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⚠︎ Bem vindes a comemoração pelo primeiro ano de existência de #24J! Obrigada por me acompanharem nesse processo. Para que um novo capítulo dessa maratona seja desbloqueado, deixo para vocês uma meta de 300 comentários!

ANDREA DE ALBA.
(flashback 24/06)

— Como você está? — Esteban questionou em tom baixo. 

Aparentemente, não queria que nossa aproximação fosse notada, nem me preocupava se acontecesse, porém, já que os outros se ocupavam com seus próprios demônios.

— Podemos falar sobre isso mais tarde? — respondi em súplica, me jogando em uma das espreguiçadeiras que havia na sacada em que estávamos.

— Tudo bem. — com certa cautela, sentou-se ao meu lado. — Por que não quis jogar?

— Prefiro não ver Jandino flertando com as outras meninas. — disse sincera e pude sentir meu peito se contrair por consequente. Se pensar nisso já me causava ânsia de vômito, confessar em voz alta era como um forte, e preciso, soco no estômago.

— Por que está em um relacionamento assim, Andy? — o moreno, usando seu olhar piedoso, me questionou pela vigésima vez.

— Já disse, esse é o certo a ser feito. — retruquei sem ânimo.

— Não! — me repreendeu celeremente.  O certo é que você seja feliz. — falou como em um discurso de final de filme clichê fazendo com que eu revirasse os olhos. 

Por todos os meus últimos feitos, havia aceitado que não merecia a felicidade. Na verdade, eu merecia o oposto. Sofrer pelo restante de minha vida miserável. 

— Nem todos os relacionamentos são baseados no amor, Esteban. — ri sem ânimo. — Na maior parte das vezes, são bem piores do que o meu. — concluí, voltando a me perder em pensamentos mórbidos encarando o movimento na rua principal.

Tinha uma certa fixação em observar os estranhos na rua. Gostava de imaginar como era a vida das pessoas esperando que a de alguém pudesse ser pior que a minha. Isso me confortava.

— E prefere se contentar com tão pouco?

Bufei cansada por notar que Esteban ainda não desistiu do assunto. Admirava sua vontade de me consertar, entretanto, não existiam outras opções além de suportar o fardo.

— Não é pouco, é o que mereço após ter assassinado uma criança inocente. — respondi entre dentes, frustrada comigo mesma.

O homem, tirando seus olhos de mim pela primeira vez desde o início da conversa, balançou a cabeça em negação.

— Precisa seguir, Andrea, remoer essa história não mudará nada do passado, pelo contrário, só irá piorar a situação atual. — encarando o chão, que por sinal parecia ser mais fácil de lidar do que eu, massageou as têmporas.

— Matei meu filho para estar com Jandino. — engolindo a seco, forcei um sorriso. — É o mínimo que posso fazer pelo Ben. — ao pronunciar seu nome, senti, automaticamente, um aperto me atingir. — Se tanto quis, preciso aguentar as consequências. — respondi mostrando estar decidida em manter meu posicionamento.

24 de JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora