vinte e oito.

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Quinta-Feira. 03:03 AM

• Lara •

Gustavo: Amanhã eu vou vir aqui de novo, se você continuar mentindo pra mim, vai ficar pior pra você. — Levantou, arrumando sua calça.

Que nojo eu tenho dele. Nojo.

Gustavo: Beijo meu amor, sabe que eu te amo e o que eu faço é pro teu bem. Não sabe?

Continuei imóvel, não conseguia falar. Tremia tanto que já estava estranhando porquê ainda não morri.

Gustavo: Certo, até mais tarde. — Veio até mim, eu não tinha forças pra levantar e me afastar. Então só deixei ele fazer o que queria, que era me beijar e sair do quarto.

Eu soube que ele saiu da minha casa quando ouvi a porta de baixo sendo batida, eu estava tão nervosa que não consegui nem parar de chorar primeiro. Ele tinha ficado aqui o dia todo.

Peguei meu celular do lado da cama, era de madrugada e eu não conseguia parar de tremer, não sei se era o frio ou porquê ele me espancou pra caralho. O fato de eu estar nua não ajudava em nada, Gustavo fez questão de deixar o ar condicionado no mínimo, e ainda me tocou.

Eu odeio ele, com todas as minhas forças!

Não conseguia me levantar pra desligar o ar, nem para me vestir. Gustavo abriu todas as minhas feridas principalmente as cicatrizes que já precisavam de ponto antes, tô com tanta dor que já não sinto mais meu corpo.

Eu tô tão fudida pra esconder isso, principalmente da maluca da Tainá. Se ela ver o Gustavo tá fudido, e consequentemente, eu também. Mas de verdade? Eu nunca pedi tanto para que ela aparecesse do nada.

Tava cedo, pra caralho. Era três e sete agora. Estava sentindo uma necessidade absurda de falar com alguém. Vontade de vomitar também.

Talvez eu queira falar com ela sobre o que aconteceu e torcer para que ela faça alguma coisa.

Talvez eu apenas precisasse de ajuda.

Talvez eu apenas precisasse ouvir a voz dela.

Eu não tinha ideia do porquê estar assim, não fazia tanto tempo que eu tinha visto ela, e com certeza eu desejaria totalmente ao contrário alguns dias atrás.

Não demorei para me arrepender dessa idéia estúpida, mas no momento o meu celular já estava chamando pelo o número que ela me passou. Torcendo para que não seja nenhum falso.

Lara: Tainá?... Desculpa, é que... — Falei assim que provavelmente Tainá atendeu o telefone.

O que aconteceu... Larissa...?

Meu corpo se arrepiou quando ouvi a voz dela, comecei a desejar que aquilo fosse número falso mas não era mesmo.  E Tainá com essa voz de preocupada e de sono ao mesmo tempo estava me deixando estranha.

Um estranho bom.

Lara: Tainá... — Gaguejei segurando o choro, minha voz saiu arrastada, minha garganta doía.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora