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⚠︎ A meta de hoje vai ser um pouquinho diferente. O próximo capítulo será desbloqueado quando esse bater 80 votos e 200 comentários. <3

MANOELA SANTIAGO.

Já se passaram uma hora desde que o grupo retomou à delegacia e eu com os interrogatórios. Estava satisfeita com as descobertas que fiz durante o pouco tempo que tive com cada um. Sentia que, mesmo de modo indireto, avançava com o caso e me aproximava do culpado.

Sem sombra dúvidas, aqueles jovens eram uma caixinha de surpresas. Também já era de se esperar. Nenhuma coisa boa poderia vir de um grupo de atores egocêntricos, ambiciosos e sombrios, porém deveria aproveitar os benefícios gerados por esse caso estar na boca das mídias, assim ganharia reconhecimento quando resolvesse.

Vagava em trilhões de pensamentos e dúvidas sobre o ocorrido no dia vinte e quatro de junho. Mesmo que alguns meses tenham passado, essa noite continuava a trazer consequências à todos.

Fui tirada de minhas reflexões pelo som de passos firmes percorrendo o corredor que levava até a sala na qual eu esperava o próximo suspeito. Ao girar a maçaneta e cruzar a porta, o homem de cabelos dourados, percorreu, com seus olhos castanhos claros e cheios de curiosidade, cada centímetro do local. Após mais alguns passos, entrou completamente e, de forma rápida, a porta foi fechada atrás de si.

— André Lamoglia, certo? — o observei se aproximar e sentando-se na cadeira disponível em minha frente.

Lamoglia permaneceu calado, como se nem sequer ouvisse a pergunta por estar perdido em pensamentos enquanto encarava a sala vazia e gélida. Não havia nada de interessante naquele ambiente, pelo contrário, era o mais minimalista possível, contudo, independente disso, sua atenção não estava em mim.

Forcei uma tosse visando chamar sua atenção e só assim, pela primeira vez em cinco minutos — desde que entrou em minha sala —, André me encarou nos olhos.

— Sim. — saindo de seu transe, o homem confirmou balançando a cabeça freneticamente.

Parecia um tanto quanto enérgico, mesmo após a morte de uma de suas colegas.

— Como se sente? — perguntei entrelaçando minhas mãos e as posicionando sobre a mesa metálica.

— Confesso que empolgado. — sorriu largo, mas logo mudou sua expressão ao se deparar com minha fisionomia séria. — Não pela situação que me motivou estar aqui. — corrigiu, rapidamente, sua fala. — Bom, sempre fui curioso em saber como funcionava os interrogatórios policiais, então toda vez que participo de um torna-se inevitável a empolgação. — respondeu sincero.

Até mais do que gostaria que fosse.

— Se bem que... — André continuou. — Não me empolgava tanto com o antigo detetive. — arqueei uma sobrancelha. — Desculpe a franqueza, mas aquele velho cumpria hora extra na terra. Tinha medo de que ele morresse enquanto...

— André, foco! — gesticulando com as mãos, o cortei antes que ele terminasse de ofender o antigo detetive.  — Não estamos aqui para falar de outro profissional.

Tive a oportunidade de conhecê-lo. Um velhinho fofo e educado, contudo não conseguia segurar as rédeas desses jovens.

— Desculpa de novo, é que a senhora parece ser detetive. — franzi a testa.

Ele estaria bêbado a ponto de não falar coisa com coisa?

— Como? — com objeção, questionei sua afirmação.

24 de JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora