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JULIO PEÑA;

Estava prestes a dar partida no carro quando fui interrompido pelas batidas de Fernando em minha janela. Após Isabela — sentada no banco ao meu lado — me cutucar para que tomasse uma atitude, cedi e abaixei o vidro, dando, assim, liberdade para que falasse o que queria.

— O carro do Rhener. — sem que perguntasse, ele já iniciou sua fala. — Sumiu. — completou.

— Como assim sumiu? — Isabela questionou.

— Não sei bem como aconteceu. — deu de ombros. — Tudo bem se eu for com vocês? — perguntou diretamente à mim. Ele bem sabia que nossa relação não estava em sua melhor fase, porém concordei.

Nossa viagem de volta foi silenciosa. Ninguém se atreveu a pronunciar uma palavra sequer. Pelos últimos acontecimentos, era o melhor a ser feito.

Assim que chegamos ao hospital, os médicos tentaram nos explicar o ocorrido, mas nem eles mesmos entendiam direito. Valentina, a única capaz de clarear nossas mentes, resolveu confundi-las ainda mais. Sem compreender, fomos até o parque. Sim, nós confiamos na droga de uma morta. De novo!

O trajeto era iluminado pelas lanternas de nossos celulares, visto que, já passavam das oito da noite. Andávamos atentos ao que estávamos pisando. Normalmente eram apenas de folhas e galhos.

— Que fique claro que fui totalmente contra estarmos aqui. — Agustina, a revolta jovem, se pronunciou enquanto caminhávamos pela trilha que minha ex indicou.

— Para de reclamar. — Rodrigo pediu em nome grupo.

— Acho que devemos nos separar. — Isabela chamou nossa atenção e logo arregalei os olhos. — Está tarde e nem sinal da Gabi. Seria mais rápido. — sugeriu a brasileira semicerrando os olhos em minha direção como um sinal para que eu apoiasse sua ideia.

— Concordo. — mesmo sem saber, confiava nas ações que arquitetava. — Temos que achá-la o mais rápido possível. — completei.

— Acham que andarmos sozinhos por essa mata é seguro? — Giulia contestou.

— Não! — Agustina respondeu. — O melhor seríamos nos dividir em seis duplas e um trio. — a maioria concordou e logo escolheram seus acompanhantes.

— Qualquer coisa, gritem ou mandem mensagem. — Alan completou.

— Se der tempo para isso. — André retrucou.

— Nem se você gritasse, mandasse mensagem ou fizesse o sinal do Batman eu iria te ajudar. — a brasileira disse com desprezo. — Se morrer é lucro. — sem esperar uma resposta, deu de ombros e me puxou até a outra trilha.

— Se sente bem fazendo isso? — perguntei enquanto nos direcionávamos ao outro percurso.

— Nem um pouco, por isso te chamei. — dei um sorriso terno pela simpatia de Isabela.

— Ei. — parei em sua frente encarando-a nos olhos. — Sempre pode contar comigo pro que precisar. — garanti segurando firme em suas mãos.

— Julio. — quebrou nosso pequeno contato físico. — Você não faz meu tipo. — franziu o cenho.

— Idem. — respondi de supetão. — Estava falando de amizade, você nem é gostosa o suficiente para fazer meu tipo de mulher. — soltei aquelas palavras pelo meu ego ferido, mas, segundos depois, dei por mim e me arrependi amarguradamente.

— Ótimo. — deu de ombros e continuou no percurso sem me dar atenção. Eu merecia.

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24 de JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora