GIULIA GUERRINI;
Clima de merda! Essa foi a perfeita definição que arrumei para seis horas de ensaio com milhões de caras desanimadas. Sem contar Isabela, que carregava tanto ódio no olhar que dava medo. E, vendo o mundo desabar ao meu redor, pude provar que a história de que sempre pode ficar pior era verídica.
Os chifres de Julio pesaram tanto a cabeça dele, que o espanhol perdeu completamente o senso e o juízo. Quando saímos da companhia para irmos até minha casa, conforme combinamos, encontramos com a enfermeira.
— Amor. — acenou para Julio que, indo em sua direção, selou seus lábios com os dela em um selinho. — Oi gente, prazer Melissa. — deu um sorriso forçado.
— O que faz por aqui? — perguntei seca.
— Ah! Bom, Julio me chamou. — todos encaramos imbecil. — Algum problema? Se tiver eu posso ir embora. — respondeu depois de notar nossas expressões de indignação com o espanhol.
— Melhor eu ir pra casa, vai que burrice pega. — Isabela rolou os olhos.
— Isabela? É você, não é? — de maneira sonsa, a enfermeira perguntou.
— Não, sou a Belaisa, a gêmea! — forçou uma risada. — Isabela ficou em casa dessa vez. — não só eu, como os outros seguramos o riso pela ironia da brasileira.
— Trate ela direito. — o espanhol respondeu irritado. — Não ligo se me tratar de forma estúpida, mas respeita a Melissa. — a morena o encarou boquiaberta. Com certeza mataria o Julio fazendo a coitada da Melissa de porrete.
— Sabe Julio. — todos a fitaram atentos. — Não sei quando pensou que dei liberdade para que você olhasse na minha cara ou dirigisse a palavra à mim, mas se entendeu errado, estou explicando agora. — respondeu com frieza.
— No dia que você souber tudo o que aconteceu de verdade, quem sabe não pare de me tratar como um pedaço de bosta. — retrucou sem ânimo. — Mel, preciso deixar pra próxima. — a mulher assentiu sem graça e logo pediu um táxi.
Julio ficou para esperar o motorista chegar e não deixa-la sozinha, nós resolvemos que o melhor era que fossemos na frente para pedirmos a comida. E foi o que fizemos ao chegarmos. Várias opções surgiram devido as várias culturas distintas. Sempre dava briga!
— Comida italiana, melhor e maior! — sugeri e Alan concordou.
— Comida japonesa, gente! Faz tempo que não comemos um japa. — foi vez de Andrea sugerir.
— Ovo frito, arroz e feijão! — André falou e ignoramos.
— Tem aquele restaurante novo, podíamos experimentar. — Daniela deu a ideia.
— Acabou! — Isabela se levantou. — Vocês são muito confusos. — bufou — Pizza! Simples e fácil. — pegou um imã de geladeira com o número uma pizzaria que gostávamos. — Quem vai me emprestar o celular? — perguntou esperando voluntários.
— Não tem um? — Julio mal passou pela porta e quis buscar por confusão.
— Teus chifres te deixaram burro? — rimos. — Se tô pedindo um celular é pelo simples fator do meu não estar apto pra fazer uma ligação. — e lá vamos nós para mais uma briga.
— Não pagou a conta, foi? — ele brincou.
— Já que tanto reclama, por que não paga pra mim? — o fuzilou com o olhar.
— Posso pagar muitas coisas. — deu um sorriso sedutor. Ele não namorava com Melissa?
— Vocês não estavam discutindo? — Guido coçou a cabeça. — Passaram rápido para uma conversa de teor sexual.
— Não discuto com idiotas, Guidinho. — retrucou.
— Então não discuta com seu espelho. — provocou.
— Chega. — Julia massageou as têmporas. — Toma. — entregou o aparelho para a morena. — Peça logo a pizza e vamos manter nosso foco no assunto principal. — pediu sem paciência.
Depois de muitas conversas sobre o que faríamos, planejamos cada movimento que daríamos, fizemos tudo detalhadamente, pessoa por pessoa. Quando já sabíamos o que teríamos que fazer, alguns foram embora, restando eu, Guido, Gabriella, Rhener, Agustina, Alan, Isabela e Julio. Ficamos conversando até altas horas, Isabela parecia mais calma quanto a situação.
Enquanto conversávamos sobre um assunto aleatório, notei que Isabela e Julio afastaram-se da sala, mas resolvi fingir que não tinha reparado.
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24 de Junho
FanfictionA noite de 24 de Junho tinha como objetivo reunir o grupo teatral criado em Buenos Aires, porém as coisas acabaram tomando outro rumo. Uma tragédia é a causadora do fim da carreira e sonho de 16 jovens artistas. Durante a busca incessante por respo...