Era sexta, o dia em que Lia iria reencontrar seus pais, internamente ela surtava de nervosismo, mas por fora ela estava girando em sua cadeira de seu quarto enquanto olhava pro teto. Ela não sabia o que dizer ao chegar neles, não sabia como agir e muito menos como comportar perto deles. Faziam 10 anos desde aquela noite, ela havia mudado até a forma de sentar-se em algum lugar, mas ao pensar bem, ela é uma ótima agente secreta, então poderia se sair muito bem.
-Só de olhar você rodando ja atacou minha labirintite.- Nat disse parada na porta brincando com a mais nova.- Eai, pirralha.
-Eai, patroa.- Lia girou a cadeira, olhando para a ruiva.
-Não precisa ficar nervosa, não é uma das nossas missões.- A mais velha disse, confortando Ophelia.- Agentes não sentem nervosismo.
-Eu não diria nervosa, eu diria que estou...- Lia disse e fez uma expressão pensativa.- Certo, eu to nervosa.
-Se quiser conversar, ta todo mundo la na sala, se você sair surtando já vão entender o que está acontecendo e não vai precisar sair explicando de um por um.- Natasha disse e saiu andando pelo corredor.
Não demorou muito para Lia ouvir umas batidinhas no batente da porta, era Pietro, ele não disse nada, apenas foi até a mulher e lhe deu um abraço confortante.
-Vai dar tudo certo, você vai dar um jeito, sempre dá.- Ele disse enquanto acariciava a cabeça da menor.
-Obrigada, Pietro, por tudo.- Lia respondeu entre o abraço.
-Você salvou a minha vida, só estou tentando retribuir o que você fez por mim.- Pietro respondeu e beijou o topo da cabeça da menor.- Você ainda tem a nossa família.
Ele disse olhando para ela, esse abraço fazia Ophelia ficar em paz, como se ela nem estivesse no planeta, depois que soltaram do abraço, ele saiu do quarto, sabia que a morena precisava ter seu tempo sozinha.
Ja estava quase na hora de a família Nöllen/Svechnikov chegar, Ophelia olhou-se no espelho rapidamente, pegou a pasta de informações e saiu do quarto. Ela vestia uma blusa de manga preta colada ao corpo, skinny jeans pretos e botas, surpreendentemente, também pretas. Andou até a cozinha, jogou sua jaqueta de couro em cima do balcão junto com a pasta e pegou um copo d'agua.
-Ninguém vai comentar sobre como ela ta parecendo que vai pra um velório? -Sam perguntou enquanto praticamente todos olhavam para Ophelia.- Não? Okay.
-Senhorita Svechnikov, Sr e Sra Nöllen já estão na sala de reunião a sua espera, eles trouxeram uma criança. Sua frequência cardíaca está de 112 bpm, é recomendado que acalme seu nervosismo.- A voz metálica de Kevin soou pela cozinha. Ophelia apenas vestiu sua jaqueta e foi em direção ao elevador.
-Eu vou com você, lidei com você desde o começo, podemos fazer isso juntas.- Natasha disse levantando do sofá.
-Não, Natasha, esse assunto é meu. Agradeço o apoio, mas tenho idade pra resolver isso sozinha.- Lia disse e deu um sorriso antes de entrar no elevador.
Andando pelo corredor até a sala, viu Sharon Carter, uma das agentes, conversando com um menino, e então a loira a avistou e assentiu com a cabeça. Lia deu um sorriso sem mostrar os dentes e entrou na sala de reunião, foi diretamente para a máquina de café, pegou um copo de café preto e forte e virou-se para finalmente falar com o casal, mas foi atacada por um abraço apertado dos dois.
-Gente, o-o m-meu café.- Lia disse, um pouco assustada pela reação dos mais velhos, mas acabou cedendo ao abraço.
-Sentimos tanto a sua falta.- Ouviu-se a voz feminina abafada durante o abraço, o sotaque ainda era forte, assim como de Lia quando ficava muito irritada.- Você está tão linda.
Eles a soltaram do abraço e Katrina segurou o rosto da filha, a mais velha não havia mudado praticamente nada, continuava a mulher linda e quase como uma cópia de Lia, a única diferença eram a cor dos olhos e o fato de ela só ter a covinha de um lado da bochecha, diferente da mãe, que havia covinhas completas nos dois lados.
Seu pai também continuava igual ao passado, apesar de alguns fios grisalhos em meio aos seus cabelos loiros, suas bochechas avermelhadas naturalmente e o seu sorriso que faziam seus olhos quase fecharem. Por um momento, tudo aquilo não parecia ser real para Ophelia, ela estava vendo eles em carne e osso, pessoas que supostamente estavam mortas.
-Eu também senti a falta de vocês.- Ophelia disse aconchegando o rosto no rosto na mão de sua mãe. Seu toque carinhoso lembrava sua infância, seus olhos ja brilhando por conta de algumas lágrimas.- Sentem-se, por favor. Aceitam café? Água? Eu posso trazer o que quiserem.
-Ja conseguimos o que queríamos, Philly.- Mikael disse sentando-se em uma das cadeiras, chamando a filha por um antigo apelido.- Estamos aqui com você.
-Viemos porque queremos, principalmente, pedir desculpas pelo o que fizemos com você, por ter lhe largado sem nem de preocupar o que aconteceria depois.- Katrina começou seu monólogo, seu sotaque fazia Lia lembrar um pouco do platinado e do que fizeram no dia anterior.- Te deixamos sozinha, filha, nós deveríamos ter pensado em algo melhor para você.
-É, com isso eu concordo mesmo. Me deixaram por puro egoísmo.- Lia disse e bebeu um pouco de seu café.- Continuem.
-Não tínhamos esperanças de encontrar você de novo.- Mikael disse entrelaçando suas mãos com a da esposa.- Mas ai vimos o que aconteceu aqui em Nova York, você e seus amigos Vingadores lutando contra o Loki e o exército dele. O jornal chamou você apenas de Phantom, não disse seu nome real, mas sabíamos que era você, a nossa filha.
-E desde ai, seu pai e eu viemos procurando formas de voltar a falar com você, mas nunca conseguíamos nada, você é realmente como um fantasma.- Katrina brincou.- E foi quando Sokovia aconteceu, falaram sobre os aprimorados e que estavam com os Vingadores agora, em Nova York ainda, mas antes que pudéssemos encontrar você, eles nos encontraram, e uma peça levou a outra.
E assim iniciou-se uma grande conversa, estavam colocado 10 anos de assuntos em dia, Ophelia falava sobre praticamente tudo. Sobre a S.H.I.E.L.D, sobre seus poderes, sua vida salvando o mundo e dando uns cochilos sempre que dava. Os pais também contaram algumas histórias, falaram um pouco sobre o irmão de Lia, ele não havia poderes como a mais velha, seu inglês era um pouco atrapalhado por ter aprendido recentemente, mas ainda era um garoto muito esperto e um grande fã de super heróis.
E o dia foi passando, quando perceberam, ja era quase noite e decidiram se despedir ali. Lia os acompanhou até o carro, onde deu um abraço apertado nos pais e um chaveiro do complexo dos Vingadores como um presente para o irmão mais novo.
-Se precisarem de alguma coisa, qualquer coisa, podem me ligar.- Ophelia disse entregando um papel com seu número escrito nele para seu pai.
Após isso, ela se teleportou para o elevador, no final, o nervosismo foi sem motivo aparente, tudo correu bem e estavam todos em paz. As portas do elevador se abriu e assim que Lia colocou o primeiro passo para fora, as perguntas começaram. Pietro levantou-se rapidamente da poltrona e foi correndo até a mulher.
-Oi, como foi la? -Pietro disse curioso e antes que pudesse falar algo, Lia foi interrompida.
-Lia, senta aqui agora e conta pra gente.- Natasha disse sentada no sofá enquanto fazia uma trança no cabelo de Bucky que estava sentado no chão, com uma cara de quem estava sendo forçado a aquilo.
-Eu acabei de chegar e ja me sinto em uma coletiva de imprensa.- Lia disse rindo e andando até o sofá.
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ophelia • pietro maximoff
Fanfiction"o o ophelia heaven help a fool who falls in love" Ophelia Svechnikov é uma das mais antigas heroínas dos Vingadores, foi uma das primeiras a ser chamada para a Iniciativa. Ainda na Suécia, antes de ela nascer, seus pais foram sequestrados e usados...