quinze.

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Terça feira. 19:16 PM.

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Um longo silêncio se estabeleceu naquela área. As únicas coisas possíveis de serem ouvidas era a respiração lenta de Tainá e Gustavo respirar ofegante.

Ele tinha assumido que já estuprou Lara.

Ele havia contado para Tainá.

Para Tainá.

A mesma mulher que beijou as cicatrizes de uma outra garota ferida.

A mesma mulher que matou mais de trezentas pessoas, sendo elas crianças e mulheres. E homens, muito homens.

Gustavo havia contado para a traficante mais perigosa do país que já estuprou um certo alguém.

Gustavo: E-Eu tô indo pra casa.

Suas pernas bamberaram assim que esteve de pé. Tainá continuava encarando o rapaz, sem reação nenhuma.

A mulher poderia matá-lo somente com o olhar.

A morena não conseguiu evitar lembranças antigas retornando em sua memória, mas as deixou de lado no momento exato que o homem foi se afastando do sofá.

Levantou-se rapidamente indo até o mesmo que já estava um pouco distante. Tainá não evitou puxar Gustavo pela gola da camiseta enquanto o empurrava na parede, seu olhar irritado fazendo com que o rapaz chegasse em seu limite máximo de medo.

Gustavo: Tainá eu...

Tainá: Tu tá maluco, porra? Tu abusou da garota, caralho! — O empurrou contra a parede, fazendo que ecoasse em todo o local do baile.

Gustavo: Por que você tá... Tá defendendo a Lara? — A mão de Tainá continuava fazendo pressão em seu pescoço, ele estava perdendo o fôlego. — A-Aque... La... Garota n-não serve pra n-nada!...

A traficante socou o rosto do rapaz.

Várias vezes seguidas.

Tainá o derrubou no chão ainda seguindo seus atos agressivos. Distribuía chutes e socos por todo o seu corpo. Gustavo gemia de dor enquanto tentava se levantar, mas era impossível. A morena não parava.

Tainá: Fica quieto, caralho! Porra. — Sussurou enquanto parava por alguns segundos. — Vou te passar pra caminhada, seu cuzão do caralho!

Ela passou uma das mãos que já sangrava na bochecha, tentando fazer com que aquele local parasse de queimar. Nem Tainá e nem Gustavo entendiam o que estava acontecendo.

Tainá: Tu deu sorte que ela num quer que eu te mate, seu mandado do caralho! — Se afastou um pouco. — Se não tu saia num saco preto, filho da puta.

Gustavo continuava ofegante enquanto tentava levantar, seu corpo dolorido fazia que odiasse Tainá mais ainda.

Gustavo: Ela não... Não deixa? — Levantou lentamente. — V-você fala com... Com ela?

Tainá: Te interessa, porra? — Foi até o centro, enchendo o copo com o uísque.

Gustavo: Se... Se eu perguntei, interessa..

A mais velha tirou sua pistola da cintura, tomou todo o líquido do copo em segundos, e apontava o cano pro rapaz.

Tainá: Filho da puta de um esnobe, porra.
travou a arma de novo.

Tainá não estranhou a reação de Gustavo, o mesmo veio até ela mancando aos poucos.
Observou atentamente o punho do garoto, ali tinha uma pequena faca. A morena com certeza não tinha consciência daquilo.

Gustavo: Não é pra você falar mais com a Lara... — Falou nervoso, suas mãos trêmulas faziam com que Tainá não sentisse um pingo de medo daquilo. — Entendeu?

Tainá: Tá com medo de tomar gaia? Alá! O putão não se garante.

A morena iria se servir com o uísque novamente, mas logo Gustavo empurrou a garrafa, fazendo com que caísse.

Tainá: Qual foi da parada, irmão? — Cruzou os braços. — Meu bourbon não porra! Filho da puta. — Observava a garrafa quebrada no chão, o líquido alcoólico se misturando com alguns dos cacos de vidros.

Aquilo fez com que Tainá se irritasse, pelo menos um pouco.


Tainá: Vai, levanta, se manda daqui. Não te quero nas minhas boates.- Deixou a arma na mesa e voltou a beber, apenas percebendo o olhar do menino na pistola.

Ele se levantou lentamente, ainda olhando a arma. Seu olhar intercalava entre a 9mm e Tainá.

Tainá: Num adianta tu pegar, essa porra aí tem trava especial.- Continuou bebendo tranquilamente. Gustavo ignorou e pegou a arma, apontando para Tainá.

Tainá: Ui o filhinho de papai tá putinho.- O líquido que agora tinha alguns cacos de vidros começou a se espalhar pelo o tapete, aquilo foi o suficiente para irritar pelo menos um pouco a morena.

Gustavo: V-Você... Você não tá com... Com medo? — Gaguejou enquanto apontava a faca para a mesma.

Tainá riu, um riso memorável à Gustavo.

Tainá: Me assustei mais quando vi tua mãe sem roupa, moleque. — Voltou apontar a pistola a Gustavo, que continuava tremendo. — Vai falar nada não?

Aquilo foi tudo que o garoto de cabelos cacheados poderia aguentar, rapidamente ele tentou apunhalar Tainá.
Antes disso, a morena percebeu o ato e se livrou da faca.

Tainá: Calma lá, cachinhos dourados! — Falou ironicamente, puxando Gustavo pelo pescoço. — Tu num vai me matar tão fácil assim não, comédia.

Gustavo: Me... Solta!

Por conta dos socos que havia levado, não conseguia respirar direito. E aquela situação só estava piorando.

Tainá: Sou brincadeira não, porra. — Posicionou a arma no rapaz, que tentava sair do aperto da mão da traficante.

Tainá: Eu sou a Tainá Costa, moleque... — Sussurrou para o mesmo, que já estava nervoso novamente. — Vou ter medo de um estupradorzinho de merda não!

Um projétil saiu da pequena arma de fogo, o impacto fez com que Tainá soltasse o corpo de Gustavo.

Alguns gritos no andar de baixo foram ouvidos, a morena observava atentamente aquelas pessoas saindo da casa de baile.
Não tinha sido tão alto assim, a arma era personalizada e abafava pelo menos um pouco.

Enquanto Tainá olhava todos correndo, Gustavo gemia de dor.

O tiro não havia sido em seu rosto, de propósito a morena deixou ele vivo.
Não seria em sua boate e em cima do seu uísque favorito que Gustavo morreria para a mulher.

Tainá: Vai, levanta vacilão! Tu tá sujando meu tapete. — Puxou o garoto que chorava pela camiseta. Por sorte, o tiro havia atingido apenas o seu braço.

Gustavo gemia de dor, e Tainá estava certa em não fazer esforço nenhum para ajudá-lo.

Tainá: Se manda, num entra mais no meu Complexo.

Ele concordou rapidamente enquanto tentava se levantar, o cano da arma de Tainá continuava em seu pescoço. Aquilo com certeza marcaria.

Esse capítulo é apenas um começo para seguirmos o rumo do primeiro casal do livro. E caso tenham notado, já sabem que eu detalho em vários capítulos diferentes o mesmo dia. Capítulo alterado.

1064 palavras.

𝐓𝐑𝐎𝐏𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - 𝗍𝖺𝗂𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖾 𝗍𝖺𝗂𝗇𝖺𝖼𝗍𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora