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JOSÉ A. (JANDINO)
(flashback 24/06)

Os ponteiros do relógio pendurado na parede — um pouco acima da televisão —, marcavam, exatamente, meia noite e meia. Todos estávamos espalhados pelo chão da sala de Agustina enquanto a garrafa era girada, desta vez, pelas mãos de Gabriella Digrecco.

— Verdade ou desafio? — perguntou encarando Valentina, a qual tinha a tampa apontada para si.

— Desafio. — respondeu de supetão com um sorriso largo dando mais um gole no líquido dentro de seu copo.

A ruiva batucava as unhas contra o piso madeirado, pensando o que pediria que a loira fizesse, visto que, qualquer desafio que pensávamos, Valentina julgava ser muito fácil.

— Te desafio a se desafiar. — já sem ânimo de pensar em uma ideia melhor, Gabriella propôs quebrando o silêncio.

Confusos, a encaramos buscando entender o que ela queria dizer com aquilo.

— Esse desfio não tem sentido algum. — Giulia disse aquilo que se passava na cabeça de todos nós.

— Na verdade. — Valentina lhe cortou. — Eu gostei. — riu fraco e, apoiando seu copo sobre a mesinha de centro, levantou-se fazendo com que nossos olhares a seguissem. — Por que ainda estão parados me encarando? — nos questionou cruzando os braços. — Vamos! Todos de pé. — gesticulou com as mãos e assim fizemos.

— Não confio nela sóbria, ainda mais nesse estado. — Andrea, em pé ao meu lado, disse em um sussurro.

— O que acham de fazermos uma loucura? — perguntou empolgada, batendo palminhas. — Sendo sincera, sabia que o momento perfeito para isso chegaria. — confessou enigmática.

— Fala a nossa língua, esfinge. — Isabela, ainda deitada e com a cabeça entre as almofadas do sofá, resmungou.

— Iremos precisar de gasolina. — arregalamos os olhos.

— Posso pegar da moto. — sugeriu o brasileiro que parecia ser o único tranquilo com a ideia.

— Rhener! — Julia o repreendeu.

— Que foi? — deu de ombros. — De qualquer forma não iria conseguir dirigir nesse estado. — Rhener referiu-se as bebidas que havia tomado.

— Não a apoie. — a mexicana cerrou os olhos sobre o namorado.

— Eu não vou, obrigado. — Esteban se pronunciou.

— Por quê? — Valentina, o fuzilando com os olhos e o encarando com uma expressão nada agradável, perguntou.

— Não consigo andar em linha reta. — explicou.

— Estou com Esteban, prefiro ficar e esperar vocês serem pegos pela polícia. — Rodrigo sorriu irônico.

— Tudo bem. — Valentina respondeu mostrando não fazer questão. — São vocês que perdem. — assegurou.

Segundo Valentina, poderíamos ir até o local do crime andando, porém, já estávamos a ponto de cruzar a cidade de Buenos Aires inteira e nada.

Meus pés me matavam e — para completar a tortura que era viver —, durante todo o percurso, tive que aguentar Micaela, completamente bêbada, contando suas trágicas histórias de decepções amorosas enquanto chorava.

24 de JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora