Happy Pills | [dm + hg] tradução

Dezesseis

"Você voltou."

Mesmo com um casaco e um suéter envolvendo seu corpo morno, Hermione ainda pode sentir pedras minúsculas se configurando em seus braços com a ressonância da voz de Draco. É como cetim, o som escorrendo por baixo do tecido e roçando sua pele como uma brisa suave.

Hermione de repente se sente culpada pela memória que usou para invocar seu Patrono para que Daphne pudesse resgatá-la do lado de fora do prédio deles.

Socando Draco. Terceiro ano. Bem no nariz dele.

Ela não sabe por que isso lhe trouxe tanta alegria - alegria suficiente para invocar seu Patrono, de qualquer maneira. Ela considera que é porque ela tem uma quantidade imensa de problemas para controlar Draco. Mas naquele dia, toda a sua frustração concentrou-se em seu pequeno punho; no momento em que colidiu com seu rosto de porcelana, abrindo a pele na ponte de seu nariz e tirando gotas de sangue carmesim, Hermione realmente sentiu um momento de euforia. Um momento de clareza, como se o sol tivesse atravessado os céus nublados e brilhado diretamente sobre ela, conferindo poder dentro dela como nenhuma outra força terrestre já havia feito. Um momento efêmero, sem dúvida. Mas isso encantou seu estado agitado naquele dia e criou um momento de total felicidade e poder.

Ele estava com medo dela. Um fenômeno recente também.

E hoje, seu Patrono aceitava totalmente a memória; Hermione jurou que sua pequena lontra luminescente ria da memória enquanto nadava pelo ar e se infiltrava na janela do apartamento deles.

Momentos depois, Daphne aparatou e atendeu a porta da frente. Agora, Hermione se encontra de volta em seu apartamento confortável e acolhedor.

"Você voltou." As palavras emergem do espaço à sua esquerda. Ela olhou para a origem do comentário suave para ver Draco parado na cozinha. Separada da sala de estar por uma parede com uma abertura no meio, como uma janela para os acontecimentos do apartamento, a cozinha é pequena e aconchegante, mas abastecida com sortimentos aleatórios de comidas, bebidas e guloseimas. De costas para o fogão e consequentemente voltado para o interior do apartamento, Draco despeja água quente de uma chaleira em um bule branco, decorado com florzinhas vermelhas e amarelas.

Hermione estuda sua aparência cuidadosamente. Está totalmente mudado desde a noite passada. Draco parecia inquestionavelmente exausto com bolsas roxas escorrendo de seus olhos, bochechas magras e uma disposição estranhamente pálida. Se não fosse por suas impressionantes tatuagens pretas aparecendo por baixo de sua camisa de manga comprida, Hermione poderia jurar que está olhando para um fantasma. E com seus dedos trêmulos e dentes batendo levemente, Draco parecia que o meio da manhã o estava sufocando. Mais um brilho penetrante dos implacáveis ​​raios de sol e ele seria vítima de sua fachada fantasmagórica.

Ela viu isso nos outros - Daphne, em particular - mas testemunhar o corpo de Draco passar por um período de abstinência é assustador, humilhante e curiosamente purificador, como se o homem com quem ela brincou na noite passada estivesse escondido em algum lugar sob esta aparição ambulante. Retirá-lo seria um desafio. Esta concha provoca apreensão em Hermione porque é um lado dele que ela odeia ver. Ele tem a mesma aparência do sexto ano - emaciado, cansado e murcho.

Por que ele não tomou suas drogas hoje? O que é diferente?

"Sim," Hermione finalmente responde, balançando a cabeça e removendo o casaco de tweed do corpo. Ela o pendura em um dos ganchos à sua esquerda e ajusta a bainha do suéter, puxando-o para baixo para cobrir qualquer pele à mostra. É uma mudança obrigatória acima de tudo.

Draco a observa com seus olhos fracos; o aumento prateado tenta perfurar sua pele, mas algo sobre a cor está mais opaco hoje, como se tivesse passado por muita pressão e estresse.