Ele não tinha que trabalhar amanhã cedo?

Rodrigo: Por que você não tá dormindo? — Cruzou os braços, parecia irritado, sei lá.

Depois que contei pra mãe sobre a traição naquele dia, ele começou a me tratar mal.

Lara: Eu... Desci pra beber água..

Rodrigo: Então por que você tá trazendo o copo pro quarto? — Olhou o copo com a água meio branca, fudeu.

Lara: Pra eu não descer de madrugada de novo, pai... — Ele levantou uma sobrancelha, comecei a pensar como seria se a Tainá aparecesse aqui do nada.

Eles iam se matar.

Lara: E você? Por que tá acordado?

Rodrigo: Tô indo trabalhar. Tira esse baby doll e vai dormir. — Concordei de cabeça a baixa, já ia comemorar vitória mas lembrei da moto da Tainá.

Merda.

Lara: A moto que tá... Tá lá na frente é do amigo do Lyncon, pai.

Rodrigo: Ah? Tá. — Arrumou a farda sem dar muita importância, quando ele saiu da casa eu voltei pro quarto.

Tainá: Demora da porra... — Ela estava na mesma posição de antes, e aquilo não ajudou a minha cabeça em nada.

Céus, Tainá era quente.

Lara: Eu te falei que meu pai estava aí, você... Você não quis acreditar. — Dei o copo pra ela.

Tainá: Com tu nesse shortin... Mostrando a metade da tua bunda fica d-difícil... Acreditar em alguma coisa que tu fala.

Me desconcertei quando Tainá falou aquilo.

Por que caralhos ela estava olhando pra minha bunda?

Lara: Para de... De me olhar. — Sussurrei baixinho indo pro meu guarda roupa, peguei uma calça de moletom preta e vesti com pressa.

Tainá: Isso aí só... Caralho... — Ela também sussurrava, acredito eu que era por conta da dor. — Só tá te deixando mais gostosa.

Senti meu rosto queimar quando ela disse aquilo, mas fiquei quieta.

Tainá: Pega o algodão pra mim. — Não notei quando ela sentou na cama, sua voz estava falha, e a boca dela nem sangrava mais.

Enquanto a Tainá continuava limpando o machucado, comecei a reparar em seu corpo exposto. Ela tinha várias marcas, ombros, costas e barriga extremamente machucados.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora