twenty six - deserve it

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Lia acordou ouvindo batidas na porta, passou alguns segundos ainda raciocinando que estava acordada, depois de ter uma crise existencial pós-briga, ela apenas tirou sua jaqueta de couro, os sapatos e se jogou na cama. Não fazia nem ideia de que dia era quando acordou.

-Lia, você pode abrir? Por favor? -Ela ouviu a voz masculina vindo da porta.- Sou eu, Bucky.

Ophelia levantou da cama e andou pesadamente atravessando o quarto, coçou os olhos e abriu a porta. Viu o homem alto a sua frente, o cabelo amarrado em um coque samurai e um olhar preocupado.

-Ele queria ver você.- Bucky disse e Lia ouviu um pequeno latido, era o Avenger.- Podemos entrar?

Lia abriu a porta por completo e deu espaço para os dois entrarem, viu o filhote ir diretamente a sua pantufa de coelho, que estava aleijado de uma orelha por conta do pequeno que estava brincando com ele no momento. Eles sentaram-se no chão, tendo o cãozinho como distração antes de começarem a conversar.

-Angie! Não pode! -Bucky brigou com o filhote que tentava comer o pé da cadeira de Lia.- Não sei como ele tem tanta energia.

-Ele é um filhote, só quer brincar de destruir tudo.- Lia disse enquanto brincava de cabo de guerra com Angie.- Por que veio?

-O Avenger me ajuda quando to mal, achei que poderia ajudar você também.- Bucky disse e olhou para a mais nova, ela fazia ele lembrar de sua irmã.

-Me sinto um monstro, Bucky, bati nele como se fosse nada e ele nem fez o esforço de revidar ou me fazer parar.- Ela disse séria, por mais que estivesse brincando com o cãozinho a sua frente.

-Sei como se sente, garota, sei muito bem.- Bucky respondeu cabisbaixo.- Antes de tudo, você precisa se perdoar, Ophelia. Acreditar que nunca mais vai fazer aquilo.

Lia olhou para o mais velho, eles se entendiam em certos casos, e até chegavam a se ajudar. Algumas horas antes, na ala hospitalar, Pietro esperava sentado na maca com uma bolsa de gelo no rosto. Ele não havia falado nada ainda, não sabia se começava a se odiar por ter magoado Ophelia ou por ter feito ela se descontrolar daquele jeito. A porta do quarto se abriu e o médico entrou.

-Não faz nem um mês e você ja voltou.- Dr.Lewis brincou olhando para o prontuário, levantou a cabeça e ficou assustado ao ver os machucados no rosto de Pietro.- Se vocês saíram para missão, era bom terem me avisado.

-Não saímos, aconteceu aqui.- Sam disse sério, os três se entreolharam e Dr. Lewis voltou a fazer seu trabalho.

-Os ferimentos não foram profundos então não vai levar pontos, que bom porque eu não iria querer meter uma agulha no seu rosto.- Ashton disse virando-se e abrindo uma gaveta, tirando de la uma embalagem de comprimidos.- Você vai tomar esses, se a dor dobrar, dobre a quantidade. Seu organismo aguenta.

Dr.Lewis deixou os comprimidos em cima do carrinho auxiliar e pegou uma das mãos de Pietro, analisando o punho. Franziu confuso e olhou para o homem a sua frente.

-Você não revidou? -Ele perguntou e Pietro, pela primeira vez o platinado olhou para o moreno.

-Não bateria nela, nem se ela estiver me batendo.- Ele murmurou, sua voz estava pesada e em seus olhos haviam remorso e culpa.

-Natasha? -Ashton perguntou pegando curativos para colocar no rosto de Pietro.

-Ophelia.- Ele respondeu, a sala permaneceu em silêncio por minutos enquanto Lewis fazia os curativos, até mesmo Sam que ainda estava ali não ousou fazer uma piada.- Fui um merda.

-Desculpe, o que disse? -Lewis disse confuso.

-Você provavelmente estava se perguntando o que eu fiz. Fui um merda.- Pietro disse e afastou o rosto por impulso quando sentiu o medicamento ardente tocar seu rosto.- A culpa não é dela, na verdade, eu a entendo. Mereci o que tive.

-Eu sei que eu sou seu médico e devo manter apenas contato profissional, mas a Lia me disse o que aconteceu.- Ele sentou-se novamente em seu banco e olhou para Pietro.- Ela ama você, e nunca faria isso se você não merecesse. Ophelia é uma mulher e tanto, Pietro, ela é difícil e você teve sorte de a ter apenas com um estralar de dedos.

-Acho que é bem difícil ela querer voltar a olhar pra minha cara.- Pietro riu sem humor.

-Basta conversar, se resolve com ela. A Lia te ama muito mesmo, mas é bom se esforçar antes que venha alguém e a conquiste primeiro.- Ashton disse e levantou-se, guardando as coisas e jogando fora os descartáveis.- E não se preocupe comigo, da coisa que você gosta eu passo longe.

Ele levantou a mão esquerda, mostrando uma aliança em seu dedo anelar, e então Pietro lembrou das palavras de Lia quando ele chegou na oficina, "Ele é gay!". Pietro suspirou e voltou a por gelo em seu olho roxo, a porta abriu rapidamente e para a surpresa de muitos, Bruce Banner entrou no quarto com algumas pastas em mãos.

-Ela fez isso!? -Ele perguntou, um pouco entusiasmado, e Pietro respondeu afirmando com a cabeça.- Interessante, a força está aumentando, isso indica o aumento de agitação entre as moléculas sanguíneas. E ela conseguiu teletransportar pessoas sem estar com elas, a capacidade cerebral dela está cada vez maior. Fascinante!

-Você é o único animado com isso aqui, Banner.- Sam disse olhando para o cientista.

-E ela nem ficou verde! -Bruce disse maravilhado enquanto segurava o rosto de Pietro.

Bruce estudava o comportamento de Lia desde o começo da Iniciativa Vingadores, ele era o responsável por exames e pesquisas. Depois de ter voltado de uma grande pesquisa na Tailândia, ele precisava voltar a sua rotina normal. Banner negava qualquer envolvimento das pesquisas de Ophelia e a cura para "o cara verde", mas no fundo havia um pouco de fascinação e interesse.

Depois de certo tempo ali, Steve chegou ao quarto, de cara ele deu sermão e falando sobre a bola de neve que o relacionamento entre Pietro e Ophelia estava causando, e como se não bastasse só ele, Clint chegou após e deu seu grande falatório como um verdadeiro pai, e após, Wanda, que disse o quanto o irmão havia agido como idiota, mas ao mesmo tempo estava preocupada com seu estado.

Ao chegar em seu quarto, Pietro colocou os medicamentos passados pelo médico em cima de sua cama e foi para o banheiro. Se olhou no espelho e viu sua pior imagem possível, seu cabelo estava grande e sua barba mal feita, diria até que estava deixando de se cuidar nos últimos dias. Ele tirou a espuma de barbear do armário, junto com uma lâmina, maquina de cortar cabelo, pente e tesoura.

E então fez a barba, a deixou bem alinhada e no tamanho que ele achava agradável. Após isso, ele olhou-se no espelho novamente, estava menos pior, mas não descartava um fato de que ele estava um lixo, e nem era por conta de sua aparência. De uma coisa ele tinha certeza, ele não iria conseguir dar um jeito naquele cabelo sozinho, e ele só precisava de uma justificativa pra mandar aquela mensagem.

você pode vir no meu quarto?
tipo
agora

ophelia • pietro maximoffOnde histórias criam vida. Descubra agora