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JULIO PEÑA;

Ao abrir meu apartamento dando passagem a Melissa, não consegui dar dois passos antes que meu telefone tocasse. Revirei os olhos ao identificar o número na tela e me perguntei mentalmente o que André queria tão tarde.

— Preciso atender. — alertei a morena que assentiu. — Um minutinho. — pedi e caminhei até meu quarto. Não sabia qual era o assunto e de forma alguma iria envolver outra pessoa no meio dessa confusão. — Fala. — disse ao atender.

— Ocupado? — confirmei. — O que faz? — questionou com certo interesse.

— Muitas coisas. — respondi sem dar detalhes, mas o brasileiro me conhecia bem o suficiente para entender que havia malícia em minha resposta.

— Com quem? — deu uma breve pausa como se descobrisse a resposta. — Olha, se estiver pegando Isabela, juro que te mato. — gritou do outro lado da linha, em tom de ameaça.

— Como é? — dei uma risada nasal. — Ficou maluco, mano? — contestei, rapidamente.

— É pior! — André deduziu. — Você está com a enfermeira. — fiquei em silêncio. — Pensei que eu era o mais louco da companhia, mas olhando bem pra você, acho que perdi essa batalha. —

— Fala logo o que você quer, André? — o cortei e mesmo assim não parava de rir.

— Estou aqui, abandonado com fome e muita cerveja. — pensei um pouco na proposta.

— Eu vou.

— E a garota? — perguntou com curiosidade.

— Sei lá, ela dá um jeito. — dei de ombros. — Em quinze minutos chego. — concordou e encerramos a chamada.

De acordo com André, ele já havia ligado para Guido, — que disse estar com Giulia —, com Alan — que estava na casa da Agustina acompanhando a recuperação da mesma — e Rhener — que ficou no hospital esperando por notícias de Gabriella —, ou seja, sobrou nós dois.

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Não demorei muito para chegar e nem a comida que André pediu. Ficamos conversando e bebendo por horas. Contei sobre Melissa e a desculpa que dei para que pudesse sair.

— Isabela não está falando comigo. — contei dando uma golada em minha cerveja.

— Vamos ao mercado? — o encarei confuso. — Preciso comprar absorvente. — arqueei uma sobrancelha. — O policial faz. — não encontrava sentido nenhum no que ele falava. — Deter gente. — completou rindo. 

— Do que está falando? 

— Preciso comprar detergente. — explicou.

— Cara, chega! — disse tirando o copo de bebida de suas mãos.

— Quero dançar. — levantou-se do sofá e começou a se mexer como se tivesse uma convulsão.

— Nunca mais vai beber em sua vida. — alertei e ele retribui fazendo bico.

Tentava conversar algo sólido com o brasileiro, mas, consequente aos efeitos do álcool em quantidade excessiva que ingeriu, não logramos. 

24 de JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora