four - details

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(aviso: letras em itálico são flashbacks)

-Você quer detalhes? Ta bom.- Lia disse e bebeu bastante de sua água antes de começar.- Era abril, eu e meus pais estávamos preparando ovos de páscoa para a caçada da cidade...

A mulher de cabelos negros estava na cozinha, preparando mais uma fornada de chocolate para a caçada aos ovos de páscoa, enquanto sua filha estava sentada na mesa de jantar pintando e decorando os ovos. A criança não tinha mais de 14 anos, sempre amou os feriados e o que eles significavam. Ouviram-se passos apressados descerem as escadas da casa simples de uma cidade pequena e afastada na Suécia.

Era Mikael Svechnikov, o mais velho da família, pai de Ophelia Svechnikov e marido de Katrina Svechnikov. Ele estava animado, um dos itens de sua coleção histórica era verdadeiro e ele poderia ser muito conhecido por isso, acontece que o item era uma arma antiga com grande concentração de Vibranium.

Como historiador pesquisador, Mikael não poderia estar mais feliz, mas como um antigo experimento da H.I.D.R.A como sua esposa, temia por ser reconhecido e acontecer o pior com sua família. Então decidiu manter o item em segredo, ja que ninguém mais sabia sobre. Ou era o que ele pensava.

Mais tarde, naquele mesmo dia quando a família estava reunida para o jantar, ouviram-se batidas na porta dos fundos. E antes que Mikael pudesse se levantar para ver quem estava la, a casa foi invadida, eram saqueadores, porém eles levaram mais que itens históricos, levaram a vida dos pais de Ophelia.

Os três amarrados nas cadeiras, com panos amarrados a boca para não ouvirem seus gritos. Primeiro foi Mikael Svechnikov, um tiro no peito, e outro na cara. Katrina e Ophelia gritavam e se debatiam para tentar fugir, Lia tentou fechar os olhos para poupar-se pelo menos de ver sua família morrendo e esperar sua vez. Mas foi obrigada a assistir cada mísero segundo.

E foi a vez de Katrina, Lia ja chorava alto aceitando que iria perder a mãe, a dor em seu peito era indescritível e ela ja sabia que aqueles possivelmente seriam os últimos minutos da sua vida. E quando chegou sua vez, um dos atiradores segurou seu rosto e elogiou sua beleza, mas não da forma mais agradável, depois lhe deu um tapa no rosto para calar a boca ja que chorava alto, e fez com que ela caísse no chão.

Ophelia sentia uma mistura de tristeza, pavor e, principalmente, ódio. No chão, seu ombro doía tanto que ela não era capaz de se mexer, o impacto da queda foi todo em seu lado direito e provavelmente teria quebrado algum osso. Foi quando o mesmo saqueador que a bateu, se abaixou e falou algumas palavras nojentas para ela.

Parecia que todo seu ódio estava crescendo mais e mais, sentia seu sangue ferver de raiva, de repente o chão começou a tremer e os objetos mais leves da casa começaram a flutuar, o ódio que ela sentia estava sendo exposto em seu poder. As armas que os saqueadores carregavam começaram a flutuar e ficaram apontadas para os homens que as carregavam.

Lia abriu os olhos e olhou diretamente para o saqueador, inclinou um pouco a cabeça e os tiros começaram, as armas estavam atirando como se tivessem vida própria. Ela imobilizou o homem a sua frente usando seus poderes, ele não se mexia pois estava totalmente paralisado, se soltou das cordas, e amarrou o homem.

-Vai pro inferno.- Lia disse ao colocar a própria arma do homem em sua boca e após isso, atirar.

Depois que o sangue jorrava pelo chão, ela sentiu seu corpo pesar, a arma caiu de sua mão e sua visão foi escurecendo. Acordou em um hospital, suas mãos estavam algemadas a maca e haviam alguns seguranças na porta. Lia olhou ao redor pensando em alguma alternativa para sair dali, quando ela olhou diretamente para um canto escuro do quarto, la estava um homem negro de roupas prestas e com um tapa olho irado.

-Onde eu estou!? Quem é você!? -Lia exclamou em sueco enquanto puxava suas mãos para tentar quebrar as algemas.

-Calm down.- O homem fez um gesto com a mão e clicou em algo em seu celular, e logo uma voz começou a dizer as coisas em sueco para Lia entender o que estava acontecendo.

-Olá, senhorita Svechnikov.- A voz metálica começou.- Deve estar se perguntando como eu sei o seu nome, meu nome é Nick Fury, sou diretor da S.H.I.E.L.D, uma super organização secreta militar mundial. Eu ja sabia de você antes mesmo de você nascer, você ja deve ter conhecimento dos experimentos com seus pais e o porquê de vocês estarem vivendo escondidos e isolados, mas depois dos acontecimentos de ontem, você pode estar meio confusa ao que aconteceu.

E assim passaram-se os minutos, Nick explicou tudo o que iria acontecer dali para frente, disse que ela não poderia mais ficar estudando em uma escola normal pois havia apresentado um "comportamento especial", e Ophelia havia certeza de que ele estava falando de seus novos poderes. Ela iria morar na base da S.H.I.E.L.D e seria treinada para controlar seus poderes e talvez até deixar-los mais fortes, ela poderia virar uma agente ou ter uma vida normal quando quisesse. Mas ela decidiu que seria difícil levar uma vida normal depois de ter perdido sua família.

-E como eu vou com você se não sei nem o básico de inglês, huh? -Ophelia perguntou ainda sem abaixar a guarda.

-Nós a ensinaremos.- A voz metálica respondeu.

E a garota se calou, assentiu afirmando e Nick levantou-se da cadeira, foi até a porta e a abriu, no mesmo momento, uma mulher ruiva entrou, ela usava uma roupa preta colada ao corpo e era muito linda.

-Ophelia, eu sou a agente Romanoff, vou ajudar você no que precisar, vou ajudar nos seus treinos de luta e tiro, além de ajudar você a perder o sotaque.- Natasha disse em sueco para a mais nova entender.

-Por que o meu sotaque? -Foi a única coisa que saiu da boca de Lia.

-Você vai entender.- Ela respondeu e se retirou novamente da sala.

No começo, foi difícil para Lia se adaptar, aprender o inglês do zero e tentar comunicar-se em um lugar que poucos a entendiam. Os anos foram se passando, Ophelia havia se tornado uma Agente e havia habilidades tão impressionantes quanto as de Natasha, além de ter descoberto mais sobre seu poder, ela também conseguia voar, ficar invisível e se teletransportar.

-Espera, você consegue ficar invisível? E por que você não voa? -Pietro perguntou após passar bastante tempo ouvindo a longa história de Lia.

-Sim, eu fico invisível.- Ela respondeu e na mesma hora, a única coisa que estava na frente do platinado era um vestido flutuante.- E eu não vôo porque não sou muito fã de altura.

-Então é por isso que você nunca dirige o Quinjet? -O platinado disse em um tom de deboche.

-Hahaha como ele é engraçado.- Lia disse de forma irônica e fingindo uma risada. Ela bocejou e olhou para o relógio no pulso de Pietro, vendo que ja estava tarde.- É melhor eu ir, senão se tivermos alguma missão amanhã não consigo acordar.

Lia pegou seus sapatos que estavam no chão e caminhou em direção ao elevador, entrou e apertou o botão para chegar no andar da casa, antes que a porta pudesse se fechar, viu um flash entrando rápido no elevador e ela apenas riu.

-Eu tenho uma dúvida.- Pietro disse em frente a Lia que estava encostada em uma das paredes do elevador.- Você viu quando estavam descongelado o Picolé?

-Sim, eu estava la quando descongelaram o Steve.-Lia respondeu sorrindo.

ophelia • pietro maximoffOnde histórias criam vida. Descubra agora